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‘Futebol deu lugar a um espetáculo deprimente, de ódio’, diz promotor do MP

Rodrigo Terra crê que decisão de organizar clássicos com torcida única em clássicos no Rio de Janeiro é uma medida radical, mas necessária: 'Pelo bem maior do torcedor'

Foto: Armando Paiva/AGIF
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O recente episódio de conflitos entre organizadas de Botafogo e Flamengo nos arredores do Nilton Santos fará com que o Ministério Público tomar uma medida drástica: exigir que os clássicos do Rio de Janeiro tenham torcida única nas arquibancadas. O promotor do MP-RJ, Rodrigo Terra, crê que a decisão não é a ideal, mas aponta como única solução imediata para o momento:

- A decisão é incompatível com a alegria do futebol, que atrai as festas de torcidas opostas. Porém, hoje há uma necessidade de garantir um bem maior do torcedor. Ele não pode mais ir para o estádio e ficar refém das brigas entre organizadas. Ao tomar esta medida excepcional, o MP seguiu, inclusive, o exemplo de São Paulo, que eliminou muitos conflitos de torcidas com a decisão de só permitir torcida única em clássicos realizados no Rio de Janeiro - afirmou nesta quinta-feira, ao LANCE!.   

Terra aponta que a violência nos estádios atingiu níveis impensáveis, e os casos ocorridos no triunfo por 2 a 1 do Flamengo sobre o Botafogo foram mais um capítulo triste de como o futebol vem abrindo espaço para a incitação ao ódio:

- Os conflitos entre organizadas seguem em uma escala crescente, e chegaram ao ponto de ser comparadas à barbárie. Os episódios ocorridos entre Botafogo e Flamengo deixaram evidente que o futebol hoje é lugar a um espetáculo deprimente de ódio, violência, incompatível com a ideia do Estado garantir a segurança.

O advogado detalhou que o MP vem esbarrando em uma série de dificuldades para dar segurança aos torcedores da forma como prevê o Estatuto do Torcedor. 

- Desde que o Estatuto do Torcedor definiu a segurança como um os pilares do direito do torcedor, exigindo tranquilidade para antes, durante e depois dos jogos, o Ministério Público tem buscado soluções para evitar os conflitos. Algumas medidas foram implementadas e não renderam, e outras sequer saíram do papel, como o cadastro de integrantes de organizadas. Tudo isto foi contribuindo para a experiência de caos na qual estamos.

Em seguida, Rodrigo Terra destacou que o combate à violência nos estádios não acaba com a decisão da torcida única. Os próximos alvos do MP-RJ são as organizadas:

- Nosso objetivo é de que os integrantes de cada organizada sejam identificados por nome, CPF e RG, e a sensação de anonimato e de impunidade que assola as torcidas do Rio de Janeiro acabe. Além disto, contamos com a conscientização dos clubes para diminuir a carga destinada para esta leva de torcedores. A torcida única é uma atitude drástica, mas uma prova de que queremos dar um "basta" à intenção de transformar estádios em uma praça de guerra.