Rio 2016

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Julião perde ponto, luta, mas ergue a cabeça mesmo fora da Rio-2016

Atleta foi superado na decisão dividida após combate de três rounds com Antônio Vargas

(Foto:YURI CORTEZ/AFP/Lancepress!)
Escrito por

Se dentro do ringue abaixar a cabeça foi um problema, fora dele é o que torna Julião Neto um atleta olímpico. Mais um brasileiro ficou pelo caminho no boxe masculino da Rio-2016 após sua primeira luta, depois de Patrick Lourenço e Adriana Araújo, ele foi eliminado após seu debute na competição neste sábado, pela categoria dos moscas (até 52kg). O pugilista acabou superado pelo americano Antônio Vargas na decisão dividida em luta equilibrada de três rounds. Foi provavelmente sua segunda e última olimpíada. Mas não se engane. Ele está para lá de satisfeito. 

Ex-jogador de futsal, ele conheceu o pugilismo aos 20. Hoje, aos 34, tem maturidade o suficiente para aceitar a derrota e refletir a respeito da oportunidade única que teve. Apesar do início bom contra Antônio Vargas (EUA), ele acabou advertido pelo árbitro da disputa após seguidas vezes abaixar a cabeça - o que é considerado movimento arriscado no boxe, podendo lesionar o rival -, o que, segundo ele, tirou seu foco e o fez sair superado do ringue. Ele acredita que o rival também deveria ter perdido ponto, mas aceita o resultado como poucos.

- A luta foi boa, dura, meu adversário é novo, mas é bom. Mas perdi nessa retirada de ponto. Aquilo acabou comigo. Não era para ele ter tirado ponto, tinha de ter deixado rolar. O árbitro me chamou atenção que eu estava mexendo muito a cabeça, mas ele também me deu bastante cabeçada, estou até dolorido. Mas fazer o quê? Quando tiraram o ponto acabou a luta, pensei que "já era". Quando o árbitro tirou aquele ponto, acabou comigo. O Vargas tinha que ter perdido ponto também. Mas estou feliz. Meu maior sonho já foi concluído aqui, comprei uma casa para a minha mãe, hoje ela vive num lugar bom. Ela chorava muito por isso. Então é só alegria  - afirmou, logo após o combate no ringue.

No futuro, Julião agora enxerga a carreira de treinador, onde vai trabalhar para tirar crianças da rua e introduzi-las no esporte em Guamá, Belém (PA). Eliminado da competição que acontece no Rio de Janeiro, onde se apresentou diante de seu país, ele lamenta a perda, mas só tem a agradecer.

- Valeu a pena! Queremos sempre ganhar a medalha, mas tenho de olhar para o céu e agradecer por tudo o que tenho na minha vida. Depois de começar aos 20 anos, comecei tarde, né? Conquistar o que conquistei não é fácil. Boxe é difícil pra caramba. Não sei nem dizer (a sensação de lutar no Rio). Queria a vitória para esse Brasil que tanto precisa, mas não deu - afirmou, emocionado.

A LUTA

1º round
Primeiro assalto começou com os rivais indo para a trocação franca. O duelo entre os pesos-moscas impressionou pela velocidade. Enquanto o brasileiro acertou golpes mais efetivos, Vargas teve um bom volume e era mais técnico. Julião atacava de guarda aberta e foi advertido duas vezes por acertar o rival com o antebraço.

2º round
No segundo assalto, Julião melhorou, ajustou a distância e acertou golpes mais fortes no rival, que diversas vezes buscou a curta distância para trabalhar.  O brasileiro acertou ao menos dois diretos poderosos em Vargas, que buscava trabalhar a velocidade. 

3º round
​A última etapa foi mais equilibrada, onde Julião se mostrou mais cansado. O brasileiro chegou a perder um ponto por ter sido advertido duas vezes durante o combate. No fim, triunfo na decisão dividida do americano.