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Ex-técnica exalta trabalho no Verdão e tenta entender ‘incompatibilidade’

A técnica Ana Lúcia Gonçalves e a supervisora Renata Pelegatti foram comunicadas da decisão dois dias depois de subir para a Série A1 do Brasileiro feminino

Ana Lúcia Gonçalves foi demitida mesmo tendo 100% de aproveitamento no Brasileiro (Foto: Ag. Palmeiras)
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Dois dias depois de conquistar o acesso à elite do Brasileiro de futebol feminino, o Palmeiras anunciou as demissões da técnica Ana Lúcia Gonçalves e da supervisora Renata Pelegatti. A decisão surpreendeu, já que o time ainda está na semifinal do campeonato e venceu os nove jogos que realizou na A2.

Elas foram comunicadas pelo gerente da categoria, Alberto Simão. Sua única justificativa, sem entrar em detalhes, é de que houve uma "incompatibilidade".

- Ninguém entendeu nada, fomos todos pegos de surpresa, eu principalmente, pois a gente vinha realizando um projeto com muitos resultados positivos, desde janeiro, quando a gente iniciou a contratação do elenco, a formação, depois a prática mesmo, construímos as ideias que tínhamos de moradia, treinamento. Na nossa avaliação estava tudo correndo dentro do que a gente tinha planejado e com muito sucesso, com resultados - disse Ana Lúcia, em entrevista ao LANCE!.

- A gente discordava de algumas atitudes dele (Simão), porque era uma pessoa que vinha de trabalhos no futebol masculino, que tem algumas diferenças. A gente divergia, por exemplo, em logística de jogos, mas coisa do cotidiano. Nada grave. Eu sempre falava que ele precisava conversar sobre o que ele não concordava. Se não concordava, não falava, não expressava em diálogo. Quando falou em incompatibilidade neste aspecto, não quis conversar. Simplesmente deu esta justificativa - acrescentou.

Ana Lúcia e Alberto Simão foram anunciados juntos, na reinauguração do time feminino do Palmeiras, em fevereiro. Com sede em Vinhedo (SP), o Verdão fez 40 gols e sofreu apenas um até o momento na A2. A demissão da treinadora e da supervisora gerou a revolta do restante da comissão técnica, que mostrou desejo de sair em solidariedade. As atletas que fizeram publicações nas redes sociais também mostraram descontentamento.

O Palmeiras, por enquanto, confirma apenas as saídas de Ana Lúcia e de Renata, sem anunciar quem comandará a equipe nos jogos finais do Brasileiro. Alberto Simão não se pronunciou sobre a troca de comando.

- Eu buscava selecionar a comissão por currículo, por competência, independente do sexo. Nossa comissão era bem mesclada, busquei para o projeto pessoas graduadas e competentes na comissão. O fisiologista (João Borin) é PhD, a nutricionista e a preparadora física (Nathália Arnosti) são doutoras. Busquei ciência para montar. Eles (da comissão técnica) não aceitaram como tudo aconteceu - acrescentou Ana, que elogiou suas atletas.

- O relacionamento é maravilhoso, saudável, de muita transparência e de adesão ao trabalho. Elas (jogadoras) acreditaram na proposta, dedicaram-se muito, começamos mais tarde que outras equipes e tivemos de treinar mais. Não tínhamos problemas com nenhuma atleta, era uma relação saudável e transparente - reforçou.

Ana Lúcia foi contratada pelo gerente de futebol profissional Cícero Souza, que estava viajando com a delegação à Argentina quando houve a decisão por sua saída. Está prevista ainda uma conversa entre os dois, mas para a treinadora a intenção é de agradecer pela estrutura montada.

- Eu falei com o Cícero ontem (terça), ele estava na Argentina e disse que assim que chegasse iria falar comigo e que me receberia, mas estava pré-jogo, não dava para falar. Estou aguardando a chegada dele para estar com ele, para agradecer a oportunidade, a confiança que o Palmeiras teve em me contratar e em toda equipe - justificou.

- Eu vejo a estrutura que criamos e deixamos muito boa, uma das melhoras do país, as atletas são muito bem assistidas, com alimentação, com moradia. Elas moram em apartamentos, tem uma casa-sede para fisioterapia, apresentação de vídeos. A prefeitura fez o que estava ao alcance para nos atender. A gente usava todos os dias para trabalhar, elas tinham suplementação alimentar. Não posso reclamar de absolutamente nada. É elogiar por ter construído o modelo de trabalho e gestão, em uma cidade que abraçou o projeto e estava tudo muito bom, dando super certo. Tudo no caminho que estávamos planejando - lamentou.

Com a saída de Vadão do comando da seleção feminina, o nome de Ana Lúcia entrou entre os cotados para assumir o cargo. Ela diz que não recebeu qualquer contato da CBF até o momento.