Rio 2016

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Badminton: Brasileiro teme fim de apoio após Jogos do Rio de Janeiro

Daniel Paiola, número 2 do país na modalidade, diz que pensa em parar de jogar e se dedicar ao Direito após a Olimpíada do Rio caso os incentivos ao esporte sejam reduzidos

Daniel Paiola tem apenas 26 anos, mas já pensa em parar após a Olimpíada do Rio  (Foto: João Pires/FotoJump)
Escrito por

O futuro do esporte olímpico no Brasil é desconhecido após agosto. O motivo? O fim da Olimpíada do Rio. Enquanto o país teve o maior investimento esportivo da história no ciclo que precede os Jogos na cidade carioca, a dúvida entre os atletas é quanto desse valor será mantido após o evento. E para Daniel Paiola, segundo melhor brasileiro no badminton, o pensamento não é diferente.

Em entrevista ao LANCE!, o jogador disse que irá se aposentar do esporte caso os investimentos diminuam nos próximos anos.

Impulsionado pelo Plano Brasil Medalhas, do Ministério do Esporte, lançado em setembro de 2012, o esporte no país recebeu um aporte adicional de R$ 1 bilhão, visando a realização dos Jogos Rio-2016. Com isso, modalidades menores, como o badminton, puderam se preparar melhor nesse período.

– Tivemos um bom incentivo e consegui viver do esporte, coisa que no último ciclo (2012) não aconteceu. Naquela época, usei meu dinheiro para competir. De 2008 a 2012, a modalidade era praticamente amadora, tentava-se na última hora e, se conseguiu, conseguiu, se não, tudo bem – disse Paiola, ao LANCE!.

– Se o Brasil seguir com incentivo, não seria minha hora de parar. Os atletas de esportes menores têm de ter essa consciência, de viver o esporte intensamente, mas se preparar para o futuro. Caso o apoio seja cortado, terei de mudar o foco. Me concentrar na faculdade (Direito) e levar o badminton só como um hobby – completou o atleta de 26 anos.

'Teríamos de ter um legado à população. E em questões individuais, não sei se as modalidades e confederações fizeram um planejamento e aproveitaram a verba extra pensando no futuro' - Daniel Paiola

Com o incentivo à modalidade, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) montou uma estrutura melhor para esse ano. Os atletas puderam treinar no Brasil, com um técnico estrangeiro – o português Marco Vasconcelos – e “profissionalizaram” a comissão técnica, com a contratação de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros.

Atualmente, pelo ranking olímpico, Paiola (106º) estaria fora da Rio-2016, já que o Brasil tem apenas uma vaga e Ygor Coelho (70º) lidera essa lista.

Assim, com o pensamento além do evento no Rio, o atleta afirma não ter medo, ainda que seu futuro e o do esporte no Brasil sejam incógnitas.

– Não tenho medo, mas dúvidas. Hoje não é o momento de parar de estudar para gastar com competições ou treinar fora – encerrou.

BATE-BOLA Daniel Paiola Atleta do badminton, ao L!

LANCE - Você acha que o Brasil aproveitou essa Olimpíada no país?
Daniel Paiola - Tenho minhas dúvidas. Em legado, não sei se o Brasil aproveitou tão bem como já vi em outros países. Visitei cidades que foram sedes e o legado para a população foi enorme. Não sei se vejo isso hoje, temos de aguardar. Se você analisar, o propósito dos Jogos é esse, não apenas realizar um evento esportivo e tchau. Teríamos de ter um legado para a população. E em questões individuais, não sei se as modalidades e confederações fizeram um planejamento e aproveitaram a verba extra pensando no futuro.

L! - Você está pronto para parar de jogar se o investimento cair?
DP - Sim, porque eu sempre tive um plano B. Mesmo com viagens, campeonatos e treinos, nunca deixei de estudar.

L! - Ficará triste se não for ao Rio?
DP - Mesmo se eu não for, falo de coração, estarei lá na torcida gritando, porque sei que o Ygor Coelho se esforça muito. Espero que ele pense igual a mim.