Os bons resultados recentes do Flamengo se estendem para fora das quatro linhas. Em balancete financeiro divulgado nesta segunda-feira, o clube anunciou uma receita bruta de R$ 834,1 milhões até o fim de setembro e reforçou a projeção de superar novamente a marca de R$ 1 bilhão em faturamento no ano.

Os números fechados até 30 de setembro não contabilizam as premiações totais pelos títulos de Copa do Brasil e Libertadores. Nos nove primeiros meses do ano, o Rubro-Negro teve um superávit de R$ 129,2 milhões - cerca de R$ 20 milhões a mais que a expectativa inicial.

Um dos destaques do relatório foi a arrecadação com "MatchDay", que incluem receitas de bilheteria e sócio-torcedor. Dono da maior média de público do futebol brasileiro, o Flamengo acumulou R$ 143,9 milhões em receita neste quesito.

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Os números, é claro, foram impulsionados principalmente pela performance esportiva do time rubro-negro, que alcançou as finais da Copa do Brasil e da Libertadores. Os títulos das competições ocorreram em outubro e serão contabilizadas no quarto trimestre.

Flamengo também conquistou a Copa do Brasil (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Caixa de R$ 178,3 milhões e posição sólida

Um dos números que mais chamam a atenção no balancete é o caixa rubro-negro até o fim de setembro: R$ 178,3 milhões. Este montante inclui o dinheiro em conta corrente e aplicações em renda fixa facilmente convertíveis em dinheiro.

Com este valor em caixa, o Flamengo vive situação confortável para manter as operações nos próximos meses e não tem necessidade de criar novos endividamentos financeiros.

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Uma das estratégias do Flamengo para se manter competitivo no mercado é reservar 48% do caixa em moeda estrangeira. Com isso, o clube consegue se blindar, parcialmente, da variação cambial e da desvalorização do Real frente ao Dólar e ao Euro. 

Necessidade de manter o ciclo de vendas ativo

Um ponto de atenção para o Flamengo está no campo das transferências. Segundo o relatório, o clube tem a pagar R$ 246,2 milhões referentes à compra de jogadores, sendo R$ 172,9 milhões no curto prazo (próximos 12 meses a partir de outubro 2022) e R$ 73,3 milhões parcelados de outubro 2023 em diante.

Cebolinha foi reforço do Flamengo em 2022 (Foto: IMAGO / Action Plus)

Em relação ao segundo trimestre de 2022, houve um crescimento de R$ 74 milhões, em função das contratações da última janela - Cebolinha e Pulgar, por exemplo.

Em contrapartida, o Flamengo tem R$ 103,4 milhões a receber com transferências, sendo R$ 72 milhões no curto prazo e R$ 31,4 milhões no longo prazo. Vendas receitas que ajudaram a incrementar o saldo a receber foram do atacante Lázaro (R$ 36,4 milhões) e do volante Willian Arão (R$ 17,2 milhões).

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Assim, percebe-se que existe no “balanço de compras e vendas” uma
diferença de aproximadamente R$ 142,7 milhões contra o Flamengo. No balancete, o clube reforça que "é necessário manter o ciclo de vendas ativo" e que "permanece sempre atento a oportunidades que sejam importantes tanto para reforço de seu próprio elenco quanto para alguma nova venda".

Receita bruta de R$ 1 bilhão 'garantida'

O balanço final de 2022, com as informações relativas ao quarto trimestre, só deve ser publicado em abril de 2023. O clube, no entanto, já sabe que baterá a marca de R$ 1 bilhão em receitas.

Em outubro, o Flamengo já garantiu R$ 85 milhões com a vitória na final da Libertadores e outros R$ 60 milhões apenas referentes à decisão da Copa do Brasil. Em novembro, serão cerca de R$ 40 milhões de premiação do Brasileirão. Apenas com esses valores, o clube chegaria a R$ 1,02 bilhões.

Ainda entrarão na conta final as receitas do quarto trimestre de televisão, pay-per-view, bilheteria, sócio-torcedor, marketing e eventuais venda de jogadores.