Em entrevista exclusiva publicada pelo LANCE!Net na última sexta-feira, o superintendente de futebol do Coritiba, Felipe Ximenes, demitido nesta terça após a a derrota vexatória para o Itagüi da Colômbia - 1 a 0, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, em pleno Couto Pereira - havia criticado o imediatismo presente no futebol brasileiro, quase uma premonição do que estava para acontecer com ele.
- Neste esporte tudo muda da noite para o dia, são muitas variáveis. Não temos vontade de mandar o Marquinhos Santos (treinador do Coxa) embora por conta dos resultados recentes, mas há pressão externa, e gente querendo, inclusive, que eu saia também - disse na ocasião. Confira a reportagem completa aqui.
Nesta quarta-feira, o ex-dirigente voltou a falar com exclusividade ao L!Net, para dar detalhes sobre a demissão e os rumos para o futuro, disse que no futebol "nada surpreende", que preferiu dividir a responsabilidade com o treinador Marquinhos Santos, também mandado embora, e espera ter deixado para trás um legado no Alviverde.
- Estou tranquilo, minha maior preocupação é encerrar o ciclo de quatro anos que tive aqui no Coritiba. Só tenho a agradecer ao clube por ter me acolhido por tanto tempo, fato que é incomum neste meio, e nem considero isto uma demissão. Tenho uma ótima relação com o presidente Vilson Ribeiro - revelou Ximenes.
Sob a administração do superintendente, 18 títulos - entre categorias de base e profissionais - foram somados à Sala de Trofeus no Alto da Glória. Ximenes espera "ter deixado um legado", e afirma nunca ter se sentido desprestigiado no Coxa, mas achou que deveria compartilhar do destino de Marquinhos Santos, e não deixá-lo pagar o pato sozinho.
- Acho que injustiça é um termo muito forte, mas um cara de 34 anos, que comandou um clube por mais de um ano é um fato raro e digno de admiração. A pressão sempre é maior no treinador e a responsabilidade tinha que ser dividida - afirmou.
O presidente do clube se reuniu nesta quarta-feira com o vice Thomaz de Aquino e com Mario André Mazzuco - responsável pelo futebol do Coxa - para definir que rumos serão tomados pelo clube daqui para frente.
Segundo o site oficial dos paranaenses, o encontro serviu para "reforçar o apoio da diretoria administrativa à comissão técnica e destacar o foco das atividades para a próxima partida do Campeonato Brasileiro, contra o Náutico, no próximo final de semana, além de discutir o momento atual do time". Parece que o primeiro passo já foi dado, e Caio Júnior está próximo de treinar o Coxa.
BATE-BOLA
Felipe Ximenes, ex-superintendente de futebol do Coritiba, com exclusividade ao L!Net
L!Net: Você foi pego de surpresa com a decisão de ser mandado embora?
Ximenes: No futebol, nada surpreende. Estou tranquilo, minha maior preocupação é encerrar o ciclo de quatro anos que tive aqui no Coritiba. Só tenho a agradecer ao clube por ter me acolhido por tanto tempo, fato que é incomum neste meio, e nem considero isto uma demissão. Tenho uma ótima relação com o presidente Vilson Ribeiro
L!Net: Mas então havia algum indício de que algo aconteceria?
Ximenes:A pressão recaiu sobre o Marquinhos Santos, porque nesta hora, o treinador tem que aguentar as críticas e a pressão mais do que qualquer outro. Acho que injustiça é um termo muito forte, mas um cara de 34 anos, que comandou um clube por mais de um ano, é um fato raro e digno de admiração. A responsabilidade tinha que ser dividida, e em conversa com o presidente, optamos pela minha saída.
L!Net: O Coxa estará em boas mãos com o Caio Júnior, caso se confirme a contratação do treinador?
Ximenes: Penso que sim, o Caio Júnior é um excelente profissional, e acho que o clube estará bem servido com ele.
L!Net: Já tem planos traçados para o futuro?
Ximenes: No momento não estou fechado com ninguém, nem procurando. Ainda está muito recente para se falar em outras empreitadas.