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Por dívidas trabalhistas, tradicional clube paulista tem estádio penhorado

União Barbarense, que atualmente disputa a Séria A2 do Campeonato Paulista, é acusado de ignorar dívida milionária com atletas e corre risco de perder seu principal patrimônio

Estádio do União Barbarense tem capacidade para quase 15 mil pessoas (Foto: Divulgação)
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Tradicional clube do interior paulista, o União Barbarense está prestes a perder seu maior bem: o estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães. O edifício foi penhorado pela Justiça do Trabalho de Santa Bárbara d'Oeste em decisão oficializada nessa quinta-feira.

O motivo da penhora do estádio é o acúmulo de dívidas trabalhistas do União Barbarense, que atualmente disputa a Série A2 do Campeonato Paulista (equivalente à quarta divisão do Estado). Em 2015, o clube de Santa Bárbara d'Oeste foi responsável por 10% das ações trabalhistas impetradas por jogadores no futebol brasileiro.

No início deste ano, a Justiça do Trabalho da cidade pediu ao escritório dos advogados e irmãos Filipe e Thiago Rino, que concentram a maioria dos processos trabalhistas contra o clube, para reunirem as ações em um só anexo. O valor total gira em torno de R$ 2,4 milhões.

O caso mais emblemático diz respeito ao ex-zagueiro Marcos Aurélio. No início de 2014, ele sofreu um grave acidente que causou problema no nervo fibular da perna direita e consequente perda de 70% dos movimentos do pé. O União Barbarense, ao invés de bancar o tratamento do atleta, rompeu o contrato e o desligou do clube, que foi condenado a pagar R$ 1,3 milhão em indenização.

– Em 2014 ingressamos com uma ação do Marcos Aurélio. O clube não pagou. No decorrer do tempo ingressamos com outras ações de outros atletas. Todas foram vencidas pelos atletas. O clube nunca demonstrou nenhum interesse no pagamento das ações. Há 60 dias pedimos a penhora do estádio do União Barbarense – disse Filipe Rino, em entrevista ao Lance!.

Um dos destalhes que mais chamam atenção na penhora do estádio do União Barbarense é o fato de o clube ter registrado a matrícula do imóvel em Piracicaba, e não em Santa Bárbara d'Oeste. De acordo com o pedido de penhora feito à Justiça, trata-se de uma manobra do clube justamente para evitar eventuais penhoras.

"Tentando se escusar de eventuais penhoras, a Reclamada, passados 61 anos,
sequer registrou a Escritura do Imóvel ante o CRI de Santa Bárbara D´Oeste, impedindo assim que o bem fosse localizado e penhorado nas buscas das ferramentas de execução", disse um trecho do pedido de penhora.

– Para que ninguém nunca conseguisse a penhora, o União Barbarense nunca registrou a matrícula em Santa Bárbara d'Oeste. Fizeram um compromisso de compra e venda e lavraram em Piracicaba. Sempre que alguém tentava procurar a matrícula do imóvel não conseguia, porque procurava em Santa Bárbara – acusou o advogado.

A partir da decisão da Justiça favorável à penhora, um oficial do Fórum de Santa Bárbara d'Oeste vai visitar o estádio para fazer uma avaliação. Na sequência, será marcada uma data para o leião, no qual qualquer pessoa ou empresa pode comprar o imóvel. O dinheiro arrecadado será utilizado para pagamento das dívidas do clube.

A reportagem tentou e não conseguiu contato com a diretoria do União Barbarense.