Rio 2016

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Brasil para na dificuldade e perde medalha para o Canadá em Itaquera

Meninas lutam até o fim, mas veem superioridade canadense e terminam Olimpíada da superação na quarta colocação. Na outra luta, da vida, elas já são medalhas de ouro

 (Foto: Mauro Horita/Lancepress!)
Escrito por

Não faltou luta, sobrou dignidade. Faltaram gols. Depois de uma campanha de superação nas Olimpíadas do Rio-2016, o Brasil perdeu a disputa da medalha de bronze no futebol feminino para o Canadá, nesta sexta-feira, na Arena Corinthians. A derrota por 2 a 1, com superioridade canadense na maior parte da partida, acabou com o sonho das brasileiras de conquistarem a terceira medalha olímpica na modalidade depois das pratas em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Antes de tudo, é preciso lembrar que as brasileiras, assim como as canadenses, já entraram em campo vencedoras. A partir de amanhã, quando começarem a absorver tudo que se passou nesta Olimpíada, voltarão a disputar jogos muito mais difíceis e ingratos: a busca pelo reconhecimento e condições de trabalho em uma modalidade abandonada.

Quando se atenta para a insistente falta de inspiração do ataque brasileiros nos últimos jogos, que chegou a 412 minutos sem marcar, é preciso lembrar do preconceito brutal contra as meninas. Ao criticar a falha na saída de bola de Rafaelle, que originou o primeiro gol de Rose, e de Tamires, no gol de Sinclair, é preciso lembrar da falta de apoio, dos campinhos para a base, de uma liga nacional pelo menos aceitável. Faltou mais protagonismo de Marta, como já havia sido contra Austrália nas quartas e Suécia, na semi, mas faltou e falta, acima de tudo, olhar com respeito para as meninas.

A torcida na Arena Corinthians, como foi em toda Olimpíada, fez sua parte. Apoiou o tempo inteiro, cantou, incentivou, mesmo contra as simpáticas canadenses, que se despedem com o bronze e o aproveitamento de 100% no estádio, em quatro jogos: venceram também Zimbábue, Austrália e França no local. Mereceram, e ainda possuem mais estrutura que o Brasil.

Mesmo com as condições adversas, de quem vinha de duas prorrogações seguidas em uma semana, o Brasil não deixou de fazer um jogo emocionante. O belo gol de Bia, faltando dez minutos para acabar, incendiou a Arena. A puxada de esquerda da forte atacante brasileira precisa ser exaltada. Tóquio-2020 está aí para você, Bia! Com sorte.

Fim de jogo, emoção das vencedoras, reconhecimento às brasileiras, pausa para a reflexão. Que seja o fim das comparações descabidas com o masculino que, além de uma cretinice, é uma espécie de auto-sabotagem. Impede o sujeito de contemplar um time que consegue jogar em alto nível apesar de contar com pouca ou quase nada de estrutura. Esse sujeito é o mesmo que pede para as mulheres "jogarem como homens" sem perceber que está arrotando a falência do próprio ser. É aquele que debocha da fragilidade das goleiras, mas reclama da "retranca" sueca montada à perfeição. Seria possível supor que, para esses, Diego Simeone merecia prisão pelo que faz com o Atlético de Madrid (ESP). Mas não, afinal, "é um time de homens jogando como homens".