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Cuiabá anuncia novo parceiro e apenas o Palmeiras não é patrocinado por casa de apostas na Série A

Empresa do ramo de apostas estampará calção da equipe mato-grossense. Dos 20 clubes da primeira divisão do Brasileirão, somente o Verdão não tem acordo com marcas do tipo

Cuiabá anunciou um novo patrocinador do ramo de apostas para o seu calção (Foto: Asscom Dourado)
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Não é novidade que as empresas de apostas, nos últimos anos, passaram a investir pesado no futebol brasileiro. Com o anúncio do acordo entre o Cuiabá e a Luck Sports, anunciado na última sexta-feira, o número de clubes da Série A que são patrocinados por companhias do ramo é de quase 100% - o único que não tem é o Palmeiras, que não renovou contrato para este ano com a Dafabet.

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Atualmente, das 40 equipes nas duas principais divisões do país, 34 recebem investimentos de sites do segmento.

- Os acordos com empresas deste segmento cresceram muito no mundo do futebol. Nossa tradição é de sempre priorizar empresas do Mato Grosso, e a Luck Sports é uma casa de apostas cuiabana. Estamos há muitos anos com os mesmos patrocinadores, não tenho dúvidas de que será mais uma parceria de sucesso - declarou Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.

A quantidade de empresas ocupando o patrocínio máster também aumentou de forma significativa. No Brasileirão são cinco clubes, incluindo o Atlético-MG, atual campeão do torneio. Além do Galo, Atlético-GO, América-MG, Avaí e Botafogo expõem marcas de betting no espaço nobre do uniforme.

- Os clubes e as empresas de apostas são parceiros comerciais, mas vai além disso na questão das ativações. Temos uma população apaixonada pelo esporte e um mercado promissor. O Bahia, por exemplo, é um time de massa, com uma torcida que respira o dia a dia do clube. Além da exposição no uniforme, buscamos gerar experiências e estar próximos dos torcedores - explicou Hans Scheiler, diretor de marketing da Casa de Apostas, patrocinadora máster do Bahia.

Para Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, as empresas buscam o futebol para atingir as novas gerações, que se relacionam com o esporte por meio do entretenimento.

- O entretenimento está inserido em todas as áreas, e no esporte não seria diferente. Existe uma geração que se relaciona com o futebol por meio de games e que lida intensamente com o consumo de dados. Os patrocínios de sites de apostas cresceram de forma significativa durante a pandemia, e é uma realidade sem volta - afirmou Maia, escritor do livro 'Inovação é o Novo Marketing', que foi lançado recentemente e aborda o tema.

No Brasil, um dos primeiros clubes a realizar acordos com empresas de betting foi o Fortaleza. De acordo com Marcelo Paz, presidente do clube, as parcerias com as casas vão além da exposição tradicional e precisam causar impacto na torcida.

- Esse tipo de patrocínio é importante para os cofres do clube, mas é preciso explorar as plataformas digitais. Interagir e engajar junto aos torcedores é fundamental nesse modelo de negócio.

A opinião de Paz é semelhante à de Jorge Avancini, vice-presidente de Marketing do Internacional, que exibe a marca Betsul na parte de trás do calção.

- São parcerias com via de mão dupla, Além das ativações com a torcida, os clubes também recebem um percentual dessas apostas. É um mercado que trouxe muitas novidades ao futebol brasileiro e gerou oportunidades. A regulação da atividade no país é fundamental para que o setor seja inteiramente legalizado - pontuou Avancini.

As apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em dezembro de 2018, quando o Governo Federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Fazenda a desenvolver normas para o licenciamento das casas de apostas esportivas no Brasil. Contudo, a regularização da prática foi postergada e ainda não ocorreu.

De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo, a regulamentação é necessária e aumentará ainda mais o investimento das empresas no mundo esportivo.

- O crescimento expressivo no investimento em patrocínios ocorre em meio a um mercado que não possui regulamentação. Apesar de não ser irregular, já que a lei do final de 2018 permite a regulação das apostas, ainda falta um processo de concessão que caminha lentamente no Governo Federal. Com essa demora, perdem todos, porque a regularização traria geração de empregos, negócios, impostos, e atrairia operadores globais para o país. A regulamentação adequada aumentaria inclusive os valores envolvidos nos acordos entre clubes e sites de apostas - explicou Carlezzo.

Atualmente, cerca de 450 sites de apostas esportivas operam no Brasil. Segundo estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o mercado poderia movimentar até R$10 bilhões por ano na economia do país.