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Muito além do futebol: chegou a hora do mundo conhecer a maior rivalidade da história

River Plate e Boca Juniors fazem neste sábado a grande final da Libertadores

AFP
Escrito por

A grande final da Libertadores se disputará em algumas horas e a Argentina se encontra em estado puro. Será um antes e um depois para a história dos dois clubes do futebol argentino e sul-americano. Uma sociedade que deixará de lado suas diferenças políticas, ideológicas e religiosas para se unir em um único sentimento: a conquista da América.

As cores de River Plate e Boca Juniors ocupam um lugar central quando citamos a história latente do fanatismo mundial. A primazia entre um time e outro é evidente toda vez que você vê os rostos no campo. No bairro La Boca, ironicamente, nasceram os dois clubes mais louvados da Argentina e uma das rivalidades mais icônicas do mundo. É impossível falar dos millonários sem citar os xeneizes. Há muito do Boca no River, muito do River no Boca, e muito de ambos nas ruas que correm Buenos Aires.

Nos primórdios, o futebol representava uma atividade elitista, do inglês, que ao longo dos anos foi inserida de maneira muito penetrante na cultura argentina até se tornar o grande esporte pelo qual o país é conhecido atualmente. O resto do mundo não entende o fascínio exorbitante que prevalece no interior de cada hincha. O esporte desperta sensações, às vezes irracionais, que cruzam a fronteira entre o amor tribal e o fanatismo, mais propício à alucinação.

Jogar o coração em um superclássico não é apenas uma metáfora poética, mas uma manifestação concreta de intenso sofrimento passional que leva à um compromisso visceral. Uma criança entende desde cedo que seguir sua equipe faz parte da sua vida, a paixão surge e adere um estado permanente. O clube se converteu em uma extensão do próprio corpo de seus fanáticos, e odiar seu maior rival é um compromisso sério e irrestrito.

Pelo que está em jogo, o contexto emocional desta final é diferente. O Boca pode não apenas se consagrar um dos maiores campeões da Libertadores, como também poderá dar uma volta olímpica histórica no Monumental. O River, no entanto, afastaria de vez o fantasma da série B. Para qualquer torcedor, subjugar seu rival será mais importante que o troféu original. Um triunfo sobre seu inimigo será mais comemorado que a própria Libertadores. Não se tratará de mais um campeonato na galeria, mas da maior vitória em um super clássico. Este será o grito final.

Agora falta a metade dessa história. Se for definida por penais, haverá meio estádio infartado. Se sabe, na Argentina, que a derrota durará mais que a vitória, e que o mundo só poderá acabar depois da final entre Boca e River.

O futebol esperava por este dia e a rivalidade nos devia esse relato. Quem vencer o superclássico comandará o quadro nacional até que outro confronto histórico surja. Mesmo que a definição sugira uma hegemonia, o espetáculo nostálgico que faz tremer as arquibancadas dos dois templos se perpetuará e a devoção nunca cessará. O fim e a glória nunca estiveram tão emparelhados.