Rio 2016

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Ex-goleiro do São Paulo reescreve sua história e vai disputar os Jogos Paralímpicos dez anos após acidente

Bruno Landgraf ficou tetraplégico após tragédia e encontrou na vela adaptada a oportunidade de voltar a praticar um esporte: Mais do que isso, o caminho para recomeçar<br>

(Foto: Fred Hoffmann/Divulgação)
Escrito por

Dez anos atrás, Bruno Landgraf era apontado como um possível sucessor do ídolo Rogério Ceni no São Paulo. Porém, um acidente de carro na Rodovia Régis Bittencourt - na noite do dia 11 de agosto de 2006 - mudou repentinamente os planos do então jovem goleiro, que ficou tetraplégico.

Apesar de todas adversidades, Bruno se manteve forte e encontrou em outro esporte - a vela adaptada - a oportunidade de voltar a competir e recomeçar sua vida de atleta. Mais do que isso: uma motivação para superar os duros obstáculos da vida. Agora, ele se prepara para o maior desafio de sua nova carreira ao representar o Brasil com a equipe SKUD-18 nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Desde o ano passado, Bruno está morando e treinando na cidade-sede do torneio. O atleta, que esteve nos Jogos Paralímpicos de Londres em 2012, explica que assim pôde se ambientar com a Baía de Guanabara, palco da competição:

- Está sendo bom treinar na Baía por ser o local do torneio. E também porque estamos com o material de competição, o que não tivemos na preparação para Londres - afirma ao LANCE!.

Questionado sobre a poluição na água, motivo de preocupação entre atletas e dirigentes estrangeiros, Bruno admitiu ter um pouco de receio, mas procurou demonstrar otimismo.

- No treino ainda tem lixo, mas está diminuindo. Espero que isso não atrapalhe nenhuma equipe  - diz.

Nos Jogos de Londres, Bruno não conseguiu um desempenho expressivo, terminando a disputa na 11ª colocação. No entanto, ele aproveitou a oportunidade para adquirir experiência e desde então obteve alguns bons resultados.

Em setembro de 2015, o atleta e sua parceira Marinalva Almeida conquistaram o ouro na Regata Rei Olav, sediada na própria Baía de Guanabara. Já em junho deste ano, a dupla ficou com a medalha de bronze na Welcome to Rio Regata, a última disputa no palco do torneio antes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

- Foi um bom treinamento (a Welcome to Rio Regata) com as regatas no local que vai receber os Jogos. Foi ótimo porque competimos com equipes do torneio e que estão entre as melhores do mundo na classe SKUD-18. O resultado é importante porque mostra que com seriedade e treinamento podemos melhorar - explica Bruno.

Faltando menos de um mês para o início dos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro, Bruno e sua equipe, a SKUD-18, estão focados em acertar os últimos detalhes. E apesar de comedido em relação a chance de medalhas, Bruno não descarta brigar pelo pódio. E não poderia ser diferente. Com a mesma determinação de quando defendia as bolas dos atacantes, Bruno está focado em suas novas metas.

- Esse mês é muito importante. Estamos acertando os últimos detalhes e aproveitando o máximo este período para chegar bem, fazer as manobras, e a velejada sair naturalmente. Temos como objetivo ficar entre os seis primeiros, mas vamos tentar usar as informações que temos para diminuir os erros. Então podemos sim brigar por medalha - sonha o paralímpico.

Vela adaptada: 

Na vela adaptada homens e mulheres competem juntos e podem ter qualquer tipo de deficiência. Existem três categorias: 2.4mr (individual), sonar (três atletas) e SKUD-18 (duplas, sendo um integrante do sexo feminino).

As competições acontecem em percursos sinalizados com bóias e o sistema de pontuação é baseado no nível de habilidade dos atletas. 

As regatas de vela adaptada dos Jogos Rio 2016 serão realizadas entre os dias 11 e 16 de setembro.

Bruno Landgraf no futebol:

Bruno foi revelado nas categorias de  base do São Paulo. Visto como uma grande promessa, o então goleiro defendeu equipes de base da Seleção Brasileira e conquistou a Copa do Mundo de Futebol Sub-17 em 2003.

Após se tornar profissional, Bruno era apontado como sucessor do ídolo Rogério Ceni e ainda foi convocado para a Copa do Mundo de Futebol Sub-20. Porém, ele não chegou a estrear no time principal do Tricolor Paulista.