Futebol Nacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Luiz Gomes: ‘Como Flamengo, Palmeiras e Atlético mudaram de patamar’

Com elencos qualificados, trio chega com força na reta final da Copa Libertadores e pode deixar o título continental novamente em solo brasileiro 

Palmeiras, Atlético-MG e Flamengo ainda estão na disputa pelo título da Libertadores (Fotos: Cesar Greco / Palmeiras; Pedro Souza / Atlético; CESAR OLMEDO / POOL / AFP)
Escrito por

O tamanho da superioridade brasileira no futebol sul-americano é inédito. Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG classificados para as semifinais da Libertadores, Athletico e Bragantino na briga pelo título da Sul-Americana. É muito pouco provável que as taças dos dois torneios continentais não venham para cá, certo?

Mas o que explica esse "fenômeno"?

Há um elemento importante, que começa fora de campo. Não é por acaso que foram esses os clubes brasileiros - à exceção do Galo – que mais se empenharam ao longo dos últimos anos em buscar o equilíbrio econômico, equacionar e quitar dívidas, vincular as despesas às receitas, profissionalizar, enfim, sua gestão, adotando conceitos e práticas empresariais. Com modelos diferentes, é verdade, mas todos pautados por um trabalho consistente e com foco no longo prazo.

+ Libertadores 'à brasileira'! Veja o que levou o futebol nacional à supremacia nesta edição da competição

Por que o Atlético-MG ainda é uma exceção? O poderio econômico do alvinegro das Gerais, que tem resultado em contratações do porte de Hulk e, agora, Diego Costa, é suportado não por um modelo estrutural, mas pela paixão de quatro mecenas, o grupo conhecido como 4 R's, formado pelos empresários Rafael e Rubens Menin, da construtora MRV e do Banco Inter, Renato Salvado, do Hospital Mater Dei na capital mineira, e Ricardo Guimarães, o principal acionista do Banco BMG e ex-presidente do clube. Juntos eles investiram algo como R$ 500 milhões, em empréstimos pessoais e a juros baixos ou mesmo sem juros.

+ Libertadores: os confrontos, datas e horários das semifinais

Se isso gera os resultados de curto prazo que se tem visto, com a ascensão técnica do Atlético e seu super elenco, nada garante que o futuro seja assim. Mesmo porque, situações como essa não são raras no futebol brasileiro, e o preço pode ser alto demais. O Santos pós Marcelo Teixeira, o Cruzeiro depois dos irmãos Perrela são exemplos acabados dos riscos do mecenato. De um dia seguinte que pode ser tenebroso. E vale lembrar que o Galo ainda tem a maior dívida entre os clubes brasileiros, algo superior a R$ 1 bilhão.

Hulk é um dos destaques do elenco do Galo (Foto: AFP)

Mas vamos voltar aos outros finalistas da Liberta e da Sula.

Flamengo, Palmeiras e Athletico – o Rubro-Negro carioca com mais intensidade -, além de buscar o equilíbrio das contas, trabalharam na reformulação de seus estatutos internos de forma a proteger o clube de aventureiros amadores e rompantes gastadores de um ou outro dirigente. Responsabilidade fiscal, mecanismos mais eficientes de auditagem e controle, instâncias de punição por abusos e democratização do processo eleitoral são algumas medidas que foram adotadas. Já o Bragantino encontrou com a RedBull não um mero patrocinador, mas um modelo de gestão consagrado internacionalmente em países como Alemanha, Áustria e EUA pela marca de energéticos e que ainda está muito longe de ser explorado em todo o seu potencial por aqui.

Sim, há no futebol tupiniquim algo mais no ar do que aviões de carreira. E quem não embarcar nesse voo corre o risco de ficar perdido no tempo. Mesmo fora dos grandes centros percebe-se um movimento rumo à profissionalização da gestão e a aposta no longo prazo. São trabalhos sólidos como o do Atlético-GO, do Fortaleza e do Ceará, e do Cuiabá que claramente começam a dar resultados e a elevar o patamar e a competitividade desses clubes.

Não é temerário afirmar que Flamengo e Palmeiras pavimentam uma era de firme liderança no futebol do Brasil e até do continente. Juntos, conquistaram as duas últimas Libertadores, os três últimos Brasileirões e a última Copa do Brasil. A eles pode se juntar o Atlético-MG se souber e conseguir usar o mecenato mais do que para contratar jogadores para colocar em dia as finanças e sua administração.

Dias melhores estão por vir.