O domingo, 21 de setembro de 1997, ficou marcado como uma das tardes mais gloriosas da história recente do Palmeiras. Diante de um Palestra Itália lotado, o time comandado por Luiz Felipe Scolari aplicou uma goleada histórica de 5 a 0 sobre o Santos, em clássico válido pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Lance! relembra Palmeiras 5 x 0 Santos no Brasileirão 1997.

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O espetáculo teve como protagonistas Viola e Oséas, autores de dois gols cada, e Alex, que completou o marcador. Foi um verdadeiro massacre em ritmo de Libertadores, com o Palmeiras dominando o jogo do início ao fim e mostrando um futebol ofensivo, técnico e vibrante.

O Santos, de Vanderlei Luxemburgo, chegou a São Paulo com a esperança de se manter entre os primeiros colocados, mas foi atropelado por um adversário que parecia jogar em outro ritmo. A vitória palmeirense foi tão contundente que até hoje é lembrada como um dos grandes capítulos do clássico alviverde e alvinegro.

Palmeiras 5 x 0 Santos no Brasileirão 1997

Primeiro tempo: intensidade, técnica e três gols em 45 minutos

O Palmeiras começou a partida em ritmo acelerado. Com Zinho, Alex e Galeano controlando o meio-campo, o time pressionava desde o início, empurrado por uma torcida empolgada.

Logo aos 16 minutos, veio o primeiro golpe. Oséas, sempre oportunista, aproveitou cruzamento de Pimentel e desviou de cabeça, abrindo o placar: 1 a 0. A pressão aumentou e, aos 42 minutos, o mesmo Oséas apareceu novamente, dessa vez completando cruzamento de Júnior, ampliando o marcador.

O Santos, desorganizado, não conseguia reagir. Caio e Macedo tentavam contra-ataques isolados, mas eram neutralizados pela defesa palmeirense, liderada por Roque Júnior. E antes do intervalo, o golpe que definiu o roteiro: aos 45 minutos, Alex recebeu na entrada da área e, com um toque de classe, mandou no ângulo de Zetti, fazendo 3 a 0.

O primeiro tempo terminou sob aplausos de pé e gritos de "olé" da torcida, com o Palmeiras em total controle e o Santos atônito.

Segundo tempo: Viola e a consagração da goleada

Na volta do intervalo, o Palmeiras não diminuiu o ritmo. Luiz Felipe Scolari pediu intensidade e a equipe respondeu com futebol envolvente. Zinho comandava as transições, Alex articulava e Viola, em grande fase, começou seu show particular.

Aos 9 minutos da etapa final, Viola aproveitou erro de saída de bola da defesa santista, invadiu a área e bateu cruzado: 4 a 0. O atacante, que havia sido ídolo no Santos anos antes, comemorou provocando a torcida rival, reacendendo a rivalidade e incendiando o estádio.

O massacre foi completo aos 40 minutos, quando Viola recebeu passe em profundidade de Zinho, driblou o goleiro Zetti e tocou para o gol vazio, fechando o placar em 5 a 0. Uma atuação impecável, com direito a domínio tático, técnico e psicológico.

A força do Palmeiras de Felipão

Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Palmeiras de 1997 era um time equilibrado, competitivo e letal. Mesmo sem ainda formar a base campeã da Copa do Brasil e da Libertadores que viria dois anos depois, já mostrava características marcantes: intensidade, pressão constante e transições rápidas.

Naquele Brasileirão, o Verdão contava com uma mescla de juventude e experiência. Alex, Roque Júnior e Júnior representavam a nova geração, enquanto Zinho, Viola e Oséas traziam bagagem e liderança. O jogo contra o Santos foi a síntese desse equilíbrio — talento e garra em harmonia.

Felipão, ao fim da partida, resumiu:

"O Palmeiras jogou com alma. É esse o espírito que queremos: competitivo, alegre e vencedor."

Santos sem reação e a lição de Luxemburgo

O Santos, treinado por Vanderlei Luxemburgo, viveu uma tarde para esquecer. A equipe não conseguiu conter a avalanche palmeirense e sofreu com erros defensivos e falhas de posicionamento. Narciso e Ronaldão foram superados por Viola e Oséas, enquanto o meio-campo com Arinélson e Marcos Bazílio não teve força para conter as infiltrações alviverdes.

Luxemburgo tentou mudar com entradas de Ânderson Lima e Euller, mas nada adiantou. O Santos finalizou pouco e se mostrou abatido desde o terceiro gol. O revés custou posições importantes na tabela e expôs a diferença técnica entre os elencos.

Viola e Oséas: a dupla infernal do Palmeiras

O grande destaque do jogo foi o ataque palmeirense. Viola, provocador e decisivo, teve uma das atuações mais emblemáticas de sua passagem pelo clube. Com dois gols e participação em outro, foi o símbolo da superioridade alviverde.

Oséas, por sua vez, mostrou faro de artilheiro e presença de área. Com dois gols ainda no primeiro tempo, abriu caminho para a goleada e consolidou sua posição como titular. Alex, com um golaço e várias assistências, completou a tarde perfeita.

Consequências da partida

A goleada de 5 a 0 teve grande impacto simbólico. Ela reforçou o poder ofensivo do Palmeiras e o consolidou como um dos times mais temidos daquele Brasileirão. O Verdão terminaria a primeira fase entre os líderes e se firmaria como protagonista nacional nos anos seguintes.

Para o Santos, a derrota foi dura e marcou o fim de uma sequência positiva. O time ainda buscaria reação nas rodadas seguintes, mas a goleada ficou como ferida aberta na memória da torcida.

Mais do que três pontos, aquele 21 de setembro representou uma demonstração de força, intensidade e identidade palmeirense — o prenúncio da era vitoriosa que estava por vir.

Ficha técnica - Palmeiras 5 x 0 Santos no Brasileirão 1997

Data: Domingo, 21 de setembro de 1997 – 17h00
Local: Estádio Palestra Itália (Parque Antártica), São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Brasileiro – 1ª fase, 17ª rodada

Gols: Oséas (16' e 42'), Alex (45'), Viola (54' e 85')

Palmeiras: Velloso; Pimentel, Rogério, Roque Júnior e Agnaldo Liz; Galeano, Júnior, Zinho e Alex; Viola e Oséas. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Santos: Zetti; Baiano, Narciso, Jean e Ronaldão; Rogério Seves, João Santos, Marcos Bazílio e Arinélson; Caio e Macedo. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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