Dia 01/03/2016
01:00
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Após longa novela, o Santos acertou na última terça-feira a venda do meia Felipe Anderson à Lazio por cerca de R$ 23 milhões. Em meio ao sucesso da negociação, chama a atenção a relação do clube com o Doyen Sports, fundo inglês que era dono de 50% dos direitos econômicos do meia. Primeiro porque não se trata apenas de um investidor. O fundo também bancava parte dos salários do atleta. Segundo: o representante do Doyen no Brasil é o empresário Renato Duprat, que durante muito tempo foi persona non grata na Vila Belmiro.

Foi Duprat quem trouxe o fundo para o Peixe, em 2011, quando adquiriu os 50% dos direitos de Felipe, voltando ao clube do qual foi parceiro na década de 1990. Saiu do Peixe pelas portas do fundo, acusado pela CPI do Futebol de deixar dívida de R$ 1,2 milhão por contratos de patrocínio com o clube.

Homem forte do futebol santista na época da negociação com Duprat, Fernando Silva alega que o clube não tinha dinheiro para exercer a prioridade de compra da parte que pertencia ao grupo Massa, do apresentador Ratinho, do SBT.

– Já estávamos com os direitos federativos na mão, era nossa segurança – afirmou Silva, ao LANCE!Net.

Ele conta que quem tratou do negócio e assinou o contrato foi o vice-presidente Odílio Rodrigues. A reportagem tentou contato com Odílio via assessoria de imprensa do Santos, mas não obteve resposta.

– O Duprat não apitava nada. E, se fosse assim, não faríamos negócios com ninguém – defende Silva.

Até ontem, o fundo inglês era o principal obstáculo da negociação. No entanto, a Lazio cedeu e aceitou exigências das partes, com relação aos valores e forma de pagamento.

Os R$ 23 milhões serão divididos igualmente para Santos e o fundo, de acordo com uma fonte santista. O Peixe ainda ficará com 25% de uma venda futura.

Quem é Renato Duprat
Parceria com o Santos
O empresário herdou o Unicór, grupo do ramo de saúde que patrocinou o Santos de 1995 a 1999 e teve liquidação decretada em 2001. À frente dos negócios na época, Duprat foi acusado pela CPI do Futebol de deixar uma dívida de R$ 1,2 milhão no clube quando saiu. Ele se defendeu dizendo que o valor nunca entrou no balanço do Peixe porque também havia feito outros investimentos. Virou persona non grata na Vila.

Futuro conturbado
Após o Santos, Duprat colecionou polêmicas. Entrou na Justiça contra Pelé cobrando direitos de sociedade com a extinta Pelé Pro, empresa criada pelo Rei. Também se envolveu com o iraniano Kia Joorabchian e foi denunciado em 2007 pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha em negócios com o Corinthians.

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