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Fla-Flus dos títulos – Capítulo 3: De novo, só vence o Fluminense!

Nas finais de 1973 e 1984, Fluminense volta a deitar e rolar sobre o Flamengo nas decisões. L! recorda o título 'tricolor até debaixo d'água' e um 'Casal 20' que marcou época em campo

Fluminense 4x2 Flamengo - 1973 (Foto: Reprodução / Site oficial Fluminense)
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O reencontro do Fla-Flu em uma decisão do Campeonato Carioca não demorou a acontecer. Em 1973, houve uma nova edição da final, e o Fluminense, ao ritmo da chuva, desbancou o Flamengo. Passados 11 anos, veio novo encontro, e a história se repetiu: o tricolor, agora com um "Casal 20", deitou e rolou contra o adversário, e ainda se deu ao luxo de entoar um "recordar é viver...".

1973 - FLUMINENSE CAMPEÃO - 4x2

Em 1973, o Flamengo, atrás do bicampeonato, ganhou com sobras a Taça Guanabara. O Fluminense venceu o returno e o Vasco (vice nos turnos anteriores) levou o terceiro. O regulamento era insólito, pois indicava que o campeão do terceiro turno obrigatoriamente teria de jogar com um dos campeões dos turnos anteriores enquanto o outro esperava na decisão.

O Flamengo bateu o Vasco neste “jogo-extra” e foi para a finalíssima com o Fluminense no dia 22 de agosto, uma quarta-feira chuvosa. O Tricolor mantinha a base campeã carioca de 1969 e 1971. Já o Fla, ainda comandado por Zagallo (que também era o treinador da Seleção), apostava nos gols de Dadá Maravilha e no futebol de um garoto que era a Joia rubro-negra, Zico, com 20 anos e começando a ser usado como titular.

O público não foi dos maiores (para a época), pouco mais de 77 mil. E quem  foi viu um jogo sensacional, com o Flu abrindo 2 a 0 (Manfrini e Toninho), o Flamengo se lançando ao ataque e empatando o jogo com gols de Dario o segundo aos 33 da etapa final. Mas levou o 3 a 2 dois minutos depois. No fim, o lateral-direito Toninho, em noite de gala, completou. A curiosidade é que Toninho, anos depois, iria para o Fla (no famoso troca-troca de Francisco Horta) e se tornaria um dos maiores laterais da história do Rubro-Negro.

FLUMINENSE 4x2 FLAMENGO

LOCAL:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO: 74.073 pagantes
ÁRBITRO: José Favile Neto

Gols: Manfrini. 40/1T (1-0), Toninho, 45/1T (2-0); Dario, 25/2T (2-1), Dario, 33/2T (2-2), Manfrini, 35/2T (3-2) e Toninho, 39/2T (4-2)

FLUMINENSE: Félix; Toninho, Brunel, Assis, Marco Antônio, Pintinho, Cleber, Marquinhos, Dionísio, Manfrini, Lula. Técnico: Davi Ferreira (Duque)

FLAMENGO: Renato; Moreira, Chiquinho, Fred, Rodrigues Neto, Liminha, Zico, Vicentinho (Arílson), Dario, Sérgio, Paulo César. Técnico: Zagallo

OS DESTAQUES

NO FLUMINENSE

O time mesclava jogadores experientes(Félix e Marco Antônio), garotos que começavam a aparecer (Rubens Galaxie e Pintinho) e era muito equilibrado. Dois foram extremamente regulares: Toninho e Manfrini, os que mais jogaram na campanha e fizeram os gols na final.

NO FLAMENGO

Zico pela primeira vez começou a ser escalado como titular, mas o que enchia os olhos da torcida do Mengo era o ataque: Doval, a fera argentina, Dario, o
folclórico goleador que todos conhecem e tri no México, e Arílson, na época figurinha carimbada e constantemente convocado para a Seleção.

'Título na chuva'

Trecho extraído do livro 'Fla-Flu - O Jogo do Século', de Roberto Assaf e Clóvis Martins, da Editora Letras & Expressões

Mais de 70 mil torcedores dispuseram-se ir ao Maracanã apesar da chuva que
castigava o Rio naquela quarta-feira. Necessitado da vitória para forçar outro
jogo, o Flamengo foi todo ao ataque, e permitiu que o Fluminense fizesse 2 a 0. Depois, se fechou, Dario diminiu e, depois, empatou.

Empurrado pela torcida, o Flamengo avançou desordenadamente e permitiu ao
tricolor fazer dois, definindo a conquista. O título era consequência da ousadia de Duque, que barrara medalhões como Oliveira, Wilton e Gérson.

Fluminense venceu Brasileiro e Carioca em 1984 (Reprodução)

1984 - FLUMINENSE CAMPEÃO - 1x0

O Flamengo ganhou o turno, o Vasco, o returno. Mas o regulamento indicava que, se um time que não vencera nenhum dos turnos tivesse o maior número de pontos, entraria num o triangular final. Foi o que ocorreu com o Fluminense, que ganhou a vaga de presente do Flamengo, pois ambos terminaram com 33 pontos, mas o Fla empatara com o Campo Grande na penúltima rodada do returno e, na última, precisando de um empate contra o Flu, perdeu por 2 a 1 (gols do casal 20, Assis e Washington).

No Triangular, Fla e Flu venceram o Vasco e a final ocorreu no dia 16/4. O Tricolor era o atual campeão brasileiro e no Carioca anterior havia sido o campeão, ganhando do Fla no triangular com o mítico gol de Assis no último lance do jogo (e, depois, com o Fla vencendo o Bangu na partida final, o caneco foi para as Laranjeiras).  Embora tivesse um timaço, com Branco, Romerito, Assis, Washington, era visto como um time que tinha como ponto forte o espírito de luta, enquanto o Flamengo de Fillol, Mozer, Andrade, Bebeto, Leandro, Gilmar Popoca era mais habilidoso.

A torcida do Fla queria a forra de 1983, mas o que se viu no primeiro tempo foi o Fluminense melhor em campo e perdendo a chance de sair na frente numa bicicleta de Washington. Na etapa final o Flamengo foi melhor, mas uma cabe-
çada de Assis após cruzamento de Aldo matou o jogo. Flu 1 a 0. bicampeão. E de novo em cima do Fla.


FLUMINENSE 1x0 FLAMENGO

LOCAL:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO: 153.520
ÁRBITRO: José Roberto Wright

Gol: Assis, 30/2T (1-0)

FLUMINENSE:
Paulo Vítor, Aldo, Duílio, Vica, Renato, Leomir, Renê, Assis, Romerito, Washington, Tato. Técnico: Raul Carlesso (Carlos Alberto Torres, o técnico, estava suspenso)

FLAMENGO: Fillol, Jorginho, Leandro, Mozer, Adalberto, Andrade, Adílio, Tita, Bebeto, Nunes, Elder. Técnico: Zagallo

OS DESTAQUES

NO FLUMINENSE


O paraguaio Romerito era o craque, mas a torcida nutria fascínio pela dupla de ataque Washington e Assis, que viera junta do Atlético-PR e decidia a maioria dos jogos. Assis, aliás, se eternizou como o ‘Carrasco do Flamengo’ por causa de dois jogos, um deles esta final de 1984.

NO FLAMENGO

Tratava-se do time que ainda tinha a base campeã do mundo, mas sem Zico e Júnior. E uma garotada boa (Jorginho, Bebeto, Adalberto). A aposta era em cima de Tita, visto como o substituto de Zico, agora na Udinese. Esperava-se muito dele, mas faltou algo a mais. E ele logo sairia.

‘Carrasco’ repete filme

Trecho extraído do livro 'Fla-Flu - O Jogo do Século', de Roberto Assaf e Clóvis Martins, da Editora Letras & Expressões

Mais de 150 mil pessoas lotaram o Maracanã para ver uma repetição da quase-final do ano anterior. O Fluminense voltou a vencer por 1 a 0, gol de Assis, no fim do jogo e na mesma baliza que marcara em 1983.

A vitória tricolor foi um castigo ao Flamengo, que teve erros bobos no Carioca. A equipe passou a pressionar na etapa final. Mas, aos 30, em contra-ataque,
Aldo cruzou na medida e Assis não perdoou. Enquanto o “carrasco” ia comemorar, a torcida rubro-negra voltava a entrar em desespero.