O gol contra o Salgueiro, na última semana, pela Copa do Brasil, foi o de número 50 do meia D'Alessandro com a camisa do Internacional. Ídolo máximo e já na história do clube gaúcho, o argentino atingiu a marca mais expressiva de gols marcados na carreira - nem no River Plate atingiu tal número. Neste domingo, contra o Goiás, ainda marcou o 51º e manteve uma marca impressionante: quando marca, está invicto com a camisa colorado. Foi por pouco, mas a marca expressiva se manteve.

O gringo tem 51 gols marcados em 47 jogos. Neste montante, não perdeu. Foram 40 vitórias conquistadas e sete empates na caminhada quando o hermano marcou. O aproveitamento colorado com gols de D'Alessandro é de 90,07%. Após uma temporada vacilante em 2012, D'Ale voltou ao seu nível neste ano e vem sendo o líder de Dunga em campo.

A prova é mesmo o jogo com o Salgueiro. Apesar do placar elástico, o primeiro tempo foi de muitas chances perdidas. D'Alessandro assumiu a responsabilidade e converteu o pênalti sofrido por Leandro Damião, logo aos 3 minutos, facilitando o trabalho colorado. Contra o Goiás, o mesmo. O gringo abriu a contagem e batalhou para que o Colorado atingisse o empate no segundo tempo.

- Se o Forlán faz o segundo gol no rpiemiro tempo a história muda. SE a bandeira não anula o gol legal, mudaria também. Seria diferente. São coisas que acontecem e que faz parte. Não está tudo ruim no vestiário, não é o momento que a gente esperava, mas estamos aí - disse D'Ale sobre a partida.

COM A PALAVRA
Geison Lisboa, repórter da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre

O argentino D'Alessandro se transformou no principal nome do Inter nos últimos anos, não só pelo fator decisivo. Sua liderança é algo que chama atenção. Um líder dentro e fora de campo. D'Alessandro é capaz de acalmar o torcedor quando este parece preocupado em vaiar. Ao chegar à marca dos 50 gols com a camisa do Inter, o atleta ingressa na categoria de artilheiros colorados. Com um detalhe: quando ele balança as redes o Inter não perde. Ou seja, são 50 gols e 40 vitórias com o argentino tendo sido o principal nome da equipe. Com Dunga ele apresentou um crescimento, uma evolução que se fez necessária pelo fato de a última temporada ter sido conturbada no estádio Beira-Rio. A dupla mostra afinação. Um comanda a equipe da beira do gramado, o outro é o maestro do time dentro de campo. Em um time recheado de estrangeiros, D'Alessandro se destaca. Mesmo tendo Forlán, Scocco e Bolatti (que não é utilizado, mas faz parte do grupo) ele continua se destacando. O discurso é forte e sempre com o intuito de mostrar que o Inter é o mais importante. Quando a pressão aumenta, ele se torna no principal porta-voz assumindo com naturalidade essa posição, e ninguém rebate o que é dito pelo capitão. As conquistas que chegaram após seu desembarque em Porto Alegre o colocam ainda mais em evidência: Libertadores, Recopas, Campeonatos Gaúchos e a Copa Sul-Americana foram algumas das conquistas. Na lista falta um título nacional, algo que também é perseguido pelo Inter desde 1992. D'Alessandro sabe disso. É importante os colorados terem a consciência de que este argentino (quase um gaúcho) não irá durar para sempre. No entanto, quando está história terminar, os torcedores do Inter jamais se esquecerão de seu camisa 10.



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