O Novo Basquete Brasil (NBB) nasceu em 2008 como uma resposta direta à crise institucional que o basquete nacional vivia nas décadas anteriores. Depois de anos de desorganização e de campeonatos esvaziados, os principais clubes do país se uniram para fundar a Liga Nacional de Basquete (LNB), uma entidade independente inspirada nos modelos de gestão das grandes ligas esportivas, como a NBA. O Lance! relembra todos os campeões do NBB.

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O objetivo era simples, mas ambicioso: devolver ao basquete brasileiro o prestígio e a estrutura profissional que marcaram épocas anteriores, como a da Taça Brasil (1965–1989) e do Campeonato Nacional de Basquete (1990–2008).

A primeira temporada do NBB começou em 2008 com 15 equipes, entre elas Flamengo, Brasília, Franca, Minas, Pinheiros, Joinville e Limeira. A fase inaugural já mostrava a força do projeto: arenas cheias, transmissão televisiva e um novo padrão de marketing esportivo. O Flamengo, com um elenco estrelado por Marcelinho Machado e Helinho, conquistou o título de forma dominante, abrindo caminho para uma era de sucesso dentro e fora das quadras.

A era do domínio carioca e a força de Brasília

O início da história do NBB foi marcado pelo domínio de duas potências: Flamengo e Lobos Brasília. Após o título inaugural dos rubro-negros, o time candango — liderado por Alex Garcia, Nezinho e Guilherme Giovannoni — iniciou uma sequência histórica, conquistando três títulos consecutivos entre 2009 e 2012.
Comandado por José Carlos Vidal e depois por José Roberto Lux, o Brasília era conhecido pelo jogo intenso, baseado em contra-ataques rápidos e arremessos precisos do perímetro. O tricampeonato consolidou a equipe como uma das mais vitoriosas do período e fez da capital federal um dos grandes polos do basquete brasileiro.

Mas o Flamengo retomaria a hegemonia logo em seguida. Sob o comando de José Neto, o clube venceu quatro títulos consecutivos entre 2012 e 2016, com protagonistas como Marquinhos, Olivinha, Laprovittola e o americano Jerome Meyinsse. Foi nesse ciclo que o time carioca se tornou o maior campeão da história do NBB, além de conquistar o título da Liga das Américas e da Copa Intercontinental de 2014, coroando uma geração que colocou o basquete brasileiro novamente em evidência internacional.

A ascensão paulista e a nova era de equilíbrio no NBB

Após anos de domínio entre cariocas e brasilienses, o cenário do NBB começou a se diversificar. O Bauru Basket quebrou a hegemonia em 2016–17, liderado por Alex Garcia — curiosamente um dos ídolos de Brasília — e pelo técnico Demétrius Ferracciú. O título paulista marcava o início de uma nova fase da liga, mais equilibrada e com protagonismo de várias cidades tradicionais.

Na temporada seguinte, o Paulistano confirmou o bom momento do basquete paulista e venceu seu primeiro NBB, superando o Mogi das Cruzes nas finais. Com jovens talentos como Yago Mateus, Lucas Dias e Eddy, o time comandado por Gustavo de Conti (que depois assumiria o comando da Seleção Brasileira) mostrou a força da renovação.

O equilíbrio se manteve nos anos seguintes, com Flamengo voltando a vencer em 2018–19 e 2020–21, mas sem a antiga supremacia. O surgimento de clubes como São Paulo, Minas, Unifacisa e Fortaleza/Basquete Cearense ampliou o alcance da liga, levando o NBB a novas regiões e consolidando o formato nacional.

A hegemonia recente do Franca e a consolidação da LNB

Se o Flamengo dominou a primeira década do NBB, o Franca Basquete se tornou o símbolo da segunda. Tradição máxima da modalidade no país, a equipe do interior paulista voltou ao topo com o título de 2021–22, encerrando um jejum de 11 anos sem conquistas nacionais.

Com um elenco liderado por Lucas Dias, Georginho de Paula, David Jackson e o técnico Helinho Garcia, o Franca conquistou quatro títulos consecutivos (2021–22, 2022–23, 2023–24 e 2024–25), igualando o feito do Flamengo e estabelecendo uma nova dinastia. Além do domínio nacional, o clube venceu a Basketball Champions League Américas (2023) e foi vice-campeão mundial diante do Tenerife, da Espanha.

O sucesso de Franca simboliza o amadurecimento do NBB como liga. Hoje, o torneio conta com 18 equipes, estrutura profissional, arenas modernas, calendário fixo e transmissão multiplataforma, com ESPN, TV Cultura e canais digitais. O modelo de franquias, sem rebaixamento, garantiu estabilidade financeira e permitiu que o basquete brasileiro se tornasse novamente competitivo no continente.

Todos os campeões do NBB

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