A Justiça de São Paulo tornou réus Augusto Melo, dois ex-diretores do Corinthians e um empresário, por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado. A decisão foi proferida pela juíza Márcia Mayumi Okoda, da 2ª Vara de Crimes Tributários de São Paulo, tomada nesta terça-feira (22) e atende a denúncia do Ministério Público.
Afastado do cargo de presidente desde o dia 26 de maio, quando o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o impeachment, Augusto Melo é acusado junto aos ex-diretores Sérgio Moura e Marcelo Mariano. Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge foram denunciados por lavagem de dinheiro
Segundo informações do "UOL", os promotores pedem que os denunciados reembolsem o Corinthians em R$ 40 milhões como indenização e solicitam o bloqueio dos bens pessoais e jurídicos dos citados na investigação do patrocínio da "Vai de Bet" com o clube alvinegro.
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Relembre o caso
A parceria entre a casa de apostas e o Corinthians durou entre janeiro e junho do último ano. A acusação alega que os dirigentes do clube alvinegro articularam a inclusão de uma empresa fantasma (Rede Social Media Design), de Alex Cassundé, como uma falsa intermediadora para desviar parte dos valores.
Segundo o Ministério Público, a suposta fraude tinha como objetivo quitar dívidas de campanha de Augusto Melo e gerar lucro indevido ao grupo envolvido, em prejuízo ao clube. A investigação aponta abuso de confiança, manipulação contratual e tentativa de burlar os mecanismos de controle interno, como o setor de compliance.
De acordo com a denúncia, a intermediação verdadeira teria sido feita por outras pessoas, que foram propositalmente omitidas do contrato com o intuito de encobrir os reais beneficiários. O contrato entre Corinthians e VaideBet foi firmado por R$ 360 milhões, com previsão de uma comissão simulada de 7%, o equivalente a R$ 25,2 milhões, para uma empresa que, na prática, não realizou a intermediação. Parte desse valor, cerca de R$ 1,4 milhão, já teria sido desviada, segundo os promotores.