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Clubes do Rio e Ferj dão ‘caminhão’ de desculpas contra a biometria

Em processo judicial, argumentação cita chance de filas e até pisoteamento. Enquanto isso, controle sobre quem entra nos estádios continua frouxo

Delmiro Junior/Raw Image
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"Vai ter fila, demora para entrar, o problema é da Polícia..." A justificativa dos clubes e Federação do Rio para se livrarem da obrigatoriedade de adoção da biometria nos estádios é longa. Enquanto ninguém se mexe - nem o poder público -, a identificação dos torcedores baderneiros nos estádios vira missão impossível, assim como barrar aqueles que estão impedidos pela Justiça de entrarem na praça de desporto.

Os quatro grandes cariocas, a Ferj e a CBF são réus em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Rio e chegaram, graças a uma liminar, a ficar obrigados a implantar, em um prazo de 90 dias, o sistema de biometria em todos os estádios do estado. A decisão, no entanto, foi revogada no mesmo mês de maio, após recurso aceito pelo desembargador Gilberto Matos, do Tribunal de Justiça do Rio.

Ao mesmo tempo, o Atlético-PR já passou a implantar a biometria para acesso em toda a Arena da Baixada. Na Arena do Grêmio, o processo de cadastro dos torcedores está em curso, mas apenas para os que estiverem no setor Norte, a famosa geral gremista.

Nos documentos enviados à Justiça, os réus enumeram uma série de pontos. O Vasco, cuja torcida protagonizou a mais recente confusão, ressalta que a biometria "transferir ao particular uma obrigação que compete única e exclusivamente ao Estado". O Cruz-Maltino aponta ainda que não daria para implantar em 90 dias porque "seria necessária a criação e manutenção de um enorme banco de dados para a identificação de todo torcedor".

A Ferj, pelo despacho do juiz, foi quem deu o maior número de argumentos. A entidade alegou que "em uma partida com expectativa de público de 50 mil pessoas, se cada pessoa demorar 5 segundos para a sua identificação biométrica, serão necessárias 69 horas para todo o contingente acessar o estádio", obviamente ignorando a existência de várias filas de acesso.

O Fluminense usa argumento similar sobre as filas e acrescenta que "os organizadores do evento futebolístico não possuem poder de polícia, e, portanto, não podem impedir que um torcedor portador de ingresso válido insira seu bilhete na catraca e adentre ao estádio".

O Flamengo, também réu, disse que "eventuais erros de leitura poderão ensejar o acúmulo e confinamento de pessoas, trazendo enorme risco de desencadear sufocamento e pisoteamento", completando que "a biometria é facilmente burlável".

O Botafogo entende que a biometria "não impedirá eventos de violência entre torcidas organizadas nos arredores dos estádios". O Glorioso ainda cita que "a legislação aplicável não autoriza que pessoas jurídicas de direito privado participem da rede INFOSEG", o banco de dados do Ministério da Justiça e de outros órgãos públicos, considerando a natureza sigilosa das informações.

ONDE HÁ APOIO?

Quem vai na contramão da argumentação dos cariocas é o Atlético-PR. Desde 2015, o sistema de biometria está instalado no setor Sócio Furacão Fan, onde fica localizada a torcida organizada. E, em maio, o clube paranaense anunciou que a medida será estendida. O planejamento era implantação em julho, mas o pontapé inicial foi prorrogado para agosto.

Para tal, o Furacão irá instalar 120 catracas no estádio, cuja capacidade aproximada é de 40 mil torcedores. O clube negocia para ter acesso ao banco de dados dos órgãos de segurança do Paraná, segundo relato ao jornal O Globo.

A Arena do Grêmio vai no mesmo caminho. O processo de cadastro está em curso e vai abranger quem quiser assistir às partidas no setor Norte, onde ficam as organizadas.