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COB explica troca de diretor e fala em aproximação com universidades

Diretor geral, Rogério Sampaio diz que Jorge Bichara se recusou a aceitar reestruturação na área de Esportes. Ney Wilson e Kenji Sato, anunciados, planejam aproximação com atletas

Kenji Saito e Ney Wilson são os novos diretores de Esportes do COB (Foto: Divulgação / COB)
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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) deu nesta sexta-feira explicações sobre a troca em sua diretoria de Esportes, após a repercussão negativa da demissão de Jorge Bichara, que estava na entidade havia 17 anos e contava com apoio dos principais astros e estrelas do país. A saída do profissional, de acordo com o diretor geral Rogério Sampaio, estava prevista desde o último dia de trabalho de 2021.

O ex-judoca prestou esclarecimentos ao lado dos novos diretores de Esportes que sucederão Bichara: Ney Wilson, que ficará responsável pelo Alto Rendimento, e Kenji Saito, que responderá pelo Desenvolvimento Esportivo. Ambos trabalharam juntos na Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

- No ano passado, o Bichara nos informou que não aceitaria uma divisão na área de Esportes nem a troca de nenhum nome de sua equipe. Naquela reunião, ele pediu demissão. Era 22 de dezembro, às 19h, último dia de trabalho. O presidente (Paulo Wanderley) tentou conversar e pediu que ele repensasse sua posição - afirmou Sampaio, campeão olímpico de judô em Barcelona-1992, na categoria até 65kg.

O dirigente afirmou que a divisão do setor é parte de um plano traçado desde o final dos Jogos de Tóquio para reestruturar as áreas do COB. A de Esportes, por exemplo, é a maior e acumula diversas responsabilidades, que Bichara gerenciava com pessoas de sua confiança.

- Não foi feita nenhuma consulta aos atletas nem às confederações. Foi uma decisão da diretoria, da gestão do COB. Internamente, já vínhamos debatendo a divisão da área de Esportes. Já houve divisões nas áreas Administrativa e Financeira e de Comunicação e Marketing, e havia um entendimento de que deveria haver divisão na de Esportes para atender melhor as confederações e os atletas - disse Rogério.

O ex-diretor Bichara era quase uma unanimidade entre os esportistas, e tinha o Apoio da Comissão de Atletas do COB. Conhecia com profundidade as demandas dos principais nomes do Brasil, dialogava com comissões técnicas e mobilizava esforços em busca da melhor performance de cada modalidade, com forte presença na ginástica artística e na canoagem.

Foi com Bichara à frente da diretoria de Esportes que o Brasil alcançou, por exemplo, sua melhor colocação no quadro de medalhas na história dos Jogos Olímpicos, ao terminar em 12º lugar em Tóquio, com sete ouros, seis pratas e oito bronzes.

Ao mesmo tempo, o ex-diretor absorveu a tomada de decisões de diversos setores na entidade. Ele era responsável, por exemplo, pela gestão do Laboratório Olímpico, um projeto aprovado em 2009 que recebeu R$ 13 milhões em convênio de fomento à ciência e inovação. A falta de profissionais capacitados em sua operação já foi tema deu uma série de reportagens do LANCE! em 2019

- Temos a área de eventos internacionais, de alto rendimento e planejamento esportivo, de desenvolvimento dos Jogos da Juventude, o Laboratório Olímpico, a área médica, a área da mulher no esporte. Coordenar isso tudo com uma só pessoa não é fácil e deixa lacunas no atendimento, por melhor que seja a pessoa - avaliou Sampaio.

O ex-judoca se disse grato a Bichara pelos serviços prestados, mas explicou que o pensamento da diretoria é de potencializar as áreas já existentes e avançar em busca dos desafios para os próximos anos, com "as melhores cabeças do esporte brasileiro".

- Precisamos nos aproximar da sociedade científica e acadêmica, no Laboratório Olímpico, por exemplo. Fazer uma aproximação com as universidades, e ampliar o atendimento às confederações e aos atletas. Entendo que em alguns momentos podemos aumentar o número de atletas no PPO (Programa de Preparação Olímpica). A área de desenvolvimento precisa ser mais integrada à área de alto rendimento. São avanços que temos de fazer na gestão para alcançar melhores resultados - detalhou Sampaio.

Ney Wilson, que estava desde 2001 na CBJ, onde atuava como gestor de Alto Rendimento, disse que vai trabalhar para conquistar a confiança dos atletas fora do judô, esporte em que tem posição de liderança e respeito. O profissional é mestre em Educação Física pela UFRJ.

- Posso dizer que Bichara é meu amigo e conheço muito bem o estilo e a competência dele e de sua equipe. Era um grande parceiro da CBJ. Existem maneiras de trabalhar diferentes, e existe uma preocupação natural sobre a mudança. Esse primeiro momento é de reconhecimento das confederações. Toda e qualquer alteração gera certa resistência até termos a oportunidade de mostrar nosso trabalho. Mas tenho conhecimento suficientemente amplo para buscar a confiança dos atletas - disse Wilson.

Outro nome ligado a Paulo Wanderley, Saito, que está COB desde 2018 e ocupava a posição de gerente-executivo de Desenvolvimento Esportivo, falou em intensificar o trabalho que já estava em curso.

- O investimento no jovem é fundamental para a busca de novos campeões. Muitas confederações ainda não possuem uma área de desenvolvimento. Trabalhamos agora que elas tenham a formação de jovens como um objetivo e com foco na transição também de júnior para a "jaula dos leões". Foram mais de 300 projetos estruturantes desde que assumi o COB, em 2018. Temos os Jogos da Juventude, aproximando o processo dentro da lógica de rendimento esportivo. Queremos potencializar esses projetos - afirmou o novo diretor, que é mestre em Ciências do Esporte e Estudos Olímpicos.