No início do futebol, as camisas dos jogadores não tinham numeração. A prática de numerar os uniformes começou a se espalhar a partir da década de 1920, para facilitar a identificação dos atletas em campo por árbitros, torcedores e imprensa. O Lance! te conta a história do número 10 no futebol.
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A história do número 10 no futebol
Inicialmente, os números eram distribuídos de forma funcional, baseados nas posições dos jogadores em campo. No esquema tático mais popular da época, o 2 e o 3 eram dados aos zagueiros, o 4, 5 e 6 aos meio-campistas e o 7, 8, 9, 10 e 11 aos atacantes.
O número 10, portanto, era tradicionalmente usado por um jogador ofensivo, geralmente um meio-campista avançado ou um atacante recuado, responsável por articular as jogadas e abastecer o ataque. Contudo, foi apenas com o surgimento de um jovem brasileiro chamado Pelé que o número 10 ganhou uma aura especial no futebol mundial.
Pelé e a história do número 10 em símbolo de genialidade
Pelé foi o grande responsável por transformar a camisa 10 em um símbolo de excelência, criatividade e protagonismo no futebol. Durante a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a delegação brasileira enviou a lista de jogadores à FIFA sem especificar os números de cada um. Como resultado, a entidade distribuiu os números de forma aleatória — e o número 10 acabou ficando com Pelé, então um jovem de apenas 17 anos.
O que aconteceu a seguir mudou para sempre a história do futebol. Pelé brilhou intensamente naquela Copa, marcando gols históricos, dando passes decisivos e encantando o mundo com sua técnica, inteligência e carisma. O menino que vestia a camisa 10 não apenas ajudou o Brasil a conquistar seu primeiro título mundial, mas também redefiniu o significado daquele número.
A partir daquele momento, a camisa 10 passou a ser associada não apenas a um jogador de ataque, mas a um craque, um gênio capaz de decidir partidas, criar lances inesperados e ser o protagonista do espetáculo.
A consolidação do número 10 no futebol mundial
O impacto de Pelé foi tão profundo que, nas décadas seguintes, outros grandes jogadores que assumiram papéis de liderança criativa em seus times também passaram a vestir a camisa 10. Nomes como Diego Maradona, Michel Platini, Zico, Roberto Baggio, Ronaldinho Gaúcho, Lionel Messi e Neymar consolidaram ainda mais a mística em torno do número.
Vestir a 10 passou a ser visto como uma honra e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade. O número carrega consigo a expectativa de genialidade, de protagonismo e de ser o diferencial em campo.
Em clubes e seleções, o jogador que recebe a camisa 10 é frequentemente considerado o cérebro da equipe, aquele que organiza, cria e muitas vezes define o rumo dos jogos.
Símbolo cultural
O número 10 extrapolou as fronteiras do esporte e se tornou um ícone cultural. Em diversas culturas, especialmente na América Latina, "ser o 10" é uma expressão usada para indicar excelência em qualquer área, seja no esporte, na música ou na vida cotidiana.
Pelé, ao imortalizar a camisa 10, ajudou a criar esse imaginário coletivo que ultrapassa o futebol. Até hoje, crianças ao redor do mundo sonham em vestir a camisa 10 do seu time ou da sua seleção e, de alguma forma, replicar a magia que Pelé e seus sucessores trouxeram aos gramados.
Um legado de Pelé para o futebol
O número 10 se tornou o mais cobiçado no futebol por causa da magia de Pelé. O jovem que encantou o mundo na Copa de 1958 transformou aquele número em sinônimo de genialidade, liderança e arte com a bola nos pés.
Desde então, grandes craques mantiveram vivo o peso e o prestígio da camisa 10, reforçando a tradição de que esse número é reservado para os jogadores mais especiais. A história da camisa 10 é, acima de tudo, um tributo à capacidade humana de inspirar através do talento, da paixão e do amor pelo futebol.
Cada vez que um jogador entra em campo vestindo a 10, carrega consigo um pedaço do legado de Pelé e a missão de honrar um dos maiores símbolos do esporte mais popular do planeta.