O Brasil solucionou o impasse que ameaçava levar as provas de hipismo dos Jogos Olímpicos Rio-2016 para fora do país. Uma proposta de certificado sanitário mais flexível para entrada de cavalos foi apresentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de modo a atender a um pedido da União Europeia.
Um dos pontos de desentendimento era a necessidade de isolar totalmente os cavalos por um período anterior às competições. Com o modelo apresentado pelo governo brasileiro, a comprovação de bom estado clínico dos animais pode acontecer por meio de um atestado de condições sanitárias permanentes, de um acompanhamento veterinário que demonstre sanidade ou pelo resultado de testes complementares.
– O Mapa, baseado nos argumentos e nas manifestações travadas com a União Europeia, entendeu que é possível aprovar o modelo de certificado proposto pelos europeus. Para isso, viram a necessidade de fazer um pequeno ajuste normativo, que já prevê a inclusão desse modelo de certificado como válido. Com a solução apresentada, a questão está superada – explicou o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, ao LANCE!.
A proposta deve ser publicada no Diário Oficial da União na semana que vem. Uma vez oficializado, o país terá três modelos de certificado sanitário para a entrada de cavalos no evento do ano que vem. Além do documento aprovado pela União Europeia, existe um geral, elaborado para a Olimpíada, e outro que atende aos países do Mercosul.
O impasse acabou solucionado à distância. Embora um encontro entre a APO, o Ministério da Agricultura e autoridades da União Europeia estivesse previsto para esta sexta-feira, em Bruxelas, na Bélgica, foram necessárias apenas reuniões em Brasília para que os entes envolvidos na preparação dos Jogos aceitassem flexibilizar as normas.
Agora, os donos de cavalos europeus, atualmente em competições pelo mundo, poderão obter o certificado sanitário com maior facilidade. A chegada ao Brasil só acontecerá perto das disputas. Eles farão uma aclimatação antes de iniciar o torneio olímpico. Na avaliação da APO, o retorno dos animais aos países de origem não representa preocupações, assim como a ameaça da doença infecto-contagiosa Mormo, que foi ameaça no evento-teste deste ano.
– Esses cavalos irão para uma zona conhecida como espaço sanitário superior, em que o ingresso de animais sob risco de doenças é evitado. Há uma investigação em curso do mormo, e os resultados alcançados parecem positivos, sem indicação de casos. Alguns já foram liberados – disse Pedroso.