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Novas opções, mais cifras, negociação em bloco… Dirigentes apontam razões para ter otimismo com a MP 984

Ao LANCE!, clubes de fora do eixo Rio-São Paulo que assinaram o manifesto a favor da 'MP das transmissões' traçam rumos para o cenário do futebol nacional

MP é vista como solução para fim de jogos sem transmissões devido à diferença de emissora entre mandante e visitante (Divulgação)
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A expectativa de trazer um cenário mais favorável para todos os cantos do futebol brasileiro ronda os clubes que assinaram a nota divulgada na última quinta-feira, na qual 16 clubes da Série A se mostraram favoráveis à Medida Provisória 984/2020, editada pelo presidente Jair Bolsonaro. A "MP das transmissões", que dá ao mandante o direito de escolher onde a partida será exibida, é vista como um bom ajuste no mercado por clubes de fora do eixo Rio-São Paulo.


- Acho que o mérito é corrigir uma falha no futebol, que era a anomalia de não dar direito aos mandantes sobre onde serão exibidos os jogos. Por isto, esperamos que esta MP seja aprovada pelo Congresso e se transforme em uma lei - afirmou, ao LANCE!, o mandatário do Bahia, Guilherme Bellintani, que apontou problemas no modelo que está atualmente em vigor para as partidas:

- A legislação atual, na qual são necessários acordo entre o mandante e o visitante para o direito de arena, causa um impacto forte. Caso os dois clubes não tenham vendido direitos para a mesma TV, é gerado um grande bloqueio de jogos. Se um dos times não faz acordo com emissora igual à do visitante, a partida simplesmente não é transmitida! Além disto, só existe pay-per-view em uma das empresas, ao qual o torcedor tem de pagar se quiser ver os jogos. A gente fica sem alternativa - completou.

A confiança de que os clubes e torcedores não lidarão com empecilhos causados por direitos de transmissão foi refletida também por Marcelo Paz. O presidente do Fortaleza afirmou.

- Entendemos que a MP é boa para os clubes, amplia os direitos dos jogos e é bem melhor do que o modelo atual. Muitos jogos não passam na TV fechada atualmente. Passou da hora de termos uma "carta de alforria" - declarou. 

'A MP permite uma democracia maior para os clubes e dá margem para aparecerem novos "players", diz Robinson de Castro (Foto: Freepik.com/victor217)

A evolução tecnológica é acompanhada de perto por dirigentes dos clubes que assinaram o manifesto. Aos olhos do presidente do Ceará, Robinson de Castro, haverá brecha para que todas fiquem a par de novas alternativas.

- A MP permite uma democracia maior para os clubes e dá margem para aparecerem novos "players". Também temos de ver a nossa capacidade como mandantes para negociar com cada empresa que vier - destacou.

O mandatário do Sport, Milton Bivar, faz coro com a opinião do dirigente do Vozão.

- Aparentemente, aumenta o número de "players" para os clubes tentarem o melhor retorno. O Sport tem 4 milhões de torcedores, acreditamos que pode transcender os valores que tem atualmente - declarou.

Já para o presidente do Goiás, Marcelo de Almeida, há muito a ser explorado em termos de transmissão no futebol. 

- O entendimento da maioria dos clubes foi de que a gente pode colher os frutos da nova roupagem que vai existir nas negociações do futebol. O mundo é dinâmico, pode ser que a gente conquiste coisas melhores, mas o motivo da assinatura é que temos boas expectativas com o futuro - destacou.

O mandatário do Atlético-GO, Adson Batista, também avalia novas diretrizes.

- A MP vai abrir novas oportunidades para que possamos negociar os acordos. Tenho certeza que surgirão caminhos bem interessantes e chegaremos a um consenso - disse.

MARGEM PARA NEGOCIAÇÃO DE TRANSMISSÕES FEITA 'EM BLOCO'

Crença é de um acordo mais rentável com 'bloco' (Foto: Reprodução)

A MP 984 colocou no horizonte a possibilidade de uma negociação de direitos em bloco. De acordo com Guilherme Bellintani, este é o caminho natural para que os clubes estendam seu poderio nos bastidores.

- Por mais que a MP não incentive textualmente uma negociação, o mérito dá margem para o acordo em bloco. Quanto mais jogos os clubes tenham disponíveis para transmitir, será mais rentável cada acerto. O caminho passa a ser a mobilização - detalhou o dirigente do Bahia, que ainda ressaltou:

- Fazemos este formato de negociação coletiva de direitos aqui na Liga do Nordeste. Mas agora precisaremos rever algumas coisas sobre a negociação - complementou.

Mandatário do Dragão, Adson Batista reconhece que ainda há muito a aprimorar nas relações, mas vê a busca por acordo entre os clubes como a melhor alternativa.

- Estamos em processo de amadurecimento. A negociação em bloco certamente abrirá bons caminhos para nós - afirmou.

Vice-presidente do Internacional, Alexandre Barcellos espera que a forte adesão seja mantida nos próximos anos.

- É a melhor saída, principalmente após acabarem os contratos que cada clube tem. Precisamos de um grande bloco de negociação para que tudo saia da melhor forma possível. A ampla maioria no debate do Conselho Nacional de Clubes já trouxe boas esperanças sobre como encararemos o tema - frisou. 

O presidente do Sport, Milton Bivar, também vê com bons olhos a luta para que os clubes se unam.

- É uma opção das mais viáveis, pois traria mais segurança para um parceiro nosso, certamente - afirmou.

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, contou como têm sido as reuniões entre os mandatários.

- Acho que os clubes têm conversado muito e, ao menos entre nós que temos acordo com a Turner, há uma confiança de juntar os blocos de clubes de maneira mais igualitária.  A negociação em bloco pode ser favorável porque desta forma todos vamos crescer muito e as próprias emissoras preferirão esta união ao buscar selar acordos - disse. 

HORA DE SUBIR DE VALOR

Queixa de 'abismo' no PPV prossegue (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

A sensação de que a MP 984 pode fazer as cifras saltarem é latente entre os clubes signatários do manifesto da última quinta-feira. Há críticas em relação ao formato atual de divisão de cotas de televisão.

- Não há dúvidas de que há um abismo atualmente. Talvez esta nova metodologia possa corrigir a disparidade entre os clubes e tornar o futebol mais competitivo para todos - declarou Alexandre Barcellos, vice-presidente do Colorado.

Dirigente do Esmeraldino, Marcelo de Almeida traça um paralelo mais desafiador.

- Os clubes grandes tendem a ter vantagens maiores de qualquer forma. No entanto, temos de detalhar quais mudanças podem ser favoráveis para que cada um tire proveito e consiga valores mais rentáveis. Minha esperança é dos 20 clubes chegarem a um acordo o mais breve possível - disse.

PROCESSO A LONGO PRAZO E NADA DE 'DEMONIZAR A GLOBO'

'Não pretendemos tirar o monopólio da Globo', diz presidente do Atlético-GO, Adson Batista (Foto: Reprodução)

Passado o impacto do manifesto, dirigentes também descolaram as declaraçõs sobre a "MP das transmissões" do teor político da decisão do presidente Jair Bolsonaro. Dirigente do Dragão, Adson Batista destacou:

- A Globo é muito importante para nós. Não queremos criar nenhum problema com ela, que é uma grande parceira, nem pretendemos tirar o monopólio dela. Nosso objetivo é buscar uma receita melhor. Inclusive, temos contrato com a Globo até 2024 no Brasileiro e vamos cumprir.

O mandatário do Leão, Milton Bivar, também ressaltou a conduta da emissora do Jardim Botânico.

-- Não é nada de retaliação com a Globo. Ela é muito honesta conosco e não vamos cuspir no prato que comemos. Manteremos o que está escrito no nosso contrato. Depois, veremos o que vamos fazer - disse.

O presidente do Goiás, Marcelo de Almeida, traçou sua perspectiva sobre os rumos das transmissões do futebol brasileiro.

- Não vamos ter reflexos imediatos em torno deste tema. Temos contrato com a Globo até 2021, por exemplo, e não há nada que afete isto - garantiu.

Vice-presidente do Internacional, Alexandre Barcellos também apontou que esperará o acerto com a Turner findar, o que ocorre em 2021. Guilherme Bellintani, dirigente do Bahia, projeta um longo caminho em torno da decisão da "MP das transmissões".

- Todos estão muito empenhados em torno desta MP. Temos de aguardar ainda tudo o que será decidido - frisou.

O presidente do Ceará, Robinson de Castro, também detalhou.

- Faltam alguns pequenos ajustes em relação a coisas como direito de arena. Mas estamos bem otimistas - declarou.

Entre os clubes da Série A signatários do manifesto, o RB Bragantino informou que não se pronunciará sobre o assunto, uma vez que está em negociações de direitos de TV com as emissoras. O Coritiba também evitou se pronunciar oficialmente.  

O LANCE! procurou Sérgio Sette Câmara para falar sobre o assunto, mas, segundo a assessoria do clube, o dirigente está em viagem. O Athletico-PR não retornou as chamadas.

Ao que tudo indica, o futebol brasileiro tem a chance de manifestar que as grandes de mudanças não ficam restritas ao desejo.

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