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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/07/2025
08:59
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A regra da “caminhada” no basquete é uma das mais importantes — e também uma das mais cometidas, especialmente por iniciantes. O termo se refere a uma infração em que o jogador dá mais passos do que o permitido sem quicar a bola, o que caracteriza uma progressão ilegal em quadra. A marcação da caminhada visa manter a fluidez, o equilíbrio e a justiça no jogo, evitando que atletas avancem com a posse sem o uso do drible. Por que o árbitro marca “caminhada” no basquete? O Lance! explica.

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Apesar de parecer simples, a regra da caminhada envolve interpretações técnicas complexas, especialmente no momento em que o jogador “pega” a bola e define seu pé de apoio. Muitas vezes, as decisões dos árbitros causam polêmica, pois um movimento sutil pode definir se houve ou não violação — ainda mais em lances rápidos, como infiltrações ou giros no garrafão.

Ao contrário do futebol, em que o jogador pode conduzir a bola livremente com os pés, o basquete exige o uso controlado das mãos, com dribles alternados e limitação no número de passos quando o drible não está em curso. Por isso, compreender a lógica do “pé de pivô” e da contagem de passos após a recepção da bola é fundamental para entender quando a arbitragem marca a caminhada.

A seguir, você entenderá por que o árbitro marca caminhada no basquete, quantos passos são permitidos com a bola em mãos e como essa regra é aplicada nas principais ligas, como a FIBA e a NBA.

Por que o árbitro marca “caminhada” no basquete e quantos passos são permitidos?

A infração de caminhada (ou traveling, em inglês) acontece quando o jogador em posse da bola move os dois pés sem estar driblando ou ultrapassa o limite de passos permitidos ao se deslocar com a bola.

De acordo com as regras da FIBA (Federação Internacional de Basquete) e da NBA, o jogador pode dar no máximo dois passos após estabelecer controle da bola, desde que eles estejam conectados a um movimento contínuo de arremesso ou passe.

Como funciona na prática:

1. Quando o jogador recebe a bola em movimento (após passe ou rebote):

  1. Ele pode dar até dois passos antes de obrigatoriamente passar, arremessar ou parar.
  2. O primeiro pé que toca o chão após o controle da bola é o início da contagem.

2. Quando o jogador está parado e inicia o movimento (sem drible):

  1. Ele deve quicar a bola antes de levantar o pé de apoio.
  2. Se o jogador levanta o pé de apoio antes de começar o drible, é caminhada.

3. Ao interromper o drible:

Essa contagem de passos é padronizada, mas com algumas diferenças na aplicação entre FIBA e NBA. Na NBA, por exemplo, a interpretação dos dois passos permite uma etapa inicial de coleta da bola (“gather step”), o que na prática parece um “terceiro passo” — motivo de constantes discussões entre fãs e analistas.

O que é o “pé de apoio” e por que ele é importante?

O conceito de pé de apoio é fundamental para determinar se houve ou não caminhada. O pé de apoio é o que permanece no chão quando o jogador segura a bola ou termina um drible. A partir desse ponto:

  1. O jogador pode girar com o pé de apoio fixo, mas não pode levantá-lo antes de passar ou arremessar.
  2. Se o pé de apoio for levantado e recolocado no chão antes da finalização, isso configura caminhada.

Por exemplo: se um jogador pega a bola com o pé esquerdo no chão, esse pé se torna o apoio. Ele pode mover o pé direito livremente, mas não pode levantar e recolocar o esquerdo sem soltar a bola.

Nas jogadas de giro no poste baixo, esse detalhe faz toda a diferença, e qualquer erro no reposicionamento do pé de apoio pode gerar a marcação de violação.

Casos mais comuns de caminhada no basquete:

A seguir, alguns dos erros mais comuns que levam o árbitro a marcar caminhada:

  1. Levantar o pé de apoio antes de iniciar o drible
  2. Dar três passos após pegar a bola em movimento
  3. Arrastar o pé de apoio durante rotação ou pivô
  4. Receber a bola, parar e reiniciar os passos sem driblar
  5. Dar passos extras em tentativa de finta ou hesitação (ex: fake pass + giro)

Esses movimentos podem passar despercebidos em partidas informais, mas são rigorosamente observados em jogos oficiais.

Diferenças entre FIBA e NBA na interpretação da caminhada

A base da regra é a mesma nas duas organizações, mas a interpretação prática diverge em certos detalhes:

Na FIBA (padrão internacional):

  1. O jogador tem direito a dois passos após o controle da bola.
  2. O “gather step” (passo de coleta) não é reconhecido oficialmente.
  3. A arbitragem tende a ser mais rígida com passos adicionais.

Na NBA:

  1. A NBA permite o passo de coleta (gather step) antes dos dois passos oficiais.
  2. Isso dá margem a jogadas que parecem ter “três passos”, mas são consideradas legais.
  3. A regra é pensada para proteger o espetáculo e permitir mais fluidez ofensiva.
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