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Atrasos salariais x futebol forte: Os desafios de Mário Bittencourt no Flu

Empossado na presidência tricolor, advogado começa efetivamente nesta terça-feira a trabalhar como mandatário do clube. Questão financeira é o principal problema

Mário terá três anos e seis meses à frente do Fluminense (Foto: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC)
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Devidamente empossado, Mário Bittencourt inicia nesta terça-feira, efetivamente, o seu mandato à frente do Fluminense, com duração até dezembro de 2022. Faltando apenas uma partida para a pausa da Copa América, a nova diretoria tricolor terá um mês para tentar resolver os problemas mais urgentes do clube, que não são poucos.

A começar pelos salários atrasados, que atualmente é a grande preocupação do mandatário. O Fluminense deve aos jogadores os meses de abril e maio (CLT), cinco meses de direitos de imagem, que apenas alguns atletas recebem, além de do 13º e férias de 2018.

No Fla-Flu do último domingo, Mário esteve com o elenco, antes e depois do clássico, reforçando o compromisso de zerar as pendências. A conversa foi positiva, com o presidente recebendo o voto de confiança por parte dos jogadores e também da comissão técnica. A partir desta terça-feira, a conversa vai ser com os funcionários das Laranjeiras. 

- Nós tivemos uma conversa boa no domingo e ontem também. Pretendo vir hoje nas Laranjeiras para conversar com os funcionários daqui, para dizer que nós estamos correndo bastante atrás. Não demos obviamente nenhuma solução mágica, ou seja, é trabalhar bastante, firme, para tentar regularizar essa situação. Esse é o primeiro passo - revelou Mário Bittencourt.

A nova diretoria sabe que só conversar não vai bastar. Para resolver de fato essa questão, vai ser necessário controlar a dívida, que gira atualmente em torno de R$ 700 milhões, evitar as penhoras, fazendo com que o clube tenha fluxo de caixa. Mário Bittencourt se mostrou confiante de que pode enfrentar bem esse problema. 

- Eu estive aqui por 18 anos e conheço bem o clube. Sei como que a gente faz para administrar essa situação, que é diferente de resolver. Para resolver é necessário um aporte financeiro de R$ 700, 800 milhões, quase R$ 1 bilhão. Óbvio que isso não será feito da noite para o dia, mas sim, se criando mecanismos para controlar a dívida, e eu conheço bastante essa área porque fiquei à frente dos processos durante muitos anos. 

Além de administrar a dívida, é necessário obter receitas. Em pauta, conversas para um patrocinador master e um fornecedor de material esportivo, tendo em vista que a Under Armour, atual parceira, vai deixar o mercado brasileiro no fim do ano. O presidente revelou que existem conversas positivas quanto a isso.

- Existem conversas com dois fornecedores de materiais esportivos. Não revelamos na época da campanha para não parecer eleitoreiro, como não anunciaria agora para não atrapalhar as negociações. Quanto a patrocínio master, tivemos uma conversa bastante interessante na sexta-feira, mas ainda é uma conversa preliminar. Teremos uma nova conversa na quarta-feira.

Mário terá ao seu lado Celso Barros no comando do futebol <br>(Foto: Mailson Santana|Fluminense)

Avaliação do elenco e manutenção de Fernando Diniz

O novo presidente é um entusiasta do técnico Fernando Diniz, que apesar de fazer o time jogar bem, não está conseguindo uma sequência de vitórias. No entanto, para Mário Bittencourt, o treinador está fazendo um bom trabalho e afirmou que a avaliação não será feita apenas em resultados. 

- Diniz será o treinador. Já falamos algumas vezes. Quando a gente fala em avaliar o trabalho, isso é profissionalismo. Óbvio que tem que ser avaliado. Avaliar não significa que vai ser mexido. O trabalho é muito bom até aqui e será avaliado em todos os sentidos, não só pela questão dos resultados. Se o resultado não vier e o trabalho for bom, o trabalho segue. Os dois últimos jogos têm mostrado que o trabalho está se solidificando.

Quanto ao elenco, Mário Bittencourt também foi só elogios. O mandatário tricolor admitiu que mesmo com poucos recursos, o Fluminense conseguiu ter um grupo competitivo.

- Dentro das condições do Fluminense, esse elenco foi muito bem montado. Eu não sei exatamente o valor da folha, mas gira em torno de R$ 3,6 milhões, R$ 4 milhões ao mês. Nós estamos falando de uma folha baixa, em relação a outros clubes. Acho que o elenco é bastante satisfatório, é bom e o treinador também, que faz um trabalho espetacular.

Reforços também estão em pauta da nova diretoria, porém o presidente afirmou que não teremos novidades nesta semana, mas sim a partir da próxima segunda-feira, quando se reúne com o departamento de futebol.

- Quando se fala em reforçar o elenco, não significa que os jogadores que lá estão não são úteis. Existem algumas conversas sim, mas não acontecerá nada essa semana. O Fluminense joga quinta em Chapecó e viaja nesta terça-feira. Então vamos começar a tratar sobre esse assunto a partir de segunda-feira.

Diniz tem moral com o chefe (Foto: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE)

Pensar grande e foco na Copa Sul-Americana

Apesar das dificuldades financeiras, a nova diretoria do Fluminense pretende mudar uma incômoda situação que acompanha o time no Campeonato Brasileiro. Desde 2014, o Tricolor não fica entre os dez primeiros colocados. Portanto, para Mário Bittencourt, a gestão precisa ser responsável, no entanto, sem abrir mão de pensar grande.

- A gente assume o clube e não nos interessa olhar para trás. Você está diante de dois caras que tiveram erros e acertos, sem nunca ter fugido da responsabilidade. Temos que ser responsáveis, mas temos que pensar grande. Quando conversamos com um possível patrocinador, nos foi perguntado se tínhamos o interesse em contratar grandes jogadores. Isso é óbvio. Tudo na vida, você precisa correr o mínimo de risco. O Fluminense já tem quatro anos que fica na segunda página da tabela.

Atualmente o Fluminense tem 7 pontos e ocupa a 16ª posição na tabela do Campeonato Brasileiro, estando fora da zona do rebaixamento devido ao saldo de gols (-3 contra -6 do Fortaleza). Por isso, o maior foco está na Copa Sul-Americana.

- Clubes que não possuem a capacidade de investimento alto, tem que disputar as competições de mata-mata olhando para ela como um prato de comida. Celso falou isso para eles e eu reforcei, porque temos uma enorme chance de ganhar a Copa Sul-Americana e a gente queria muito que eles se empenhassem para isso.

Flu pega o Peñarol nas oitavas de final da Copa Sul-Americana <br>(Foto: JOAQUIN SARMIENTO/AFP)

Clube forte fora de campo

Além de resolver o problema financeiro, Mário Bittencourt e Celso Barros esperam fortalecer o Fluminense politicamente. Após a eliminação do time na Copa do Brasil, Paulo Henrique Ganso reclamou que o clube não tem força fora de campo e por isso o time foi prejudicado pela arbitragem. O novo presidente tricolor afirmou que essa história não vai se repetir.

- Essa representatividade será feita por nós dois. Tanto na CBF como na Conmebol. Essa representatividade precisa ser nossa. Sobre o Ganso, eu entendo por que ele falou, mas essa declaração tem que ser dita de cima. Porque ele joga e o presidente não, e com isso, pode ser punido, prejudicando o Fluminense. Cabe a nós fazer essa representatividade, também com os jogadores.

Por fim, Mário Bittencourt prega a união do futebol carioca, com o intuito de fortalecer os clubes, que estão ficando para trás no cenário nacional.

- Eu já conheço todos eles. O Landim eu o encontrei apenas uma vez, o Nelson Mufarrej eu o encontrei algumas vezes, uma grande figura. O Campello mora no mesmo bairro, então nos encontramos em algumas situações, os nossos filhos estudam na mesma escola, enfim, tenho uma boa relação com todos. Só que a gente precisa se unir porque nós estamos vendo um distanciamento, aqui dentro já, e para outras praças. Eu posso garantir que chegando hoje, junto com o Celso, nós faremos de tudo para formar um grande bloco de união para recuperar o futebol mais charmoso do Brasil.

Mário Bittencourt pretende unir o futebol carioca<br> (Foto: Divulgação/Armando Paiva)