Discreto, técnico e respeitado pelos companheiros, João Bosco de Freitas Chaves, o Bosco, é lembrado por torcedores do São Paulo e do Sport Recife como um dos goleiros mais leais e profissionais de sua geração no futebol brasileiro. O Lance! te conta por onde anda Bosco.

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Nascido em Escada (PE), em 14 de novembro de 1974, Bosco viveu 18 anos de carreira como jogador profissional — de 1993 a 2011 — construindo uma trajetória marcada por disciplina, espírito de equipe e liderança silenciosa.

Mesmo sem o protagonismo de um titular incontestável, o ex-goleiro consolidou seu nome no futebol brasileiro como exemplo de comprometimento. No São Paulo, soube valorizar o papel de reserva e se tornou parte fundamental de um dos elencos mais vitoriosos da história tricolor.

Início no Nordeste e destaque pelo Sport Recife

Bosco começou sua trajetória no modesto Vitória das Tabocas, em Pernambuco, mas foi no Sport Recife que seu talento se revelou ao país. No Leão, destacou-se pela segurança e pelo reflexo rápido, conquistando títulos importantes e o coração da torcida rubro-negra.

Durante sua passagem, levantou sete Campeonatos Pernambucanos (1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2003) e duas Copas do Nordeste (1994 e 2000). Seu bom desempenho o levou à Seleção Brasileira entre 2000 e 2001, com sete partidas disputadas — um feito notável para um jogador formado fora do eixo Rio–São Paulo.

Experiências em Cruzeiro, Portuguesa e Fortaleza

Em 2001, Bosco trocou Recife por Belo Horizonte para defender o Cruzeiro. No time celeste, foi campeão da Copa Sul-Minas (2001) e do Supercampeonato Mineiro (2002), consolidando-se como um goleiro confiável e de boa leitura de jogo.

Na sequência, teve boa passagem pela Portuguesa, onde manteve regularidade e ganhou destaque pela consistência. Depois, retornou ao Sport antes de ser contratado pelo Fortaleza, em 2004. No Leão do Pici, conquistou o Campeonato Cearense de 2005 e chamou a atenção do São Paulo, que buscava um reserva de confiança para Rogério Ceni.

Chegada ao São Paulo e o papel ao lado de Rogério Ceni

Bosco chegou ao São Paulo no fim de 2005, logo após a conquista da Libertadores, e foi incorporado ao elenco campeão do Mundial de Clubes da FIFA, no Japão. Durante seis temporadas, de 2005 a 2011, foi mais do que um substituto — tornou-se um líder silencioso e uma referência de grupo.

Com Rogério Ceni lesionado ou suspenso, Bosco mostrou segurança e experiência, participando de jogos importantes das campanhas que renderam ao Tricolor três títulos brasileiros consecutivos (2006, 2007 e 2008).

Em junho de 2011, após 43 partidas pelo São Paulo, o goleiro recebeu uma homenagem no Morumbi, encerrando a carreira com o reconhecimento da torcida e dos companheiros.

Por onde anda Bosco?

Após pendurar as luvas, Bosco (@boscochaves) seguiu sua vocação natural e iniciou carreira como treinador de goleiros, passando por Santa Cruz (2015) e Fortaleza (2017–2018). Com o tempo, decidiu dar um novo rumo à vida pessoal e foi morar com a família em Orlando, na Flórida (EUA), onde é sócio da esposa em uma clínica de estética e cosméticos e também na BLB Sports, que representa jogadores de futebol. Porém, em 2025, voltou a ser preparador de goleiros do Fortaleza.

Clubes em que Bosco jogou

Títulos conquistados por Bosco

Sport Recife

Cruzeiro

Fortaleza

São Paulo

Um reserva que virou exemplo

Bosco encerrou a carreira sem o glamour dos grandes astros, mas com um legado de respeito e integridade. Foi o símbolo do profissional que compreende o valor coletivo do futebol, contribuindo dentro e fora de campo para a era mais vitoriosa do São Paulo moderno.

Com postura serena, espírito de equipe e humildade rara, transformou o papel de reserva em uma função essencial para o equilíbrio de um vestiário campeão. Hoje, mesmo longe dos gramados, segue sendo lembrado como um dos maiores exemplos de dedicação e ética no futebol brasileiro.

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