Escrito por Lance!
Um W.O duplo de Chapecoense e Atlético-MG marcou, neste domingo à tarde, o encerramento do ano esportivo em Chapecó (SC), ainda sob o abalo da morte de jogadores e integrantes da comissão técnica do clube catarinense na queda do avião da Lamia em 29 de novembro, na Colômbia. Os dois times perderam três gols e não pontuaram, mas, na prática, não foram afetados na classificação geral.
Os árbitros escalados para a partida foram Rodrigo D'Alonso Ferreira, responsável pelo protocolo, e os assistentes Henrique Neu Ribeiro e Johnny Barros de Oliveira, todos da Federação de Santa Catarina. Como os clubes já haviam combinado o W.O, o trio de arbitragem não chegou a entrar em campo. Uma bola foi exposta sobre uma estrutura, no gramado, conforme o padrão exigido para esse tipo de situação. Os árbitros ficaram no vestiário e, depois dos 30 minutos previstos pelo regulamento, foi decretada a derrota dos dois times.
A decisão pelo W.O duplo foi tomada depois que o Atlético-MG, em respeito à dor causada pela tragédia, anunciou que não participaria do jogo. A Chape poderia vencer pela ausência do adversário, mas a diretoria alviverde optou por também não entrar em campo. A partida não pôde ser cancelada porque a CBF informou que não há previsão legal para esse tipo de medida.
O Regulamento Geral das Competições, da CBF, prevê, no artigo 19, que um jogo pode ser suspenso, entre outros fatores, por "fato extraordinário que represente uma situação de comoção incompatível com a realização ou continuidade da partida". Até aí, havia a impressão de que o cancelamento seria viável. Mas o artigo 21 diz que "as partidas não iniciadas por quaisquer dos motivos identificados no artigo 19, serão complementadas no dia seguinte às 15h, no mesmo local". E acrescenta que, na impossibilidade de jogo entre as equipes no dia seguinte, uma nova data teria que ser marcada. Ou seja, haveria apenas um adiamento, o que não interessava às equipes e não seria viável pelo calendário do campeonato, já na última rodada.