Rio 2016

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Brasileiro ‘amarela’? Especialistas apontam drama psicológico e pressão

Por outro lado, psicólogos indicam que torcida da casa pode colaborar com atletas na hora decisiva das competições

A torcida pode ajudar o atleta brasileiro, mas a pressão imposta afeta o psicológico (Foto: Marco Galvão/Lancepress!)
Escrito por

É comum em Jogos Olímpicos um atleta brasileiro favorito em sua prova, ao menos no olhar da mídia e da torcida, não conseguir corresponder a estas expectativas e não levar o ouro, ou nem medalhar. Depois, é taxado de "amarelão"'.

O Brasil possui 108 medalhas em Olimpíadas, atrás de países menores como Bélgica, Dinamarca e Bulgária. Também possui mais bronzes (medalha usualmente conquista após derrotas em semifinais, um momento decisivo de um torneio), 55, do que a soma de ouros, 23, e pratas, 30, conquistadas em Jogos.

A pergunta, então, é repetida: o atleta brasileiro, de fato, "amarela"?

Psicólogos especialistas na área esportiva conversaram com o LANCE! e afirmaram: falta acompanhamento psicológico e sobra pressão interna por resultados no país. "Aqui existe preconceito e desinformação diante dos benefícios dessa área no esporte. E o psicológico é determinante no desempenho e no resultado", diz o dr. João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte.

"Nem todos os atletas têm acompanhamento psicológico por estrutura, falta de recurso. A questão é mais essa do que emocional", completa Rodrigo Scialfa, que já trabalhou a área psicológica com equipes de base no país, citando que isso pode se tornar um "drama" ao atleta.

Para piorar a situação dos brasileiros, o fato das Olimpíadas de 2016 serem no país aumentou a pressão interna por resultados, até pelo aumento de exposição na imprensa, o que afeta ainda mais o psicológico dos atletas, algo que pode influenciar negativamente em horas decisivas das competições.

"A exposição maior na mídia sem dúvida faz crescer a expectativa do público para que eles ganhem a medalha. E a chance de virar um herói olímpico pode gerar nervosismo, tensão. E essas alterações psicológicas e emocionais geram mudanças nas habilidades motoras e no controle de concentração, tomada de decisão, velocidade de reação, tudo pelo contexto emocional. Isso pode ser o principal adversário dos atletas brasileiros", explica Cozac.

"Existe preconceito e desinformação diante dos benefícios da psicologia no esporte"


Mas um fator exclusivo da competição em casa pode ajudar a contornar esses problemas: a torcida a favor. Os especialistas concordam nesse ponto – o brasileiro pode se sentir mais à vontade nas competições.

"Acredito que a torcida pode contribuir nesse sentido (alívio psicológico). A torcida entra como figura de incentivo e motivação para os atletas", opina Valéria Sapienza, especialista em psicologia esportiva.

Ela é acompanhada por Cozac: "Atuar em casa pode ser positivo para que o atleta se sinta bem, ao lado da família e amigos, familiaridade com idioma, cidade, espaço que a competição é realizada."

Assim, vale analisar a individualidade do atleta que não conseguir um ouro ou um bom resultado nos Jogos, antes de taxá-lo de "amarelão". Os três especialistas afirmam que cada atleta pode reagir de maneira diferente. Não vale generalizar o esportista do país como um só. Essa é a hora de analisar se a estrutura que foi dada para ele para atuar em casa foi suficiente.