A partir desta quinta-feira, Tiago Splitter dará sequência à batalha para se tornar o primeiro brasileiro campeão da NBA, quando seu time, o San Antonio Spurs, visitará o Miami Heat na abertura do playoff final.

Na temporada 2006/2007, o pivô Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, falhou nesta tentativa.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Splitter, que não tem contrato garantido para a próxima temporada, falou sobre sua expectativa para a decisão e a preocupação com o maior astro do Heat, LeBron James. Confira a seguir o bate-papo com o pivô.

Como você se sente às vésperas desta decisão?
É uma satisfação e uma honra enorme estar numa final da NBA. A ficha ainda não caiu muito bem. Depois do quarto jogo contra o Memphis (em 27 de maio) tivemos dois dias de folga para recarregar as pilhas. Desde então, estamos treinando bastante.

Você teme que o time chegue sem ritmo para esta final para enfrentar uma equipe que estava jogando até segunda-feira?
Não tem o que fazer. Ritmo você perde mesmo treinando. Fizemos de tudo para tentar manter este ritmo em nosso treinamentos, mas não é a mesma coisa.

Você tem noção de que está a apenas quatro vitórias de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar um título da NBA?
Às vezes, eu ainda demoro a assimilar. Estar a quatro vitórias de fazer uma coisa grande, maravilhosa, que é ser campeão da NBA, é incrível. Estou muito feliz de viver este momento, de estar aqui. Mas estamos todos muito concentrados e com os pés no chão para disputar o título e conquistá-lo.

Quando chegou ao Spurs (em 2010), imaginava que tão rápido já brigaria pelo título?
Minha esperança é sempre estar brigando. Sabia que vinha para um time que está sempre na ponta. Mas você sabe que o caminho é duro, é difícil. São 82 jogos na temporada. Você não espera, mas você quer estar nesta posição. No ano passado, ficamos muito perto e perdemos a final de conferência (para o Oklahoma City). Aquilo deixou um gosto ruim.

Qual será a chave para vencer o Miami Heat? Como acredita que será esta série de playoff?
O Miami é o grande favorito desde que começou a temporada, com grandíssimos jogadores, como Dwyane Wade, LeBron James e Chris Bosh. São os caras que sabemos que vão levar o time nas costas no momento importante. O Heat tem uma defesa muito boa. Os jogadores são muito atléticos e isso complica bastante as coisas.

Os holofotes estarão em cima do LeBron James na final. Quão difícil é enfrentá-lo?
É complicado, porque não existe um antídoto contra ele. Ele é muito grande para a posição que joga (é um ala de 2,03m). Se colocar um ala na marcação, ele supera na forma física. Se colocar um pivô para defender, ele supera na velocidade. Não há resposta contra isso. A solução é a defesa coletiva, e fazer ajustes.

O que você pode falar da parceria com o Tim Duncan no garrafão?
Desde que começamos a jogar juntos de titular, no comecinho da temporada, nos adaptamos rápido. Ele é um grandíssimo jogador. Sabemos o que cada um deve fazer na quadra.

Você fez alguma promessa se vocês forem campeões?
(Risos) Nada. Para isso sou bem tranquilo. Entre cada série de playoff, sempre fizemos um churrasco com todos do time. É a única coisa que estamos mantendo.

Sua irmã morreu em 2009, vítima de leucemia. Se você for campeão, dedicará o título a ela?
Com certeza. Em momentos bons e momentos ruins, meu pensamento está sempre nela. Sinto saudades. Dedicarei a ela e a toda minha família, que sempre me ajudou muito.

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