O lançamento oficial da SAFiel ocorreu na manhã desta terça-feira (28), no Museu do Futebol, nas dependências do Pacaembu. O projeto visa transformar o Corinthians em uma 'SAF democrática', em que os torcedores seriam acionistas do clube.
Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse e Lucas Brasil, idealizadores do projeto, explicaram o projeto e concederam entrevista após o rito. A proposta será encaminhada ao Parque São Jorge para análise de Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians.
- Entregaremos no Parque São Jorge hoje, à tarde, uma proposta oficial para dar o próximo passo. Essa proposta estará pública no nosso site - disse Carlos Teixeira, um dos idealizadores da SAFiel.
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Entenda o projeto da SAFiel
A SAFiel propõe uma nova estrutura de gestão para o Corinthians. O projeto parte da ideia de criar uma SAF 'democrática', em que torcedores e o próprio clube seriam os sócios. O plano prevê que o Parque São Jorge aporte o futebol e as dívidas da instituição, enquanto a SAFiel assume a responsabilidade pelo pagamento das pendências e pela captação de novos investimentos, operando dentro de um modelo empresarial, com governança profissional e metas de sustentabilidade financeira.
A estrutura da SAFiel seria composta por quatro conselhos: Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança, todos formados e eleitos pelos próprios acionistas torcedores. Esses órgãos teriam autonomia para indicar o CEO e fiscalizar a gestão, com base em regras definidas no estatuto da futura SAF. O modelo também prevê uma limitação no poder de voto de grandes investidores, garantindo que a participação da Fiel não seja simbólica, mas efetiva.
A inspiração vem de casos de sucesso internacionais, como o Green Bay Packers, da NFL, onde os torcedores se tornaram acionistas e ajudaram a refundar a equipe de forma sólida e participativa. No caso corinthiano, a ideia é que a SAFiel sirva como uma refundação administrativa e financeira, permitindo que o clube se modernize, quite dívidas e volte a competir de forma sustentável, mas sem perder o elo com sua torcida, considerada o principal ativo da instituição.
Injeção financeira
O projeto prevê que as ações da SAFiel sejam amplamente acessíveis aos torcedores, permitindo a participação de corinthianos de diferentes faixas de renda. Para garantir o caráter democrático da proposta, nenhum acionista poderá concentrar poder de voto superior a 1,8% do capital social, mesmo que detenha uma fatia maior em ações. A medida busca impedir que grandes investidores tenham influência desproporcional nas decisões do clube, preservando o equilíbrio entre todos os participantes.
De acordo com as estimativas dos idealizadores, a SAFiel poderia captar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,5 bilhões em investimentos. Os recursos seriam destinados à reestruturação das dívidas, incluindo as da Neo Química Arena, além de modernizar o CT Joaquim Grava, construir um centro de treinamento para a base, reforçar o elenco e implantar melhorias em infraestrutura, governança, processos internos e compliance.
Ausência
A divulgação ocorre um dia após a divulgação do antetexto da reforma do estatuto do Corinthians, em coletiva de Romeu Tuma Jr, na segunda-feira (27). Segundo os organizadores do evento, Osmar Stábile, presidente do Timão, e o mandatário do Conselho Deliberativo, foram convidados, mas não compareceram ao evento.
