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Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi a serviço do remo

Com outras profissões até 2015, dupla do double skiff quer surpreender no Rio

Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi poderão treinar a partir deste sábado no Rio (Foto: Streferson Faria)
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Até dezembro de 2015, Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi conciliavam as remadas com outras profissões. Enquanto Fernanda ganhava a vida como fisioterapeuta, Vanessa se dedicava à administração de empresas. Sete meses depois, as duas, que fazem parte do Time Petrobras, são as representantes entre as mulheres do remo nos Jogos Olímpicos Rio-2016, esporte ao qual tiveram de se dedicar integralmente desde então.

No fim do ano passado, Fernanda e Vanessa atenderam ao chamado da Confederação Brasileira de Remo (CBR), que selecionaria atletas para a Seleção Brasileira durante a realização de campings de treinamento. Fernanda juntou dinheiro como fisioterapeuta e saiu do apartamento que alugava para tentar a vaga. Vanessa tirou férias no trabalho. Depois, pediu mais alguns dias, recebeu apoio dos chefes e uma suspensão salarial, deixando o emprego garantido para um dia voltar.

As duas, até então, nem se se conheciam. Durante os treinos, os técnicos testaram muitas duplas e elas acabaram sendo escolhidas para compor o barco double skiff peso leve. A vaga olímpica teria de ser conquistada apenas 50 dias depois, no Pré-Olímpico de remo, no Chile. O tempo era curto, mas o ouro e a classificação para os Jogos recompensaram tudo.

- Era classificar ou retornar dez casas, voltando a trabalhar na minha profissão – disse a agora ex-fisioterapeuta Fernanda, de 31 anos.

- Sendo bem sincero, a gente acreditava o tempo todo na conquista da vaga. O fato de termos pouco tempo de treino, gerou expectativa e aumentou nosso empenho. Entramos bem focadas – completa Vanessa, de 32 anos.

Pelas regras da Federação Internacional de Remo, apenas um barco por gênero de cada país pode participar dos Jogos Olímpicos no Brasil. Além de Fernanda e Vanessa, o país terá Xavier Vela e Willian Giaretton, também do double skiff peso leve. Com a classificação da dupla feminina, Fabiana Beltrame, um dos ícones do esporte no país, acabou ficando fora, à espera de um convite para participar, que não ocorreu.

- A Fabiana era da nossa categoria. Por opção, ela foi para uma categoria mais pesada, mais difícil. Nossa intenção não era tirar a vaga de ninguém, foi uma consequência – lamenta Fernanda.

Com a vaga nos Jogos do Rio conquistada, as duas estreitaram a relação e os treinos. Fernanda, que é carioca, foi convidada pelo Pinheiros, clube de Vanessa, para treinar em São Paulo, cidade da parceira. Novos campings de treinamento foram realizados pela CBR pelo Brasil, vieram viagens pela Europa. A dedicação foi intensa e o sacrifício, enorme, ainda mais para quem tem filho pequeno, como acontece com elas.

Fernanda não pôde ficar tão perto quanto queria de Bento, de 3 anos, enquanto Vanessa viu bem menos do que gostaria a pequena Larissa, de 1 ano e 7 meses. Tudo para realizar um sonho.

- É duro ficar longe dela, mas motiva. É um estímulo a mais. Nem nos melhores sonhos havia imaginado estar numa Olimpíada, ainda mais em casa. É melhor do que poderia imaginar – conta Vanessa.

- Meu filho é meu amuleto, meu espinafre. Dá dó no coração ficar longe, mas é fortalecedor. É uma emoção competir numa Olímpiada, é algo grandioso, ainda mais na lagoa onde aprendi a remar. Costumo brincar dizendo que a Lagoa Rodrigo de Freitas é a minha lagoa. É um sonho – diz Fernanda.

A partir deste sábado (23/7), a lagoa da Fernanda, ou melhor a Lagoa Rodrigo de Freitas, local das provas de remo dos Jogos do Rio, estará aberta para os treinos dos atletas olímpicos. Até onde a dupla feminina do double skiff pode ir na Olimpíada? Elas dizem.

- Podemos ir até onde a gente acreditar. Tem bastante gente muito forte e na mesma faixa de tempo. A gente sabe que existem as favoritas, mas competição é uma caixinha de surpresas. Alguém pode surpreender na hora – afirma Vanessa.

- Holanda, Nova Zelândia, Grã-Bretanha, China, África do Sul, Irlanda e Itália são as duplas favoritas – completa Fernanda.

As competições de remo nos Jogos do Rio acontecerão entre 6 e 13 de agosto, com as disputas de medalhas reservadas para os últimos quatro dias.