Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Lacuna na formação de atletas leva COB a mudar foco de olho em 2024

Preocupada em desenvolver talentos, entidade cria departamento específico para cuidar do assunto, liderado por medalhista do judô. No Chile, Brasil começa a testar promessas

Wander Roberto/Exemplus/COB
Escrito por

Dentre os desafios do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em meio à “ressaca” deixada pelo fim do ciclo de investimentos com os Jogos Rio-2016, detectar e desenvolver talentos virou uma das prioridades. Os Jogos Sul-Americanos da Juventude, que começam nesta sexta-feira e vão até o dia 9 de outubro, em Santiago (CHI), marcam uma mudança de postura da entidade máxima dos esportes olímpicos no país.

O COB inaugurou no final do ano passado a gerência de Identificação e Desenvolvimento de Talentos, sob responsabilidade do ex-judoca Sebastian Pereira, medalhista de bronze no Pan de Winnipeg (CAN), em 1999 e no Mundial de Birmingham (ING), no mesmo ano. Até então, ele era gerente de performance esportiva e já havia chefiado delegações de jovens antes.

A avaliação da entidade após os Jogos do Rio foi de que uma mudança no modo de pensar a formação de atletas seria necessária. O contexto de crise na economia, com saída de patrocinadores e possibilidade de redução do orçamento do Ministério do Esporte em 2018, reforçou a importância de integrar os governos, clubes, escolas e confederações neste processo.

– Aumentamos o foco relacionado aos jovens talentos. Já fazíamos isto desde 2005, com o sucesso dos Jogos Escolares, mas se intensificou com a criação de uma nova área. Pensamos sempre em oito ou 12 anos à frente. Esperamos ser um motor para alimentar o alto rendimento. Jovens mais bem preparados poderão ser melhor absorvidos – explicou Sebastian, ao LANCE!.

A inauguração do setor significa, na prática, que o COB passou a marcar presença nas escolas e mobilizar forças para investir no jovem que ainda não chegou ao alto rendimento. Até então, o trabalho era muito mais voltado ao atleta já “pronto”. Agora, é hora de testar os primeiros nomes.

O Chile sediará a segunda edição dos Jogos Sul-Americanos da Juventude, com participantes entre 14 e 17 anos. O Brasil dominou o quadro de medalhas em Lima (PER), há quatro anos. Na ocasião, as ginastas Flavia Saraiva e Rebeca Andrade, e Ygor Coelho, do badminton, começaram a se destacar. Os três estiveram na Olimpíada da Juventude, no ano seguinte, e na Rio-2016.

– Será um evento importante para eles quebrarem o gelo. Se alguns estarão em Tóquio-2020, é cedo para dizer. O foco é da Olimpíada de 2024 em diante – disse o ex-judoca.

A cerimônia de abertura dos Jogos Sul-Americanos acontece nesta sexta-feira, às 20h (de Brasília). As competições terão início no sábado.

Jogos no Chile são teste para modalidades novas

A segunda edição dos Jogos Sul-Americanos da Juventude marcará a integração de duas novas modalidades no Movimento Olímpico. O caratê, que fará parte dos Jogos de Tóquio (JAP), em 2020, foi integrado ao programa pela primeira vez. O basquete 3x3, que tem o aval da Federação Internacional de Basquete (Fiba), é o único coletivo na competição e também será testado.

– É uma oportunidade de olharmos para além dos esportes de maior destaque. São modalidades novas no Movimento Olímpico, que poderemos acompanhar e até buscar nomes de potencial – disse Sebastian Pereira, gerente de Identificação e Desenvolvimento de Talentos do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

A segunda edição dos Jogos terá mais de 1.400 atletas de 14 países, em 21 esportes. Além de caratê e basquete 3x3, o programa do evento conta com: natação, saltos ornamentais, atletismo, badminton, boxe, ciclismo, esgrima, ginástica artística, golfe, judô, levantamento de peso, wrestling, remo, taekwondo, tênis, tênis de mesa, triatlo e vôlei de praia. Por economia de gastos, a Organização Desportiva Sul-Americana (Odesur) não incluiu outras modalidades coletivas.

Em 2013, em Lima, o Brasil conquistou 142 medalhas, em 22 esportes. O país teve mais que o dobro de pódios do que a Colômbia, segundo colocado.

BATE-BOLA
Sebastian Pereira
Gerente do COB, ao L!

‘Recursos de hoje ainda não são suficientes’

O que o COB estabelece de meta com a criação da nova gerência?
O objetivo é aumentar o número de jovens com potencial para performar bem nos Jogos Olímpicos. Todo início de ciclo tem dificuldades. É uma renovação, e os atletas tentam entender suas possibilidades. Estamos aqui para ajudá-los e oferecer as condições. É o inicio.

Como investir recursos na busca por talentos se o próprio COB luta para obter patrocínios?
É uma mescla. Temos recursos da Lei Piva, destinados à área estudantil, mas eles não são suficientes para o que pode ser desenvolvido. Queremos integrar parcerias, agentes que já trabalham, mas independentes. Queremos estabelecer um processo em que cada entidade possa ajudar a manter o desenvolvimento de jovens talentos. Iniciamos com atletismo, natação, judô e ginástica, mas o objetivo é avançar para outras.

Qual a meta do país no Chile?
Não posso garantir que teremos o mesmo desempenho de 2013, mas é claro que o Brasil parte para ganhar.