Futebol Nacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Esporte entra no pacote da negociação política de Temer

PRB recusa ministério e Picciani volta a ser favorito para ocupar a pasta

Leonardo Picciani, Eduardo Cunha e Michel Temer (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Escrito por

Ao iniciar as articulações para a formação de um novo governo, quando o processo de impedimento de Dilma Rousseff tornou-se irreversível, o vice-presidente Michel Temer admitiu a redução do número de ministérios dos atuais 32 para 20 ou 22 pastas. A intenção era formar um quadro de notáveis, capaz de resgatar a credibilidade do governo e agilizar as práticas da gestão pública.

Agora, às vésperas de anunciar a sua equipe de governo, quando o afastamento da presidente se consuma, as propostas iniciais de Temer correm o risco de perderem-se no vazio comum do toma-lá-dá-cá das negociatas políticas, em nome do que convencionou-se chamar de busca da governabilidade. Ao invés de notáveis, vê-se políticos - alguns os mesmos de sempre - escolhidos não pela competência ou pelo domínio da área, mas pela sigla partidária que acompanha seus nomes. E o número de pastas já chega a 26.

O Ministério do Esporte não escapa dessa infeliz realidade.

Primeiro, falou-se numa fusão com o Turismo, um cenário que já existiu em tempos passados e que mostrou-se inócuo - talvez nem tanto pela fórmula, mas pela fraqueza dos que ocuparam o cargo. Logo, contudo, a criação da pasta ressurgiu como mais uma atração da barganha política. O primeiro nome a ser citado foi o do deputado Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral e secretário de esporte da estado do Rio. Seria uma forma de Temer "agradecer" o comportamento da bancada do PMDB carioca, que às vésperas da votação na câmara abandonou o barco dilmista.

No final da semana passada, Cabral desapareceu das listas de ministeriáveis, mas o PMDB carioca continuou forte na disputa pela vaga. Jornais anunciaram um convite formal de Michel Temer ao líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, que embora tenha votado contra o impedimento da presidente, rendeu-se na reta final aos que articulavam o afastamento na bancada do Rio. A nomeação de Picciani teria a bênção do prefeito Eduardo Paes, que considera estratégico que o Rio, no ano da Olimpíada, tenha o comando do ministério do esporte.

Mas o martelo não está batido.

Na segunda-feira, no tabuleiro do xadrez ministerial, Temer ofereceu o Ministério do Esporte à bancada federal do PRB. Mas o partido, que até pouco tempo controlava a pasta - o deputado George Hilton era o ministro de Dilma - recusou o cargo, segundo seu presidente nacional, Marcos Pereira, por considerar que lidar com a organização dos Jogos Olímpicos do Rio na reta final seria problemático, podendo trazer ao partido mais desgastes do que benefícios.

A visão de Pereira é míope. E dá a dimensão do que se transformaram as articulações para a formação do novo governo. Partidos e políticos, mais uma vez, não parecem interessados em resolver as questões que afligem o país, mas miram prioritariamente seus interesses particulares e as benesses eleitorais - quiça financeiras - que a administração dos polpudos orçamentos ministeriais podem proporcionar.

Ainda mais míope, contudo, é a forma como vem sendo vista a indicação do novo ministro do esporte. É injustificável que um país que acaba de sediar uma Copa do Mundo e que está às vésperas de abrir uma Olimpíada, não tenha, já na iminência da escolha, o nome de uma personalidade com passado e formação profissional efetivamente ligados ao esporte. É um mal sinal. Tomara não leve à constatação de que as políticas públicas, as ações indispensáveis ao desenvolvimento do esporte nacional serão mais uma vez deixadas de lado.