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Medalhista no taekwondo foi ajudante de pedreiro e treinou no Irã

Caçula entre oito irmãos, Maicon Siqueira conciliou esporte com outras atividades para ajudar a família, e passou um mês na Ásia para se preparar para a Rio-2016

Foto: ED JONES / AFP
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A saltadora Fabiana Murer tentou, mas não conseguiu. O velocista Bruno Fratus, da natação, ficou mais perto mas também fracassou. Ambos estavam entre os favoritos para ganhar medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio-2016, mas não conseguiram chegar no pódio. O mineiro Maicon Siqueira sim. Apesar de não estar entre os favoritos no taekwondo e ser ainda um desconhecido do grande público brasileiro, o lutador de 23 anos, roubou a cena e faturou o bronze em sua modalidade na categoria acima de 80kg. Resultado que certamente lhe trará visibilidade e mais respeito daqui em diante. 

Maicon competiu na Arena Carioca 3 neste sábado, no Rio de Janeiro, sem a fama de muitos outros competidores olímpicos brasileiros. Mas sua mãe Vitória, presente na arquibancada, sabia bem das dificuldades da vida deste lutador dentro e fora das competições. 

Caçula de oito irmãos, sendo sete homens e uma mulher, o mineiro de Justinópolis seguia sua trajetória no esporte, mas ao mesmo tempo tinha que conciliar o taekwondo com o trabalho. O início na modalidade foi em um projeto social em Minas Gerais. No entanto, o tempo para treinar era dividido com dois trabalhos. Durante a semana, exercia a função de ajudante de pedreiro. Aos sábados, fazia "bicos" como garçom.

- Como qualquer outro brasileiro, trabalhei para sustentar minha família. Trabalhei mas me mantive no taekwondo, até entrar no alto rendimento. A família é a base de tudo, é muito importante. Dedico a medalha a todas essas pessoas, à família, aos amigos e à torcida - falou Maicon neste sábado, após medalhar na Olimpíada.

A vida de Maicon começou a mudar em 2013, quando apareceu a chance de mudar-se para São Caetano do Sul (SP), para treinar na academia Two Brothers Team. Foi lá que o lutador começou a evoluir e a melhorar seus resultados. A ascensão foi meteórica. Em 2015, o atleta entrou para a Seleção Brasileira pela primeira vez. Em março deste ano, conseguiu uma vaga nos Jogos Rio-2016 na seletiva nacional. E agora, em agosto, faturou seu maior resultado da carreira, com o bronze olímpico.

Parte desta trajetória vencedora passou por um país bem distante do Brasil. Neste ano, um dos períodos de treinamento de Maicon para os Jogos Olímpicos Rio-2016 foi no Irã. O mineiro passou um mês no país fazendo intercâmbio com atletas locais. E a estratégia deu certo.

- Ele (Maicon) fez um intercâmbio no Irã, que é uma das melhores escolas do mundo. Ele abriu mão de muita coisa, treinou e voltou maduro. Chegou consciente do que queria - falou o técnico Alberto Maciel Junior.