Futebol Nacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Políticos, coronel, cartolas ligados a clubes: quem são os oito vices da CBF

Eleição de Rogério Caboclo fez subir de cinco para oito o número de vice-presidentes da CBF, o maior número na história da entidade. O L! detalha quem são os escolhidos

Divulgação
Escrito por

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conheceu seu novo presidente no último dia 17: trata-se de Rogério Caboclo, candidato único, responsável por liderar a entidade de abril de 2019 a 2022. Junto a ele, outros oito nomes  foram eleitos por aclamação para cargos na vice-presidência. O LANCE! apresenta um perfil com todos os novos nomes que completam a alta cúpula, grupo alinhado com o ex-presidente, banido, Marco Polo Del Nero. 

Todos os oito eleitos para a diretoria tomarão posse apenas no ano que vem, quando começa o mandato de Caboclo. São eles: Antônio Aquino Lopes, Antônio Carlos Nunes, Castellar Guimarães Neto, Ednaldo Rodrigues, Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Gustavo Feijó e Marcus Vicente.

A função de um vice-presidente é substituir o líder máximo em diversas situações. Por exemplo, quando o mesmo está impossibilitado por viagem, doença, impeachment ou impedimento judicial - caso comum na entidade. Em clubes e empresas, estão responsáveis por cuidar de assuntos específico para seus setores ou regiões. 

Houve um crescimento no número de vices-presidentes da CBF se comparado com a gestão anterior. Eram cinco nomes até novembro de 2016, com Marco Polo Del Nero. Com a chegada de Rogério Caboclo, o número aumentou para oito - a maior quantidade da história da entidade. Quem são eles?

Os oito vices de Caboclo

Coronel Antônio Nunes – Talvez seja a figura pública mais conhecida entre os nomes eleitos. Ex-presidente da Federação do Pará, foi o braço direito de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, este substituído por Nunes na CBF após o banimento. Aos 81 anos, o atual presidente em exercício é o vice mais velho entre os eleitos.

Coronel Nunes é conhecido pelas suas gafes públicas, por isso, recentemente, optou por ser mais silencioso. Após alguns constrangimentos, passou a ser blindado em suas aparições. É conhecido por sua forma discreta de atuar e formar alianças dentro da entidade. Ex-Comandante Militar, tem o pulso firme e a ordem como suas principais formas de impôr respeito. Apesar disso, dirigentes o adjetivam como "pessoa tranquila e de boa conversa".

Apesar de ser presidente da Federação do Pará, levantou polêmica ao ser eleito como vice-presidente da Região Sudeste, em dezembro de 2015. A proximidade entre Coronel Nunes e Marco Polo Del Nero é bastante criticada nos bastidores, sendo visto como um nome controverso dentro da entidade. 

Nunes foi ouvido na CPI do Futebol e durante investigações sobre corrupção na CBF. Na época, ele afirmou que "não acreditava em corrupção" na entidade nacional. É o nome mais forte entre os vices eleitos. 

Coronel Nunes é o presidente em exercício (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Fernando Sarney – Com a suspensão de Marco Polo Del Nero em 2015, o empresário se tornou o representante da CBF em relações diretas com a Fifa. Ele foi eleito vice-presidente em 2004, mas está na entidade desde 1998, quando assumiu como Diretor de Relações Governamentais e Institucionais. 

Fernando é filho de José Sarney, ex-presidente da República e um dos nomes mais influentes na política nacional nos anos 1990. É respeitado dentro da CBF por ser um dos nomes mais antigos na alta cúpula, sendo indicado por Ricardo Teixeira e trabalhado com todos os sucessores até chegar em Rogério Caboclo. 

Sarney foi um dos representantes da delegação brasileira no sorteio dos grupos para a Copa do Mundo da Rússia, em Moscou. Entre os vices, se destaca por fazer parte do Conselho Internacional da Fifa, e também participa de ações da Conmebol - onde é membro - pela América do Sul. 

O cartola carrega uma lista de investigações criminais, mas nunca foi condenado judicialmente. Entre elas, estão: evasões de divisas, cerceamento de liberdade de imprensa, formação de quadrilha e ilícitos eleitorais. Sarney, no entanto, nega boa parte das acusações. 

Fernando Sarney é filho de José Sarney (Foto: Reprodução)

Gustavo Feijó – O cartola passou por duas reeleições recentes: manteve seu cargo na prefeitura de Boca da Mata, no interior de Alagoas, e segue como vice-presidente da CBF. Filiado ao PMDB, ele obteve 8.034 votos (55,02%) na eleição municipal de 2016; na entidade do futebol está no posto desde 2015.

O capítulo mais polêmico da trajetória de Feijó esteve na investigação da Polícia Federal, intitulada "Bola Fora", onde foi alvo de esquema de caixa 2 envolvendo sua campanha política em Boca da Mata. Na época, o cartola se defendeu afirmando que todos os gastos foram declarados e aprovados pela Justiça Eleitoral.

Também foi denunciado à Fifa por usar vídeos de atletas da Seleção Brasileira sem autorização. Nomes como Neymar, Renato Augusto e Rogério Micale gravaram vídeos com mensagem para a cidade de Boca da Mata. Ao L!, o dirigente afirmou que conversou com o estafe dos atletas antes da exibição.

Apesar das polêmicas, o nome do cartola é respeitado em Alagoas - e apoiado pelos presidentes dos dois principais clubes do Estado. Marcos Barbosa, do CRB, e Rafael Tenório, do CSA, são assumidamente favoráveis à gestão. Dirigentes de clubes menores também mostram apoio ao mandatário. 

Gustavo Feijó tem forte apoio em Alagoas (Foto: Divulgação)

Marcus Vicente – Eleito deputado federal pelo PP (ES), assumiu a presidência da CBF de forma interina quando o licenciado Marco Polo Del Nero deixou o cargo, em 2015. Não é uma unanimidade, mas visto como "tapa buraco" entre os vices. Foi presidente da Federação Capixaba de Futebol de 1994 até 2015 e um dos grandes aliados da entidade desde a gestão Ricardo Teixeira. 

Apesar da influência externa, a opinião dentro do Espírito Santo não está entre melhores. Não é difícil encontrar quem ligue o nome de Marcus como um dos principais responsáveis por levar o futebol capixaba ao "fundo do poço". É chamado de "peça de atraso" em meio à evolução de tantas federações pelo país. O Estado não tem um clube na Série A desde 1993.

Marcus foi chefe de delegação da Seleção Brasileira em partidas da eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, tendo acompanhado a equipe até fora do país. Esteve presente em Buenos Aires e Salvador, nos confrontos contra Argentina e Peru, em novembro de 2015.

O cartola foi investigando na CPI da CBF-Nike, em 2001, sendo acusado pelo não recolhimento de impostos e falta de registros contábeis da FES 1995 e 2000. Os cartolas dos clubes capixabas também não o aprovam, apesar dele ter durado mais de uma década à frente da FES. 

Marcus Vicente já foi presidente interino da CBF (Foto: Reprodução)

Antônio Aquino – Presidente da Federação do Acre, é visto como um personagem folclórico pelos seus críticos e como uma pessoa de grandes avanços pelos seus apoiadores. Divide opiniões quanto a sua personalidade, mas é bastante elogiado pelo seu trabalho. Foi eleito em 2014 para seu sexto mandato frente à entidade - ocupa o cargo desde 1984.

É conhecido por ser uma pessoa extremamente focada e dedicada ao futebol acreano. Toniquim, como é mais conhecido, tem personalidade forte e carrega sua seriedade a nível extremo - a ponto de ser considerado "emburrado" por muitos. Seu trabalho conta com apoio da maioria dos clubes, sendo de maior ou menor expressão.

Ele carrega a profissionalização do futebol acreano e a criação de um estádio próprio no Estado como maiores trunfos de sua gestão. Conseguiu classificar três clubes para competições nacionais: o Atlético Acreano, na Série C, e o Rio Branco e Placido de Castro, na Série D.

Antônio Aquino profissionalizou o Acre (Foto: Reprodução/CBF TV)

Castellar Neto – Presidente da Federação Mineira, Castellar Neto assumiu em junho de 2014, aos 31 anos, se tornando o mais jovem presidente da história das federações. O cartola não contou com o apoio das Federações do Rio de Janeiro e São Paulo para representar o Sudeste na entidade.

A opinião sobre Castellar Neto entre os dirigentes dos clubes mineiros é bem dividida. Entre as principais críticas, está ser chamado de "atleticano demais", por não conseguir dizer "não" quando o Atlético-MG está em pauta. Também foi questionado por "questões financeiras" que envolvem a FMF.

Esta é a primeira vez na história que a FMF terá um dirigente à frente da instituição nacional representando o estado de Minas Gerais. Pelo lado positivo, foi citado como um dirigente de boa lábia, aberto para ideias e disposto a conversar com todos. 

Castellar Neto também faz parte do Comitê “Players Status”, da FIFA. A Comissão, criada por Gianni Infantino, é a responsável por vistoriar a situação dos jogadores com às normas de registro e transferências. Bacharel de Direito, também está responsável por litígios envolvendo atletas e clubes. 

Castellar é presidente mais jovem entre federações (Foto: Divulgação)

Ednaldo Rodrigues – Há 16 anos no comando da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo teria de cumprir seu mandato até 2019, mas foi chamado para assumir o cargo na CBF. O mandatário sempre foi um aliado de Ricardo Teixeira, mas crítico à gestão de Marco Polo Del Nero. 

Sua gestão foi marcada pela boa relação que tinha com as ligas de futebol do interior baiano e parte dos clubes, mas as reeleições trouxeram críticas. O Campeonato Baiano, por exemplo, não dava premiação ao campeão - o que intensificou os pedidos pela sua saída do cargo. 

Em 2017, Ednaldo esteve como chefe da delegação da Seleção Brasileira nos amistosos contra Japão e Inglaterra, fato que aconteceu também em 2013, quando chefiou a delegação no amistoso contra a mesma Inglaterra, em Londres, ao lado do então técnico Luís Felipe Scolari.

O mandatário carrega prestígio no Norte e Nordeste do Brasil, contando com o apoio da maioria dos cartolas dessas regiões. Os pontos positivos do seu atual mandato na federação está em carregar a bandeira do futebol feminino e da reestruturação das categorias de base na Bahia.

Ednaldo era aliado de Ricardo Teixeira (Foto: Divulgação/CBF)

Francisco Novelletto – Atual presidente da Federação Gaúcha de Futebol, foi reeleito para o comando da FGV até 2019. A chapa da situação teve aclamação dos afiliados e está no comando desde 2003. Na ocasião, o Grêmio foi o único clube a não assinar a inscrição de apoio à chapa da situação na eleição.

O motivo não foi revelado, mas é sabido que o mandatário é assumidamente torcedor do Internacional, inclusive com parte no Conselho do clube. Novelletto é elogiado entre os dirigentes, menos quando tem relação com o Colorado. Apesar de não ter o seu nome criticado diretamente, sua gestão é alvo de críticas por "pender para o lado deles".

Entre os principais elogios, está o fato do dirigente lutar pela continuidade do Campeonato Gaúcho - principalmente no que diz respeito aos clubes do interior. Não é surpresa vê-lo vistoriando os estádios para ver as situação que se encontram, assim como a busca por melhorias nos gramados. 

Novelletto conviveu com um problema no Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul. O órgão pediu a condenação do dirigente por 'agir de má fé e não comparecer na audiência para regularização de fiscais que trabalham na arrecadação de jogos'. O mandatário apresentou um atestado médico como justificativa e seus advogados alegaram que o mesmo estava no exterior. 

Novelletto está no comando desde 2003 (Foto: Divulgação/FGF)