Dia 13/10/2015
13:27
Compartilhar

Assim como a Fênix, pássaro lendário da mitologia grega conhecido pelo poder de renascer das cinzas, Mari, do Molico/Osasco, acredita na própria capacidade de dar a volta por cima em situações delicadas. É com esta característica que a ponteira/oposto quer provar, na fase decisiva da Superliga Feminina de vôlei, que o investimento do clube valeu a pena.

A partir deste sábado, contra o Sesi-SP, às 11h30 (de Brasília), na Vila Leopoldina, no primeiro jogo da serie melhor de três da semifinal, a atacante é uma das armas da equipe paulista, que vai buscar a 13ª final do torneio. O Molico, por ter pior campanha do que o rival, tem desvantagem de mando, caso seja necessária uma terceira partida.

Dona de um ouro olímpico (Pequim-2008) e apontada como uma das maiores revelações do Osasco, a atleta vive uma fase diferente nove anos após sua última passagem pelo time. Ela teve de conter o desejo de estar em quadra ao ser preterida por Ivna na maior parte do torneio. Nem por isso deixou de ter fãs por onde passou.

– Criei uma imagem de frieza em quadra e algumas pessoas se identificaram. Passei por tantas situações difíceis, lesões, cirurgias e problemas. Os fãs tomam minhas dores. Muitos se espelham na minha força de vontade, disposição e na característica de nunca desistir – afirmou ao LANCE! a atleta, que recentemente ficou nove dias ausente por causa de uma inflamação no joelho esquerdo, já recuperada.

A equipe de Luizomar de Moura não teve uma primeira fase das mais consistentes. Foram 19 triunfos e cinco derrotas, o que deixou o time, acostumado a ocupar as duas primeiras posições, na terceira colocação geral. Nas quartas, o elenco passou pelo Pinheiros, em confronto que mostrou o valor de Mari em momentos decisivos dos sets.

– Não considero minha temporada abaixo da expectativa. Sempre que fui solicitada, contribuí em quadra ou com orientações. O importante é que estou fazendo a minha parte nos treinos e sempre estou à disposição do Luizomar. Tenho treinado no meu máximo e estou preparada para jogar tanto na ponta quanto de oposto. Quero ajudar seja em quadra ou como opção – disse.

Aos 31 anos, ela sabe que o corpo demanda cuidados maiores do que quando despontou, com 16. Não se desequilibra nos saltos e tem cuidado de sempre cair com as duas pernas juntas para evitar lesões.

Apesar de possuir cidadania alemã e já ter revelado vontade de disputar pelo país europeu a terceira Olimpíada (em Atenas-2004 o Brasil ficou em quarto), Mari evita o assunto:

– Estamos no momento mais importante na Superliga. O foco é total no time. Não estou pensando em outras coisas neste momento.

Até a semifinal, Mari anotou 80 pontos na competição, sendo 56 em ataques, 18 em bloqueios e seis em saques.

Rexona começa briga pela 11ª final seguida

Atual bicampeão e dono da melhor campanha da primeira fase da Superliga Feminina 2014/2015, o Rexona-Ades começa neste sábado a briga para tentar chegar à 11ª final consecutiva – no período, foram oito títulos. O desafiante a quebrar a hegemonia das comandadas de Bernardinho é a Camponesa/Minas, de Jaqueline. O primeiro jogo da melhor de três acontece às 21h30 (de Brasília), na Arena Minas, em Belo Horizonte.

– O Minas fez um segundo turno muito bom. Com a chegada da Jaque, ganhou qualidade e está na semifinal por méritos. É uma equipe que mescla juventude e experiência – disse Fabi, líbero do Rexona.

Enquanto o time carioca chega à semifinal com uma campanha de 23 vitórias e apenas uma derrota (para o Sesi-SP), o elenco do técnico Marco Queiroga, quinto colocado na etapa classificatória, soma 16 triunfos e oito derrotas. Os rivais já se enfrentaram duas vezes nesta edição, com dois resultados positivos para o Rexona: 3 a 0 e 3 a 2.

– Após a ótima vitória contra o Praia (nas quartas), a equipe está embalada e queremos aproveitar a nossa torcida – afirmou Queiroga.

BATE-BOLA

Mari

Ponteira/oposto do Molico/Osasco, ao LANCE!

‘Há cobrança sobre mim de vários lados. Inclusive a da minha parte’

L! Você viveu em Osasco uma de suas melhores fases na carreira. Hoje, no mesmo ambiente daquela época, o que passa pela cabeça?
Mari: É uma fase totalmente diferente. Quando cheguei em Osasco pela primeira vez tinha 16 para 17 anos e fiquei até os 23. Era uma época de evolução total e estourei como jogadora. Um período ascendente.

L! Você tem uma cobrança grande por tudo o que já conquistou. Concorda? Isso lhe chateia?
Mari: Concordo que existe esta cobrança, até porque construí uma carreira bastante vitoriosa. Todos esperam ver em quadra tudo que fiz durante anos. Há uma cobrança de vários lados, inclusive da minha parte. Lido bem com isto e considero natural.

L! Como está hoje fisicamente?
Mari: A fisioterapia foi um lugar por onde pouco passei nesta temporada. Fiquei nove dias parada por causa do joelho esquerdo. Não tive nenhum problema físico grave. A última lesão foi na Turquia (no Fenerbahçe), no ligamento cruzado do joelho esquerdo.

Siga o Lance! no Google News