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OPINIÃO: ‘No mundo ideal, Romário estaria eternamente nos gramados’

Roberto Assaf relembra a carreira do ex-craque que nesta sexta-feira completa 50 anos e lamenta que o tempo tenha passado também para um dos maiores craques da história

Romario se despede da seleção (Foto:Mike Blake)
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Johann Cruyff, fera como jogador e técnico, o chamou de gênio da pequena área. É do conhecimento geral, no entanto, que Romário foi muito mais. Monstro no campo e polêmico fora. Desde que ganhou sua primeira chance entre os profissionais do Vasco, em 1985, nunca deixou de ser notícia. O futebol de primeira linha e a fartura de gols não tardaram a levá-lo para a Seleção Brasileira, daí para a Europa, e a figurar entre os maiores craques de todos os tempos.

Hoje, ao completar 50 anos de idade, traz na bagagem, além de um repertório formidável de jogadas espetaculares, e de uma respeitável quantidade de títulos, entre os quais de campeão mundial em 1994, trajetória badalada como deputado e senador da República – assumiu este último cargo em fevereiro de 2015, pelo PSB – e a possibilidade de alçar voos mais altos na política, erguendo a bandeira do combate à corrupção, no esporte e no cotidiano da vida nacional.

Ao recordar sua carreira de 24 anos como craque, com passagens por grandes clubes – Vasco, PSV Eindhoven, Barcelona, Flamengo, Valencia, Fluminense e até o América do coração de seu pai – não há como destacar uma das maiores atuações da existência do Maracanã, nas Eliminatórias de 1993, na vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai. Marcou os dois gols, garantindo a vaga do Brasil na Copa dos EUA, na qual brilhou intensamente, o suficiente para a Fifa elegê-lo como o melhor jogador do mundo em 1994.

Vale lembrar também que foi artilheiro do Brasileiro de 2005, um dos mais difíceis do planeta, com quase 40 anos de idade, vestindo a camisa cruz-maltina.

Foram tantas as controvérsias que criou além das quatro linhas, que seria necessário escrever uma biografia sobre a sua figura – lançada afinal em 2009 pelo jornalista Marcus Vinícius Rezende de Morais. No entanto, é impossível esquecer o comentário que fez sobre o maior jogador da história. “Pelé, calado, é um poeta”. E uma outra sobre o técnico Alexandre Gama, que acabara de assumir o cargo no Fluminense e que ameaçava barrá-lo. “O cara mal chegou e já quer sentar na janela do ônibus”.

É importante ressaltar ainda que não se furtou a dar toda a atenção à filha Ivy, portadora da Síndrome de Down, na prática um exemplo para todos que vivem situação próxima. O futebol, é certo, produziu craques – de bola e de língua solta – no mundo inteiro. O irlandês George Best e o francês Eric Cantona foram dois deles. Mas raros tiveram a sua capacidade para levar suas declarações às manchetes, fruto da malandragem tão carioca forçada nas vielas do Jacarezinho, ali entre o Engenho Novo e Triagem, onde nasceu e cresceu, até calçar chuteiras pela primeira vez no velho campo do Olaria, na Rua Bariri, de onde ganhou o mundo.

Não seria exagero destacar a falta que Romário faz nestes tempos de vacas magras no futebol, ele que arrastava multidões aos estádios, correspondendo quase sempre à expectativa do povão. No mundo ideal, que infelizmente não existe, Romário estaria eternamente nos gramados. Sob outra ótica, porém, é importante que prossiga na tribuna da política, pois ladrão graúdo, neste país, é o que não falta. Aguardemos, pois, os próximos 50 anos do homem.