Loucos da Cabeça

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Luiz Gomes: ‘É preciso respeitar Abel e o presidente Bittencourt’

Eliminação na Libertadores pode ter iniciado uma crise sem fim no Fluminense

Abel Braga é o atual técnico do Fluminense (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)
Escrito por

Mário Bittencourt não é o melhor presidente do mundo. Não é sequer um dos melhores que o Fluminense já teve. Mas é certamente muito melhor do que os últimos que sentaram na sua cadeira no gabinete da sede das Laranjeiras.

Abel Braga também não é o melhor técnico do mundo. Talvez não seja sequer um dos melhores que já passaram pelo Fluminense - apesar de ter no clube uma história em muitos momentos bem sucedida. Mas está longe de ser um mau técnico, um cara desatualizado e desprezado.

Todo mundo, eu, você, todos nós cometemos erros. Em algum momento tomamos decisões infelizes. Às vezes são apenas detalhes mas que cobram um preço muito alto na frente. Mário Bittencourt e Abel também erram.

O presidente errou ao anunciar a negociação de Luiz Henrique, uma joia rara , mexendo com a cabeça do menino tendo uma decisão pela frente na Libertadores. Abel errou na escalação, na proposta de jogo, nas substituições, o que tornou ainda mais dolorido o desastre de Assunção.

Mas não foram os únicos. Não foi Bittencourt quem bateu os três pênaltis desperdiçados. Não foi Abel, mas Biel, quem perdeu um gol feito que poderia mudar a história do jogo. E foi Nino que foi expulso complicando ainda mais a situação do time em campo.

O futebol é paixão. E a paixão tem uma linha tênue a lhe separar da irracionalidade. Há apenas uma semana, do alto de uma impressionante sequência de vitórias e da conquista da Taça Guanabara - há algo mais insignificante do que isso? - Abel e Bittencourt eram ovacionados como se comandantes fossem de uma nova era no Tricolor. Os jogadores eram um time de guerreiros.

A derrota no Defensores del Chaco mudou tudo isso como um passe de mágica. E os heróis viraram vilões. Pior do que isso, foram agredidos verbal e fisicamente. Mais uma cena intolerável de violência - em meio a essa assustadora sequência que tem acontecido por todo o país, um prenúncio da tragédia que está por vir no futebol brasileiro. E que só não vê quem não quer.

O Fluminense - a imensa maioria da torcida entende isso - passou temporadas estacionado no meio da tabela ou brigando ali embaixo para não entrar na zona da degola. Nos dois últimos anos classificou-se para a Libertadores. E isso não é obra do acaso, mas de bases sólidas que vêm sendo erguidas nas Laranjeiras e em Xerém. E que passam por uma gestão se não austera, responsável e compromissada com o futuro.

Não há outra saída, não há outro caminho. Interromper o trabalho de recuperação iniciado por MB - seja com ele ou um outro qualquer, de situação ou oposição no clube - é aventurar-se em trilhas que certamente vão levar o Tricolor outra vez a um destino incerto.