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Câncer de testículo: entenda o que é e qual é o perfil mais atingido pelo tumor do jogador Jean Pyerre

Considerado raro, o câncer de testículo, curiosamente, é mais comum em jovens na faixa dos 15 aos 40 anos -- predominantemente entre 20 e 34 anos

Jean Pyerre foi jogar na Turquia, mas teve que voltar ao Brasil após diagnóstico (Itamar AGUIAR / AFP)
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O meia Jean Pyerre, que pertence ao Grêmio, mas foi emprestado ao Giresunspor, da Turquia, afirmou nesta quinta-feira, 3, ter sido diagnosticado com câncer no testículo. O jogador se apresentou na semana passada, mas decidiu voltar para realizar o tratamento no Brasil.

O líder do Centro de Referência em Tumores Urológicos do A.C.Camargo, Dr. Stênio Zequi, falou sobre o público mais acometido pelo tumor e também sobre comportamentos que podem aumentar o risco.

- Atinge o homem no auge de sua vida sexual, reprodutiva e de sua capacidade de trabalho, então causa um impacto grande em sua qualidade de vida e em seu entorno. A ótima notícia é que, com o avanço em tratamentos como quimioterapia e cirurgias, o câncer de testículo apresenta mais do que 95% de chances de cura nas fases iniciais - explica o Dr. Stênio.

Fatores de risco
Conheça as características e comportamentos que podem aumentar o risco de um câncer de testículo:

• Homens inférteis ou com atrofia nos testículos
• Idade: é mais comum na faixa dos 15 aos 40 anos
• Etnia: homens brancos têm dez vezes mais chance de tê-lo
• Desenvolvimento anormal dos testículos
• Criptorquidia: testículos que não desceram para o escroto antes do nascimento -- homens que passaram por cirurgia para corrigir o problema também correm risco maior
• Histórico familiar ou pessoal de câncer de testículo
• Síndrome de Klinefelter
• HIV
• Uso de maconha

O câncer de testículo e a maconha
- Comum entre os jovens, o abuso da maconha por um tempo prolongado contribui para alguns tipos de câncer, como o de testículo, além de causar infertilidade - conta o Dr. Stênio Zequi, que também é cofundador e coordenador do Latin American Renal Cancer Group, o LARCG.

Essa relação já foi comprovada em alguns estudos, entre eles um publicado em 2019 pela revista científica Journal of the American Medical Association. Tal trabalho concluiu que quem consome maconha a longo prazo pode elevar em até 36% a chance de desenvolver um câncer de testículo.

Diagnóstico do câncer de testículo
O diagnóstico de câncer de testículo costuma vir da palpação do médico, que pede uma ultrassonografia para confirmar ou não o tumor.

Exames de sangue, que medem a dosagem de marcadores tumorais, também colaboram para o diagnóstico.

- O que se recomenda é que não haja uma super preocupação com prevenção e autoexame, que geram ansiedade, desconforto e até dor. Mas, claro, é preciso ter atenção e procurar um médico caso haja aumento, deformidade ou endurecimento do testículo, que em geral não dói muito - alerta o Dr. Stênio Zequi.

Fertilidade e atividade sexual
Altamente curável, o câncer de testículo, geralmente, é sanado a partir de uma cirurgia simples.

- Em geral, remove-se um testículo, mas o outro remanescente dá conta de todas as funções hormonais, sexuais e reprodutivas, sem grandes prejuízos para este homem - avisa o médico.

Todavia, vários pacientes com tumores testiculares podem apresentar alterações de sua fertilidade e poderão necessitar de fertilização assistida quando desejarem filhos.

- Em casos avançados ou metastáticos, as taxas de cura são elevadas. Nesses quadros, associamos quimioterapia a cirurgias no abdome também. Sempre que o paciente faz quimioterapia, é importante reservar esperma nos bancos de sêmen para eventual paternidade - complementa.