Cerca de 200 fãs estavam esperando o desembarque do Valencia no aeroporto após a partida pela semifinal da Copa do Rei, quando o time levou de 7 a 0 do Barcelona na quarta-feira à noite. E eles não estavam lá para acolher os seus heróis após um retumbante fracasso. Em vez disso, havia cantos, protestos e xingamentos. Pela primeira vez, alguns apontaram o dedo para o treinador Gary Neville. Por três vezes ele havia sido perguntado se iria renunciar. Em todas disse não.
Na manhã desta quinta-feira que deveria ser um dia de folga, treino com os portões fechados, escondidos dos fãs. Afinal, pela primeira vez em 20 anos, o Valencia levara sete gols. O diretor esportivo Suso García Pitarch lamentava "um dos piores resultados da nossa história". O treinador Neville chegou cansado: na noite anterior não dormira bem, pois vivera "um dos mais dolorosos momentos da carreira".
Neville descreveu o resultado como "inaceitável". No jornal "Super Deporte", de Valencia, a capa pedia ironicamente para o proprietário do Valencia, Peter Lim, escolher o seu próprio título entre cinco palavras: ruína; vergonha; indignação; inaceitável; insulto, lembrando a goleada ridícula e histórica de 7 a 0 que poderia ter sido o dobro.
"O melhor Barcelona, o pior Valencia," disse o El País. Era pior do que isso. A Copa do Rei, que deveria dar um pouco de alegria ao Valencia em uma temporada muito apagada, com o time a apenas cinco pontos da zona de rebaixamento e ter passado 11 jogos sem vitória (oito delas com Neville no comando) passado 11 jogos do campeonato sem uma vitória, oito deles sob Neville. A posição de semifinalista da Copa do Rei, obtida com triunfos sobre Barakaldo, Granada e Las Palmas. Só que a corrida acabou contra o Barcelona, pois a partida de volta tornou-se irrelevante.
Quando Neville chegou o medo da torcida era que ele não levasse o time à zona de classificação para a Liga dos Campeões. Hoje, o treinador está sendo arrastado para uma batalha contra o rebaixamento. E a coia só piora. Na semana passada, após a derrota em casa para o Gijón, time na zona de rebaixamento, um jornalista local perguntou a Neville o que ele achava de alguns fãs começarem a criticá-lo. O treinador disse que isso era coisa de jornalista e uma insinuação ridícuila e que não deveria ser "colocado isso". Bem, agora os fãs vaiam o treinador. Neville, vá se agora".