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Para Duda Amorim, handebol na Rio-2016 será uma ‘caixinha de surpresa’

Escolhida a melhor da modalidade em 2014, brasileira diz que falta detalhes para a equipe chegar 100% nos Jogos e que jogar em casa pode fazer a diferença na disputa por medalha

Duda Amorim - Handebol (Foto: Cinara Piccolo/Photo&Grafia)
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A disputa de handebol feminino é considerada uma das mais equilibradas dos Jogos Rio-2016 tendo oito equipes que brigarão de igual para igual por um lugar no pódio. O Brasil está nesta briga e muito do desempenho da Seleção na Olimpíada passará pelas mãos da armadora Duda Amorim. Escolhida a melhor jogadora da modalidade em 2014, ela avalia que a competição será uma "caixinha de surpresa" por conta da grande concorrência, mas diz que o fato da equipe brasileira jogar em casa pode fazer a diferença na busca por medalha. 

Faltando apenas 17 dias para o início dos Jogos, a atleta diz estar ansiosa para os Jogos e aponta que ainda faltam pequenos detalhes para o time brasileiro chegar 100%, mas que tudo será acertado até a estreia da Seleção no dia 6 de agosto, contra a Noruega. 

Nesta entrevista ao LANCE!, Duda fala ainda de suas condições após a grave contusão que sofreu no joelho no final de 2014, o período de preparação da equipe brasileira e a expectativa de que um bom resultado na Olimpíada possa melhorar as condições da modalidade no Brasil. 

Qual a expectativa para a Rio-2016 e de jogar a competição em casa?
Estou bem feliz. Vai ser um torneio muito bom, disputado, e espero que dê tudo certo para a nossa equipe. Estou ansiosa em poder jogar em casa e com certeza isso ajudará muito nosso time. Tem a questão da honra de disputar um torneio com a torcida do seu país apoiando e vamos lutar um pouco mais por conta disso. Isso pode ser o diferencial para fazer um ou dois gols a mais que nos dará a vitória no final.

Como foi o período de preparação até aqui?
Trabalhamos muito e as duas primeiras semanas não foram boas pois o nosso jogo não encaixou, tanto que perdemos alguns amistosos. Mas já no mês de junho as coisas começaram a dar certo e hoje estamos bem melhor para chegar nos Jogos 100%. Falta acertar alguns detalhes ainda, como de defesa e contra-ataque, mas isso vamos ajustar até a estreia. É apenas aquela sintonia final que falta para nossa equipe chegar bem para a estreia.

"Falta acertar alguns detalhes ainda, como defesa e contra-ataque, mas isso vamos ajustar até a estreia"

Você treinou com uma máscara no mês passado. Por quê?
Tive uma fratura no nariz e tive que usar essa proteção. Mas já estou bem e só estou fazendo um raio-x nesse momento para me apresentar à Seleção com o exame pronto.

Você operou o joelho no ano passado logo após ser escolhida a melhor do mundo. Quanto essa contusão atrapalhou a sua carreira? Há algum receio para jogar ainda ou está 100%?
A contusão foi algo que veio para o bem. Estava há muito tempo sem férias e precisa dessa parada, não só para meu corpo como para minha mente também. Tem a parte física da contusão que é ruim mas por outro lado foi positivo. E hoje não tenho mais nenhum receio com o joelho operado, consigo jogar sem problemas.

O Morten fez algum pedido para esse período sem treinos até a apresentação no Rio?
Ele cuida de todas partes, não deixa escapar nada. Foram tantos pedidos que é mais fácil apontar o que ele não pediu para nós nesse período. Mas essa atenção é para chegarmos na Olimpíada no nosso máximo e são detalhes e pequenos acertos que podem fazer a diferença.

Como avalia as chances do Brasil de subir no pódio?
Falo que a competição é uma caixinha de surpresas pois é o torneio coletivo que tem mais concorrência. São muitas equipes que podem chegar ao pódio, pelo menos oito equipes podem ser campeã. Nós temos a nossa chance e jogar em casa pode fazer a diferença, mas não dá para garantir que vamos conquistar uma medalha. Ter a possibilidade de subir no pódio com a torcida brasileira é algo especial e vamos fazer o máximo para isso ocorrer.

O que mudou desde que você foi escolhida a melhor jogadora do mundo?
Antes de ser escolhida a melhor jogadora eu já vinha em uma fase muito boa, por isso não senti muita diferença dentro de quadra. O que mudou muito foi o reconhecimento do público, que passou a ser outro desde 2014.

"A liga brasileira não tem visibilidade, patrocínios, retorno de mídia... Mas isso é algo que pode mudar com uma medalha olímpica".

Jogar no exterior é uma necessidade hoje na modalidade?
Com certeza. Infelizmente para jogar profissionalmente hoje no Brasil é preciso ir para a Europa. Nossa liga não tem visibilidade, patrocínios, retorno de mídia… Mas isso é algo que pode mudar com uma medalha olímpica. Achei que isso mudaria com a conquista do Mundial, em 2013, mas não mudou. Mas acredito que o apelo de uma Olimpíada seja maior, principalmente por ser uma competição que ocorrerá em nosso país.

Foi inaugurado o Centro de Desenvolvimento de Handebol, em São Bernardo, após dois anos de atraso. Isso atrapalhou a preparação?
Não tem como cogitar se atrapalhou ou não. Tivemos alguns problemas no passado por conta das condições das quadras, tivemos que mudar o local dos treinos, etc. Mas até agora, para a preparação para a Olimpíada, não tivemos nenhum problema com o local, que é na Urca, no Rio. E em um ano olímpico não pode ter desculpas, seja problema na quadra ou qualquer outro imprevisto, temos que encarar e chegar aos Jogos para fazer o melhor possível.