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Lars Grael encerra carreira internacional no Europeu de Star

Medalhista olímpico é destaque entre mais de 90 duplas da competição em Riva del Garda<br>

Lars Grael fará na Itália sua última competição internacional como velejador (Foto: Marc Rouiller / SSL)
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Além da importância do cobiçado título da vela, o Campeonato Europeu da Classe Star de 2019 terá outros motivos que justificam a possibilidade de mais de 100 barcos no lago de Riva del Garda, ao norte da Itália, de 15 a 19 de maio. A competição terá o status de SSL Breeze Grand Slam, da Star Sailors League (SSL), e marcará a despedida internacional da classe do medalhista olímpico e campeão mundial Lars Grael.

– O primeiro álbum da carreira solo do Beatle George Harrison chama-se ‘All Things Must Pass’ (todas as coisas devem passar) e traz reflexão quanto à transitoriedade na vida. Nesse momento de decidir com a razão, sentir as limitações do corpo e ouvir o coração, optei por encerrar minha carreira internacional na ultracompetitiva Classe Star. Encerrar, porém, com equilíbrio e sentimento de dever cumprido – considera Lars Grael.

Aos 55 anos, Lars coleciona títulos e outras conquistas que lhe transformaram em referência na vela mundial. O próprio velejador divide sua vitoriosa carreira em duas etapas. A primeira, desde a iniciação, tendo como meta as duas medalhas olímpicas na Classe Tornado, até o acidente em 1998. A segunda, é a que se encerra na próxima semana.

– Era uma necessidade de provar, sobretudo para mim mesmo, do que minha força de vontade seria capaz após o acidente – enfatiza Lars.

Em 19 anos de Star, Lars destaca o título mundial de 2015 na Argentina, ao lado de Samuel Gonçalves, entre suas principais conquistas. A dupla ainda foi vice-campeão mundial em 2017 e conquistou o bicampeonato (2014/15) da tradicional Bacardi Cup, inédito para a vela brasileira. Lars ainda somou mais sete títulos intercontinentais entre os campeonatos Sul-Americano e Hemisfério Ocidental, e outros 16 em competições nacionais.

– Entre as principais razões para a decisão, destaco o elevado custo de me autofinanciar nas competições internacionais desde a descontinuidade do meu último patrocinador em 2015. Não acho justo sangrar as contas da família. Vou me dedicar às palestras que sempre apresento com entusiasmo e à consultoria esportiva no Grupo Globo. Por questão de ética e consciência nunca reivindiquei o benefício Bolsa-Atleta, ao qual sempre tive direito – revela Lars, apesar das dificuldades para obter patrocínio.

Ele correrá o Europeu de Star ao lado de Pedro Trouche, atual campeão da SSL Finals das Bahamas com Jorge Zarif. Seu tradicional proeiro, Samuel Gonçalves, formará dupla com o holandês Haico de Boer. A troca se deve à gravidez da esposa de Samuca, que não correria o Mundial de Star com Lars em junho, também na Itália, devido à previsão do nascimento de seu filho no mesmo período das regatas.

Após reflexão consciente e a escolha oportuna para mudar os rumos competitivos, Lars aproveita o momento para expressar gratidão. “Agradeço a cada proeiro com quem dividi minhas emoções nas raias. Meu maior agradecimento vai para minha esposa Renata que sempre me ofereceu apoio, carinho, dedicação, torcida e companheirismo; assim como para meus três filhos que sempre compreenderam minha ausência diante da paixão pela vela”.

O Campeonato Europeu de Star – SSL Breeze Grand Slam – renderá 2.500 pontos no Ranking da Star Sailors League à dupla campeã. A pontuação fica abaixo apenas da SSL Finals, que oferece 4.000 pontos. O Brasil ainda terá no Lago de Garda, Robert Scheidt e Henry Boening, e os proeiros Bruno Prada, com Augie Diaz (EUA), e Arthur Lopes com Paul Cayard (EUA).

– Não significa o adeus à vela. Velejador que é velejador, navegará até seus últimos dias – conclui Lars Grael.