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Derrota mostra que problemas do Corinthians vão além do treinador

Em mais uma partida de pouco repertório ofensivo, Timão é vazado de forma fácil, e expõe limitação do elenco com desfalque de Fagner e substituições que trazem efeito quase nulo

Coelho terá trabalho para acertar time do Corinthians, que oferece muito pouco (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
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Quem imaginou que seria só demitir Tiago Nunes para os problemas do Corinthians serem resolvidos, percebeu que estava enganado ao acompanhar a derrota do time para o Fluminense, por 2 a 1, no último domingo, no Maracanã. A limitação de repertório ofensivo, a facilidade com que o time é ameaçado e a falta de opções no elenco foram as mesmas que se via com o antigo treinador, sem contar que jogadores parecem continuar sem confiança para jogar.

É verdade que o trabalho de Tiago Nunes não encaixou, foram meses e meses de promessas que não foram entregues e meses e meses sem admitir culpa pelos problemas que o time vem apresentando desde o começo do ano. Mas é verdade também que o elenco, apesar de apresentar nomes fortes, não oferece profundidade para variações e para aplicar a filosofia que ele queria.

Isso continua afetando o clube e consequentemente o trabalho de qualquer treinador que for dirigir o time, como é o caso de Dyego Coelho. Com apenas um treino e um jogo, o técnico interino já diagnosticou que antes de qualquer imposição de sistema tático, terá de resgatar a confiança do elenco, abalada pela falta de resultados e pelo fracasso de um novo método de jogo.

A partir disso, provavelmente ele vai começar a tentar desenvolver o repertório ofensivo da equipe, que atualmente se limita a apostar nas cobranças de bola parada de Otero. O venezuelano é muito bom nesse quesito, mas não é um "kicker" do futebol americano que só entra em campo para executar tal função. Ele precisa oferecer mais e o Corinthians precisa ter mais alternativas.

Trunfos antigos, que funcionavam muito bem, mesmo nos momentos ruins, hoje estão deixando a desejar, como o sistema defensivo e as bolas em Jô. Na questão da defesa, talvez até mesmo pela falta da confiança, qualquer adversário ameaça a retaguarda corintiana e consegue marcar gols de forma simples. No ataque, a procura por Jô, que costuma corresponder, não acontece, já que as bolas não chegam e o centroavante precisar sair de sua posição.

Isso sem falar na falta que Fagner fez na partida do último domingo. Expulso no Dérbi, o lateral foi substituído por Michel Macedo contra o Fluminense. Dificilmente haveria um jogador que pudesse suprir o que Fagner representa, mas a diferença de nível foi muito nítida e evidenciou a dependência que o time tem em relação ao que o camisa 23 oferece, mas ela não pode ser tão grande.

Além do caso de Fagner, que é o mais evidente, é possível citar as entradas de Ramiro e Camacho nos lugares de Gabriel e Cantillo, todos jogadores que já provaram suas qualidades, mas a troca de "seis por meia dúzia" só mostra que não dá para fazer muito mais do que isso. Não há muito mais peças "diferentes" para mudar o cenário de um jogo, a profundida é muito baixa.

Os problemas corintianos vão muito além do comando técnico e aqui nem vamos tocar nas questões fora de campo. É possível que Dyego Coelho volte ao método que deu certo no clube na última década, acertando primeiramente o sistema defensivo e depois tornar o ataque um setor letal, cirúrgico, mesmo que o objetivo não seja conquistar o título. O Corinthians precisa voltar a ser um time, com começo, meio e fim. Hoje, o que se tem está bem longe disso.