A relação estremecida entre torcida e diretoria tem sido uma das razões da turbulência São Paulo nesta temporada. Os torcedores reclamam da fase ruim do time e a cúpula, na figura do vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, criticou os públicos pequenos nos jogos importantes deste ano. Por isso, o clube espera novos números decepcionantes nesta quinta-feira contra o São Bento, às 19h30.
- Não temos como cobrar da torcida. Eles estão chateados com o time e esse horário que a Federação Paulista de Futebol (FPF) não é o ideal, pois muitos ainda nem terão saído do trabalho. As chuvas também podem atrapalhar, então não esperamos um público grande. Creio que teremos uns oito ou dez mil, principalmente pela derrota de domingo (1 a 0 para o Corinthians) - disse o vice-presidente de admnistração e finanças do clube, Osvaldo Vieira de Abreu.
Os dirigentes são-paulinos concordam que o time não tem sido um grande atrativo para os torcedores, mas se defendem quanto às reclamações contra o preço dos ingressos. No Campeonato Paulista, por exemplo, há um preço mínimo estipulado de R$ 40 (R$ 20 a meia-entrada) e que só pode ser menor se os bilhetes forem destinados a sócios-torcedores (R$ 15 a R$ 20).
Na Copa Libertadores da América não há esse limite mínimo, mas o Tricolor tenta tirar proveito para turbinar o sócio-torcedor. Os torcedores comuns precisam desembolsar R$ 120 (arquibancada) por partida na fase de grupos e R$ 300 por um pacote com todos os jogos (agora somente dois). Já os sócios podem ter os mesmo ingressos e combos por R$ 40 (arquibancada) e R$ 100, respectivamente.
Tricolores mais irritados alegam que trata-se de uma manobra do clube para forçar a adesão de novos sócios, mas o São Paulo nega. A defesa é dizer que os jogos dos rivais Corinthians e Palmeiras também apresentam valores altos para não-sócios e que essa é a tendência do mercado.