Há um ano, qualquer fã de tênis que dissesse que Juan Martín del Potro estaria na final da Olimpíada do Rio de Janeiro, seria considerado louco. Batalhando contra diversas lesões, como a do punho, que o tirou das quadras por mais de um ano, o argentino sofria para recuperar a forma que o levou a estar no seleto grupo dos quatro melhores do mundo. Neste sábado, porém, ele voltou e, contra todas as previsões, chegou à decisão olímpica.
E o caminho até a briga pela medalha de ouro não foi simples. Além de ter de derrotar o espanhol Rafael Nadal de virada na semifinal deste sábado, por 2 sets a 1, com parciais de 5-7, 6-4 e 7-6 (7-5), em 3h08 de partida, o argentino superou ninguém menos do que o líder do ranking logo na estreia no Brasil, o sérvio Novak Djokovic.
Com a experiência de quem já conquistou um título de Grand Slam e enfrentou alguns dos melhores tenistas da história, Del Potro provou a todos os críticos que, no momento, as lesões estão no passado. Com um saque fortíssimo e uma direita que castigou durante toda a partida, o argentino mostrou não somente que retornou, mas que pode voltar a ser representativo no tênis.
Medalhista de bronze em Londres (ING), o tenista avançou pela primeira a uma decisão olímpica. E o fez contra uma torcida que não somente apoiava seu rival, mas que vaiava qualquer tipo de incentivo dos torcedores argentinos, presentes em grande número na quadra central. Além disso, sobreviveu a uma verdadeira batalha, já que, por 3h08, teve de superar diversos altos e baixos dentro do mesmo jogo.
Após a partida, o emocionado Del Potro saudou os espectadores e, como era de se esperar, chorou. Chorou como quem lembrasse que, há pouco tempo, estava com o punho direito imobilizado. Depois, dirigiu-se aos anéis olímpicos desenhados no chão e os beijou, como quem dissesse: "chegou a minha hora".
Gostando ou não, o público brasileiro pode ter uma certeza: a cada instante que Juan Martín del Potro pisa em quadra, uma história de superação é escrita. O último passo para a consagração derradeira do argentino será derrotar o segundo melhor do mundo, o britânico Andy Murray. Será possível?