O jornalista Eric Faria fez uma avaliação do início de trabalho de Carlo Ancelotti na Seleção Brasileira. A análise do comunicador aconteceu após a derrota do Brasil para a Bolívia por 1 a 0, da última terça-feira (9), fora de casa, em El Alto, na altitude de 4.100 metros, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
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Durante o programa "Troca de Passes", dos canais Sportv, o comunicador se mostrou preocupado com o futuro da Seleção Brasileira. Eric Faria comentou que, até o momento, não viu uma grande evolução da equipe nacional sob o comando do consagrado treinador italiano.
- O que temos que tirar dessas Eliminatórias? Que o Brasil fez um torneio muito ruim. E mesmo com o Ancelotti, vi uma empolgação de muita gente, que não concordo. Tirando esse jogo (contra a Bolívia), não vi nada muito diferente do que a gente viu com o Dorival Júnior e com o Fernando Diniz. Um pouco melhor aqui ou ali, e tal, mas assim, não vi grandes mudanças e transformações - disse o comentarista, antes de completar.
- Os outros três jogos que o Ancelotti fez, tirando esse, foram 0 a 0 com o Equador, em Guayaquil, onde o Brasil jogou bem mal. Os outros dois adversários em casa, o Paraguai 1 a 0, e o Chile, bom, perdeu até para a Bolívia em casa. Tem muito trabalho a ser feito. A geração é boa, o treinador é experiente, mas se for olhar agora, temos nada ou bem pouco para disputar uma Copa do Mundo - concluiu.
Como foi a derrota da Seleção Brasileira?
Texto por: Márcio Dolzan
Na véspera do jogo, Carlo Ancelotti dissera que não conhecia os efeitos da altitude, mas que a comissão técnica da Seleção o estava municiando com todo tipo de informação. A programação da equipe também foi diferente, sendo que o Brasil chegou à Bolívia menos de quatro horas antes de a bola rolar. A ideia era fazer com que os jogadores sentissem o mínimo possível.
Mas os primeiros 50 minutos de jogo demonstraram que, mesmo com todos os cuidados prévios, a Seleção Brasileira não parecia preparada para enfrentar os bolivianos. Porque apenas eles jogaram.
Foram 15 chutes a gol, ante apenas quatro do Brasil. Alisson, um dos únicos dois titulares do time — Bruno Guimarães foi o outro —, foi quem mais trabalhou entre todos os jogadores da Seleção.
A demonstração inequívoca de que os comandados de Carlo Ancelotti estavam com o pé no freio também veio de Alisson, que toda vez que estava com a bola retardava ao máximo para colocá-la em jogo.
No ataque, Samuel Lino desistiu de buscar um lançamento em profundidade pela esquerda para poupar fôlego, enquanto Luiz Henrique, que na quinta-feira passada entrara no segundo tempo no Maracanã e construiu dois gols em arrancadas, dessa vez não conseguiu vencer nenhum duelo na direita no primeiro tempo.
Mas, apesar de estar bem à vontade, a Bolívia só conseguiu abrir o marcador de pênalti, nos acréscimos e com o auxílio do VAR. Aos 48, o árbitro chileno Cristian Garay foi chamado ao monitor e assinalou pênalti de Bruno Guimarães. Miguelito cobrou e Alisson chegou a tocar na bola, mas ela morreu no fundo da rede.
No segundo tempo, o Brasil voltou com mais atitude diante da Bolívia. Àquela altura, os bolivianos garantiam uma vaga na repescagem graças à derrota parcial da Venezuela para a Colômbia. Foi quando Ancelotti decidiu mexer no time, aos 15.
De uma só vez, entraram Marquinhos, Estêvão, Raphinha e João Pedro. Pouco a pouco, a Seleção começou a se insinuar sobre a Bolívia. O Brasil foi ganhando campo e as chances de gol, ainda que timidamente, começaram a surgir, quase sempre em chutes de média distante. Mas o tempo foi passando e o Brasil cansando. No fim, o placar foi mesmo 1 a 0.