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Lance!
Santos (SP)
Dia 11/02/2019
13:32
Atualizado em 12/02/2019
06:00
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Aos 34 anos e contratado pelo Santos em julho de 2018, o uruguaio Carlos Sánchez volta a entrar em campo em seu país natal nesta terça-feira. Feliz no Peixe, enfrenta o River Plate, do Uruguai, em Montevidéu, pela primeira fase da Copa Sul-Americana. Com a carreira baseada em três pilares - ambição, liderança e humildade - fala ao LANCE! sobre seu futuro e aspirações.

Desde sua chegada, Sánchez tornou-se praticamente uma unanimidade no clube. Entre a torcida, não demorou a fazer sucesso. Com Cuca, foi um dos homens de confiança no meio-campo no segundo semestre do ano passado. Com Jorge Sampaoli, segue firme no setor e funciona até como tradutor para ajudar no trabalho do argentino. 

IDENTIDADE!

Em 2019, já são quatro gols marcados (Foto: Ivan Storti/Santos)

Aos poucos, constrói no clube uma identidade sólida, a qual espera muito em breve coroar com conquistas maiores. Líder nato dentro do elenco, não nega a possibilidade de se tornar um dos capitães do Peixe em pouco tempo. A cidade, a família e o grupo ajudaram o uruguaio a se sentir em casa em Santos.

- Nunca foi tão rápido me adaptar em um clube. Foi inacreditável. O trabalho dentro do campo foi bom e quero seguir melhorando para ser um bom profissional. Consegui me adaptar bem à cidade, os companheiros me ajudaram no clube. Evolui na intensidade, também - pondera Sánchez, em rápida conversa no CT Rei Pelé.

FAMÍLIA! 

Sánchez com a esposa e os filhos (Foto: Instagram/Reprodução)

Um detalhe fez toda a diferença na rápida adaptação de Sánchez dentro de campo no Santos: a vida tranquila da família na Baixada Santista. O uruguaio é pai de Máximo, Juan Manuel e Luciana e é casado com Selene Fariña. A felicidade da família dá ao jogador a possibilidade de trabalhar tranquilo. 

- Minha família também soma bastante para eu estar tranquilo para seguir trabalhando. Os meus filhos gostaram bastante da cidade - conta. Não são raros os registros do jogador fazendo churrasco em sua varanda de frente para o mar na orla de Santos em suas folgas. 

CAPITÃO?

Sánchez em ação durante jogo do Peixe (Foto: Ivan Storti/Santos)

A forte identidade de Sánchez com o Santos, a boa adaptação em campo e fora dele e a liderança natural dentro do clube, trazem como questionamento natural a possibilidade do uruguaio dividir a braçadeira de capitão do Alvinegro com Victor Ferraz em pouco tempo. Para ele, é um caminho a ser percorrido com naturalidade, sem forçar situações. 

- É algo que temos de ter em mente. Eu adoraria ser o capitão, é uma motivação para seguir trabalhando. Porém, a faixa de capitão não me chama muito atenção, nunca fui em nenhuma equipe. Não me atrai muito. Quero entrar na história como um bom jogador. É algo mais natural a minha liderança, tratar sempre melhor a todos, ajudar da melhor maneira. Trabalhar, ser humilde e conseguir os objetivos - afirma. 

AMBIÇÃO! 

Sánchez cuida todos os dias da parte física (Foto: Ivan Storti/Santos)

Em 2018, Sánchez foi o epicentro de uma polêmica: por sua escalação irregular no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, o Santos foi punido pela Conmebol com uma derrota por 3 a 0 para o Independiente, da Argentina, e acabou eliminado da competição após empatar em gols no Pacaembu. O uruguaio teria de ter cumprido uma suspensão por expulsão de quando ainda estava no River Plate. Por isso, quer títulos: 

- Meu desejo é formar um time competitivo, estamos em uma equipe grande e é preciso tratar de conquistar títulos. Depois de 2018, estou sonhando que possamos fazer um bom ano, conseguir as coisas. Precisamos lutar e sonhar com boas coisas para sermos protagonistas - completa. 

POSICIONAMENTO!

Sánchez muda esguicho de água de lugar (Foto: Ivan Storti/Santos)

Se com Cuca Sánchez fazia uma função basicamente de armador, começou a trajetória de Sampaoli no Santos como um meia mais aberto pela direita. A rotação dentro do campo o permite se adaptar com facilidade ao estilo intenso do técnico argentino. Para o jogador, trata-se apenas de uma filosofia diferente de trabalho, sem atrapalhar o rendimento. 

- Cada um tem seu trabalho e filosofia. Mudou um pouco com o Cuca, mas sempre jogando pela direita, ele quer uma rotação. Temos de assumir sua filosofia, todos estamos dispostos a trabalhar pela equipe para trazer triunfos e assimilar rápido o que ele quer - diz. 

SAMPAOLI! 

Sampaoli em treino com Sánchez ao fundo (Foto: Ivan Storti/Santos)

Um dos trunfos para tornar a ambição de Sánchez em ser campeão é o trabalho do técnico Jorge Sampaoli. Além de falarem o mesmo idioma, argentino e uruguaio compartilham do mesmo sotaque em espanhol e tem se ajudado para ajudarem aos demais. Dos treinos intensos ao serviço de tradução, o camisa 7 falou sobre o treinador. 

- Sampaoli é um cara que trata bem a todos, manda a sua ideia e precisamos assimilar o mais rápido possível. A pré-temporada foi bastante intensa e assim vai seguir sendo o ano. Muitos perguntam para mim o que ele fala (risos). Eu oriento da melhor maneira possível para conseguirmos crescer - finaliza o meia, dono de um português praticamente fluente. 

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