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‘A conta não fecha’, diz especialista em acidentes sobre voo da Chape

Ex-comandante Carlos Camacho afirma que falta de combustível deve ter causado queda de aeronave que transportava delegação e que pode ter havido falha de planejamento

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Especialistas em acidentes aéreos, o ex-comandante brasileiro Carlos Camacho acredita que a falta de combustível foi a causa da queda do avião que levava a Chapecoense à Colômbia e que vitimou 71 pessoas na madrugada desta terça-feira. O especialista acredita ainda que houve falha na programação do voo e que isso fez com que a aeronave chegasse ao local do acidente em condição de risco.

- Pelas informações que vi, deram prioridade ao avião colombiano com o maior número de passageiros que estava para pousar praticamente na mesma hora. O piloto do avião da Chapecoense pode não ter sido muito claro ao chamar a emergência dele. E isso não pode, porque falta de combustível tem que ter prioridade total. Mas me parece que esse avião (da Chapecoense) é projetado para voar por três mil quilômetros, mais ou menos três horas. E esse é praticamente o mesmo trajeto de Santa Cruz de La Sierra (de onde saíram) a Medellín (onde deveria pousar). Por isso, com outro avião em prioridade, o piloto teve de ficar sobrevoando perto e lhe faltou combustível, parece bem claro - analisou o ex-comandante.

As buscas pelas vítimas do acidente da Chapecoense começaram logo que o voo foi dado como desaparecido no início da madrugada, entras as cidades de La Cejas e La Unión, próximas a Medellín, local da final da Copa Sul-Americana que seria disputada nesta quarta. As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas duas versões ganharam força durante o dia. Uma apontava que o avião, modelo Avro RJ 85 da companhia boliviana Lamia, teria sofrido pane elétrica. A outra, informada depois pela Associação de Aviadores Civis da Colômbia, corrobora com o ex-comandante brasileiro e fala em falta de combustível.

- A aeronave que levava a Chapecoense deve ter dado de cinco a oito voltas esperando, mais ou menos oito minutos e o combustível acabou. Tanto que não houve explosão, os destroços estão cerca de 120 metros de distância. A conta do planejamento do voo não bate. O piloto deve ter tentado reduzir a velocidade ao mínimo para minimizar. Infelizmente, não deu. E se realmente isso aconteceu, não é negligência, foi atitude criminosa - afirma Carlos Camacho.

Reportagem do Estado de São Paulo desta terça-feira aponta que, segundo informações da consultoria em aviação alemã Jacdec, com base na ficha técnica da fabricante LaMia, a distância máxima padrão que pode ser percorrida pelo RJ85 é de 1.600 milhas marítimas (equivalente a 2.965 quilômetros). Já a distância direta entre o Aeroporto Internacional Viru-Viru, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e o Aeroporto Olaya Herrera, em Medellín, na Colômbia, é de 1.605 milhas marítimas, ou 2.975 quilômetros (em linha reta).

As buscas pelas vítimas foram encerradas pelas autoridades colombianas nesta terça-feira. Houve seis sobreviventes, entre eles três jogadores da Chape: o goleiro reserva Jackson Follman, o zagueiro Neto e o lateral-direito Alan Ruschel. O jornalista Rafael Henzel e dois integrantes da tripulação, Ximena Suárez e Erwin Tumiri, também foram socorridos com vida.