A regra da “caminhada” no basquete é uma das mais importantes — e também uma das mais cometidas, especialmente por iniciantes. O termo se refere a uma infração em que o jogador dá mais passos do que o permitido sem quicar a bola, o que caracteriza uma progressão ilegal em quadra. A marcação da caminhada visa manter a fluidez, o equilíbrio e a justiça no jogo, evitando que atletas avancem com a posse sem o uso do drible. Por que o árbitro marca “caminhada” no basquete? O Lance! explica.
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Apesar de parecer simples, a regra da caminhada envolve interpretações técnicas complexas, especialmente no momento em que o jogador “pega” a bola e define seu pé de apoio. Muitas vezes, as decisões dos árbitros causam polêmica, pois um movimento sutil pode definir se houve ou não violação — ainda mais em lances rápidos, como infiltrações ou giros no garrafão.
Ao contrário do futebol, em que o jogador pode conduzir a bola livremente com os pés, o basquete exige o uso controlado das mãos, com dribles alternados e limitação no número de passos quando o drible não está em curso. Por isso, compreender a lógica do “pé de pivô” e da contagem de passos após a recepção da bola é fundamental para entender quando a arbitragem marca a caminhada.
A seguir, você entenderá por que o árbitro marca caminhada no basquete, quantos passos são permitidos com a bola em mãos e como essa regra é aplicada nas principais ligas, como a FIBA e a NBA.
Por que o árbitro marca “caminhada” no basquete e quantos passos são permitidos?
A infração de caminhada (ou traveling, em inglês) acontece quando o jogador em posse da bola move os dois pés sem estar driblando ou ultrapassa o limite de passos permitidos ao se deslocar com a bola.
De acordo com as regras da FIBA (Federação Internacional de Basquete) e da NBA, o jogador pode dar no máximo dois passos após estabelecer controle da bola, desde que eles estejam conectados a um movimento contínuo de arremesso ou passe.
Como funciona na prática:
1. Quando o jogador recebe a bola em movimento (após passe ou rebote):
- Ele pode dar até dois passos antes de obrigatoriamente passar, arremessar ou parar.
- O primeiro pé que toca o chão após o controle da bola é o início da contagem.
2. Quando o jogador está parado e inicia o movimento (sem drible):
- Ele deve quicar a bola antes de levantar o pé de apoio.
- Se o jogador levanta o pé de apoio antes de começar o drible, é caminhada.
3. Ao interromper o drible:
- Após parar de driblar, o jogador pode dar até dois passos para finalizar o movimento.
- Mais do que isso, sem novo drible, é infração.
Essa contagem de passos é padronizada, mas com algumas diferenças na aplicação entre FIBA e NBA. Na NBA, por exemplo, a interpretação dos dois passos permite uma etapa inicial de coleta da bola (“gather step”), o que na prática parece um “terceiro passo” — motivo de constantes discussões entre fãs e analistas.
O que é o “pé de apoio” e por que ele é importante?
O conceito de pé de apoio é fundamental para determinar se houve ou não caminhada. O pé de apoio é o que permanece no chão quando o jogador segura a bola ou termina um drible. A partir desse ponto:
- O jogador pode girar com o pé de apoio fixo, mas não pode levantá-lo antes de passar ou arremessar.
- Se o pé de apoio for levantado e recolocado no chão antes da finalização, isso configura caminhada.
Por exemplo: se um jogador pega a bola com o pé esquerdo no chão, esse pé se torna o apoio. Ele pode mover o pé direito livremente, mas não pode levantar e recolocar o esquerdo sem soltar a bola.
Nas jogadas de giro no poste baixo, esse detalhe faz toda a diferença, e qualquer erro no reposicionamento do pé de apoio pode gerar a marcação de violação.
Casos mais comuns de caminhada no basquete:
A seguir, alguns dos erros mais comuns que levam o árbitro a marcar caminhada:
- Levantar o pé de apoio antes de iniciar o drible
- Dar três passos após pegar a bola em movimento
- Arrastar o pé de apoio durante rotação ou pivô
- Receber a bola, parar e reiniciar os passos sem driblar
- Dar passos extras em tentativa de finta ou hesitação (ex: fake pass + giro)
Esses movimentos podem passar despercebidos em partidas informais, mas são rigorosamente observados em jogos oficiais.
Diferenças entre FIBA e NBA na interpretação da caminhada
A base da regra é a mesma nas duas organizações, mas a interpretação prática diverge em certos detalhes:
Na FIBA (padrão internacional):
- O jogador tem direito a dois passos após o controle da bola.
- O “gather step” (passo de coleta) não é reconhecido oficialmente.
- A arbitragem tende a ser mais rígida com passos adicionais.
Na NBA:
- A NBA permite o passo de coleta (gather step) antes dos dois passos oficiais.
- Isso dá margem a jogadas que parecem ter “três passos”, mas são consideradas legais.
- A regra é pensada para proteger o espetáculo e permitir mais fluidez ofensiva.