Ao empatar com o Racing em Avellaneda, nesta quarta-feira (29), o Flamengo garantiu sua vaga para a final da Libertadores de 2025, a quarta de Filipe Luís. Bicampeão como jogador, o treinador chega a sua primeira decisão como técnico.
O técnico foi campeão em 2019 e 2022, quando dividiu o campo com alguns remanescentes deste elenco, como Arrascaeta. Apesar de ser um denominador comum em todas as decisões, o comandante valorizou e enfatisou a conquista coletiva.
— Estamos extremamente felizes por alcançar mais uma final de Libertadores. Flamengo tem cinco finais da sua história - contando com a desse ano - e tem jogadores desse elenco que vão jogar a quarta e eu também. Três como jogador e uma como treinador, e estou muito orgulhoso. Pessoas que fazem tudo pelo Flamengo. Quando cheguei aqui, em 2019, Flamengo tinha uma final, eu sozinho não fiz nada, mas fiz parte desse processo que começou em 2012/2013. Hoje foi uma vitória de um time com alma, competitivo, aguerrido e que sabe jogar ante todas as circunstâncias, contra qualquer adversário. Um time que sabe jogar Libertadores, que sabe o que quer. Os jogadores que são multicampeões são os mais ambiciosos e meu grupo está cheio.
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Outras respostas de Filipe Luís após a vitória do Flamengo
Sobre mudanças no jogo
O jogo começou à feição do Flamengo, que criou bastante em cima da defesa argentina, mas parou em boas defesas do goleiro Cambeses. No segundo tempo, foi a vez de Rossi salvar o time e garantir a vaga na decisão.
— Nos sentimos mais confortáveis com a bola no primeiro tempo. Os espaços estavam muito claros, é um time que pressiona muito bem, salta e agride muito o portador da bola, o que gera dificuldade para jogadores que jogam entre-linhas. O Racing é um time com ideias muito claras, podem gostar mais ou menos, mas quando você vê os jogadores acreditando na ideia do treinador, é muito difícil de se jogar contra. Pela forma como defendem e atacam, pela clareza que tem de como chegar na área do adversário. Foi um empate, mas um passo importante para a final — disse o treinador do Flamengo.
Um dos pontos que dificultou a reação rubro-negra na segunda etapa foi a expulsão de Plata, que ficará fora da final. Com um a menos, Filipe Luís precisou mexer no time, colocando Danilo e Bruno Henrique nos lugares de Arrascaeta e Carrascal.
— No segundo tempo perdemos o Plata, que fará muita falta na final. Um jogador fundamental pra a gente. E depois disso, entender que tinhamos a vantagem, pensamos em povoar bem a última linha porque eles colocam seis ou sete jogadores ali, então achei que a linha de cinco facilitaria a marcação. As trocas foram pensando nisso. Mas mérito dos jogadores que deram tudo dentro de campo — explicou.
Falando sobre seu estilo de jogo, ponderou que, apesar de gostar de um time mais propositivo, nem sempre será a melhor estratégia, como contra o Racing, com um jogador a menos.
— Sobre a escola, sempre quero jogar propondo, quero pressionar muito o adversário, ter o domínio do jogo, mas o adversário muitas vezes também que ter volume, pressionar e ter a bola. o jogo é cheio de cirucunstâncias, então no primeiro tempo conseguimos encontrar os espaços e as chances de gol. No segundo tempo, com a desvantagem de um jogador, optamos por nos fechar, porque uma eliminatória são 180 minutos e tinhamos que aproveitar a pequena vatnagem que tinhamos do primeiro jogo.
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Sobre Rossi
— É um jogador muito ambicioso, gosta de trabalhar, de treinar, melhorar, evoluir e aprender. Está num grande momento e esperamos que siga assim.
Recado para a torcida do Flamengo contra o Sport
— Escutei muito alto, fiquei orgulhoso. Nesse estádio que é tão imponente, pude ouvir muito bem a torcida. E aproveito para pedir apoio para o jogo contra o Sport. Precisamos que a torcida ajude a recuperar a confiança de alguns jogadores que vão jogar no sábado. Então peço que apoiem bastante, independente o que aconteça no jogo.
Sobre o favoritismo rubro-negro
— Acredito que todo mundo que trabalha na área de vocês tem o direito de opinar e tem a liberdade para isso. Escutamos muitas coisas durante a semana, mas acredito muito nos meus jogadores, porque eu estava no meio deles e sei o quanto querem ser campeões. Já falei também que não ganharemos sempre ou jogaremos bem sempre, mas são jogadores que são ambiciosos, eu noto no dia a dia como se cobram. Muitas vezes, o que as pessoas falam, pode servir de motivação ou não. Eu procuro sempre fazer o time pensar de forma racional, separar a emoção de um jogo desse. O futebol não é uma guerra. Falram que seria, mas só penso no Cruyff quando falam isso. O futebol é um esporte maravilhoso que gera muitas emoções e dentro do campo, ganha o melhor. Cada um com suas armas, mas é na bola. Para chegar na bola, tem que merecer.
Sobre o Flamengo "escolher jogo"
— Quando passa a impressão para vocês de que o time não quer, é porque taticamente ou algo em campo não está deixando os jogadores confortáveis. Sempre falo que no futebol é mais fácil destruir do que construir, e o Flamengo constrói. Tem adversário que jogam muito fechados, no contra-ataque e quando o Flamengo força o jogo ou tenta encontrar os jogadores determinantes acaba perdendo bolas e o adversário contra-ataca. E no contra-ataque sempre parece que o time adversário ta correndo mais, porque ele está em velocidade contra a defesa e então parece que a gente não quer, mas isso é uma impressão. Eu analiso friamente tudo o que acontece e nunca vi que os jogadores escolhem jogos. Podem perder por culpa do treinador, tática, mas cada time tem suas armas para machucar o Flamengo, como foi o Fortaleza. Passa a impressão porque o time mentalmente mais cansado não tem a mesma criatividade para construir e acaba sofrendo mais — ponderou Filipe Luís.
Sobre as falas do treinador do Racing antes do jogo
— Penso que se você fala demais, você bota gasolina no fogo e isso pode incendiar. Mas conhecendo meus jogadores e ambição que eles tê. Muitos deles já jogaram final de Champions, de Libertadores, muitos já foram campeões da Libertadores. Indpenedente se falam bem ou mal, é um time que quer. O que influencia é quando esses comentários consegue chegar na torcida e consegue colocá-la contra nós. Sábado jogaremos contra o sport e precisamos da ajuda da torcida para recuperar jogadores. Não quero ensinar o torcedor a torcer, mas ajuda esses jogadores caros, bons e de muita qualidade recuperem a confiança — declarou o treinador do Flamengo.
Sobre momento com o Flamengo na final da Libertadores
— Sim. Vivo um desafio diário no clube, muita pressão, mas desfruto do privilégio que é estar aqui. Antes de jogar aqui, já era torcedor e o Flamengo só tinha uma final e agora é a quinta. Por sorte ou mérito, faço parte do melhor momento da história do clube e tenho que aproveitar. Para mim, estar na final é um privilégio e um orgulho.
— Nos últimos anos, desde 2019, sempre tem um brasileiro e isso é pelo poder financeiro. Melhores jogadores geram maiores chances de disputar títulos. No Brasil há times com poder econômico muito grande, como na Europa - é o nosso caso. Teremos jogadores que tem ofertas da Europa e o Flamengo consegue cobrir elas.
