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“Ilha no futebol brasileiro”? Era Petraglia no Atlético-PR trocou 51 técnicos

Atual presidente do Conselho Deliberativo, o dirigente tem duas passagens pelo Furacão: 1995 a 2008 e 2012 até o momento. Mandatário era elogiado por Autuori

Mario Celso Petraglia, mandatário rubro-negro, demitiu Eduardo Baptista no início desta semana. (Foto: Igor Siqueira)
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Após 47 dias de trabalho, o Atlético-PR demitiu o técnico Eduardo Baptista. Com ele, o manager Paulo Autuori também pegou seu boné e pediu as contas do CT do Caju. O dirigente, que elogiava o clube como "uma ilha no futebol brasileiro" por ter convicções dentro de um planejamento, mostra que o discurso, mais uma vez, se mostra diferente da prática.

Com Mario Celso Petraglia à frente do Furacão, contabilizado as duas passagens, de 1995 a 2008, e a atual, desde 2012, foram 51 trocas de treinadores e 41 profissionais diferentes para dirigir a equipe atleticana. Aqui não é computado interinos "tapa-buracos". Nenhum que assumiu a equipe no Campeonato Paranaense conseguiu ir até a última rodada do Campeonato Brasileiro com o dirigente no poder.

Autuori, talvez por ter atingido uma marca difícil de ser completada nesse cenário, quando ficou um Brasileirão inteiro no cargo, substituindo Cristóvão Borges, exaltava a administração rubro-negra de todas as formas, citando um projeto diferenciado no Brasil e que acreditava nas pessoas que o dirigiam. Ele foi apenas o quatro comandante que passou o torneio nacional do início ao fim, na gestão do mandatário atleticano. Os outros foram Evaristo de Macedo (1996), Abel Braga (1997) e Oswaldo Alvarez (1999).

Sem paciência para seguir no gramado, o ex-treinador ainda se manteve até a fase de grupos da Copa Libertadores. Classificado para as oitavas de final, ele acionou o plano que estava previsto desde o final do ano passado: trazer Eduardo Baptista para seu lugar e assumir um cargo de gestor. O Palmeiras, que havia frustrado essa ideia o contratando, tinha demitido o profissional há menos de um mês.

Na coletiva de apresentação, no dia 23 de maio, Autuori deixou claro que, se o técnico saísse, ele iria junto. E foi isso que aconteceu nesta segunda-feira, com grande lamentação do Atlético-PR, que tentou de todas as formas mantê-lo. Irredutível, o dirigente discordou da demissão de Baptista, tomada exclusivamente por Petraglia, em uma decisão que se assemelha às práticas normais do futebol brasileiro, com a culpa caindo sobre o técnico. Baptista comandou a equipe em 13 jogos, com cinco vitórias, três empates e cinco derrotas, tendo um aproveitamento de 46,1%.

"Em decorrência deste fato (saída de Eduardo Baptista), o manager Paulo Autuori solicitou seu desligamento do Clube. A diretoria, a comissão técnica permanente e os atletas manifestam seu inconformismo com esta decisão e lamentam profundamente a saída deste profissional de extrema competência que estava engajado com o projeto do Clube", afirma o texto no site oficial.

A expectativa com Autuori como gestor e Baptista no comando técnico era de que o clube, finalmente, pudesse dar um passo a mais para mudar de patamar no mundo futebolístico do Brasil. O dirigente era visto como uma peça fundamental no esquema, já que vinha trabalhando na metodologia e dia a dia da base até o profissional.

O objetivo era, já a partir desta temporada, ficar próximo de títulos nos torneios mata-mata e repetir campanhas na parte alta da tabela da Série A, como em 2013 e 2016. A conquista da uma taça significativa, seguindo o planejamento, viria naturalmente no decorrer dos anos. A gestão moderna, entretanto, durou pouco e terá que ser repensada novamente.

Modelo em estrutura e organização administrativa, o Furacão segue pecando em seu carro-chefe: o futebol. Em um ano promissor, com um certo investimento em reforços, o clube perdeu a final do Estadual para o Coritiba e tem cenários complicados nas quartas de final da Copa do Brasil (perdeu a ida por 4 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre) e nas oitavas da Libertadores (perdeu por 3 a 2 para o Santos, em Curitiba). No Brasileiro é apenas o décimo quarto, com 15 pontos em 12 jogos.

"Bronca" parecida

Um outro técnico demitido entre tantos nesse período também chama a atenção por falar no pensamento moderno, mas também antigo do Atlético, que é evidenciado novamente agora. Vagner Mancini, em 2013, foi terceiro colocado da Série A e levou a equipe ao vice-campeonato da Copa do Brasil. Resultados que não foram suficientes para a sua permanência, tendo atritos com a direção.

"A verdade é que é um clube com uma estrutura muito grande, mas com uma gestão que não acompanha isso tudo. Passam pregando que precisamos nos espelhar na Europa, com o fim dos Estaduais e pré-temporadas mais longas. Mas para ajustar os problemas adotam a velha cultura brasileira de demitir técnicos", disparou na época.

Técnicos da Era Petraglia

1995: Sergio Cosme, Zequinha e Pepe
1996: Emerson Leão, Cabralzinho, Carlos Gainete e Evaristo de Macedo
1997: Jair Pereira e Abel Braga
1998: Abel Braga e João Carlos Costa
1999: Antonio Clemente e Vadão
2000: Vadão, Arthur Neto e Antônio Lopes
2001: Paulo César Carpegiani, Flávio Lopes, Mário Sérgio e Geninho
2002: Geninho, Riva Carli, Valdir Espinosa, Gilson Nunes e Abel Braga
2003: Heriberto da Cunha, Vadão e Mário Sérgio
2004: Mário Sérgio e Levir Culpi
2005: Casemiro Mior, Edinho Nazareth, Antônio Lopes e Evaristo de Macedo
2006: Lothar Matthaus, Givanildo Oliveira e Vadão
2007: Vadão, Antônio Lopes e Ney Franco
2008: Ney Franco, Roberto Fernandes, Mário Sérgio e Geninho
2012: Juan Ramón Carrasco, Jorginho e Ricardo Drubscky
2013: Ricardo Drubscky e Vagner Mancini
2014: Miguel Ángel Portugal, Doriva, Leandro Ávila e Claudinei Oliveira
2015: Claudinei Oliveira, Enderson Moreira, Milton Mendes e Cristóvão Borges
2016: Cristóvão Borges e Paulo Autuori
2017: Paulo Autuori e Eduardo Baptista